quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Espionagem,petróleo e a volta de José Serra


A Presidente Dilma Rousseff ameaça cancelar sua viagem aos Estados Unidos, marcada para outubro, se o Governo de Barak Obama não formular um pedido de desculpas pela prática de espionagem no Brasil.

Dilma suspendeu a ida do grupo precursor da viagem a Washington e conseguiu a instalação, no Senado Federal, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito –CPI- sobre as atividades de espionagem da Agência Nacional de Segurança - NSA, que teria monitorado e-mails, mensagens telefônicas e papéis de Dilma e seus assessores.

Washington estaria com a ideia de apoiar o ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, para aplacar a irritação do Governo brasileiro, segundo notícias procedentes daquela capital.

É possível que a moeda de troca entre Dilma e Obama seja o apoio às pretensões do Brasil em relação àquele conselho, mas, a espionagem sempre foi praticada entre os países e não há nenhuma novidade na constatação de que o Governo brasileiro foi grampeado pela NSA.

O que importa, nesse “affaire”, é a pergunta: “Quais informações foram obtidas pela NSA, a ponto de causarem incomum irritação ao Governo brasileiro?” Para valerem tamanha reação do Palácio do Planalto, teriam que ser informações estrategíssimas, comprometedoras de altas figuras e de planos e negócios  que extrapolam esse período de governo.

Como a informação conquistada e consolidada não tem reversibilidade de uso, ou seja, não aceita ser devolvida, mas, sim, compartilhada, o que resta com potencial de dano é a informação capaz de gerar desgaste  do governo perante a opinião pública, ainda mais em ano eleitoral.

Li as manifestações do  ex-ministro e ex-governador de São Paulo,  José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira –PSDB-, de solidariedade à Presidente Dilma Rousseff, nesse caso da espionagem praticada pelos Estados Unidos. Serra foi adversário de Dilma na última campanha presidencial e caiu no ostracismo, após sua derrota.

Agora, retorna  ao noticiário pretendido pelo Partido Popular Socialista –PPS- para disputar as eleições presidenciais de 2014, e cortejado pela ala do candidatável e rival senador mineiro Aécio Neves, presidente do partido, para permanecer no PSDB.

Não consigo deixar de associar todo esse noticiário com o próximo leilão do pré-sal, marcado pelo Governo para 21 de outubro. Serra, que sempre defendeu a privatização do setor petrolífero, até mesmo por suas ligações com a empresa de petróleo Chevron, tinha como uma das suas principais plataformas eleitorais alterar o marco exploratório do pré-sal em favor das  empresas dos Estados Unidos. Esta é uma boa hora para mostrar serviço....

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