quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Esquerdas mudam de pele e cabeça


Com a situação da Presidenta afastada Dilma Rousseff praticamente definida pelo seu julgamento final e impeachment a ocorrerem ainda neste mês, no Senado Federal, dois fatos novos merecem observação no quadro político brasileiro: A proposta do ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral-TSE-, Gilmar Mendes, de se avaliarem as denúncias contra os partidos acusados de receberem propina da Petrobrás em suas campanhas, entre os quais se destaca o PT –Partido dos Trabalhadores -, com risco até de extinção dessas siglas, e a tentativa das esquerdas de recorrerem ao discípulo de Antonio Gramsci, o norte-americano Saul Alinsky, para substituir seu mestre como novo ideólogo no Brasil.

Após 13 anos no Poder, O PT deixa, com a saída de Dilma Rousseff, não apenas um país com economia destroçada e minado perla corrupção, mas deixa as esquerdas do Foro de São Paulo sem o discurso e a estratégia do filósofo italiano Gramsci de conquista gradativa do poder e destruição do Capitalismo por dentro. Seu discípulo, o pragmático Alinsky, autor do livro “Regras para Radicais” (Rulles for Radicals), faz a cabeça de Obama e Hillary Clinton, a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, ex-secretária de Estado e esposa do ex-presidente Bill Clinton.

Qualquer partido que transgrida a lei pode ter sua sigla cassada. Não seria má ideia o PT livrar-se dessa sigla que se tornou maldita para oferecer uma nova opção à esquerda brasileira identificada com o Lulopetismo. O partido abriria mão de Gramsci e adotaria Alinsky como ideólogo. Afinal, no Foro de São Paulo, houve petistas entusiastas de Alinsky... O problema é que ele está mais para inspirador dos tucanos, do Partido da Social Democracia Brasileira –PSDB- do que dos petistas.

Parece-me que ao PT não resta alternativa senão a de trocar de pele, como as cobras fazem, se quiser manter o controle majoritário das correntes populares de esquerda no Brasil. O partido se desgastou irremediavelmente nesses 13 anos e terá sérias dificuldades para obter uma votação razoável e uniforme em todo o território brasileiro nessas próximas eleições municipais. A dica de Gilmar Mendes é mais um favor do que uma ameaça ao lulopetistas.

Quanto ao Governo interino de Michel Temer, vai conseguindo repor o País nos trilhos, apesar da sua baixa legitimidade popular. Temer, o tecelão e timoneiro de Tietê, foi vaiado no Maracanã, ao declarar abertas as Olimpíadas, mas eram vaias esperadas, porque o público carioca é por natureza antigovernista, desde que a capital brasileira se transferiu para Brasília.

Vamos aguardar o desfecho do processo de impeachment de Dilma Rousseff para avaliar a nova fase política e econômica brasileira, mas, com o trabalho da “Operação Lava Jato” em curso, as próximas eleições municipais serão um teste decisivo para a reforma política que se reclama para o Brasil.

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