As articulações para a disputa da prefeitura de São Paulo têm correspondência direta com o futuro do subsistema eleitoral-partidário e, em última instância, com o futuro da democracia brasileira, que ainda vive seu dilema shakespeariano (ou hamletiano) de ser ou não ser, por mais que os detentores do poder insistam em exaltá-la como instituição sólida perante o panorama geral dos países árabes,africanos subsaáricos, asiáticos e balcânicos.
O atual prefeito de São Paulo,Gilberto Kassab, que,aliás, tem sido melhor articulador político do que administrador da capital paulista, fundou o Partido Social Democrático -PSD- com a intenção de aderir de imediato ao Governo de Dilma Roussef e pleitear, mais à frente, um Ministério.
Em coreografia com o Partido Socialista Brasileiro -PSB-, do governador pernambucano Eduardo Campos, Kassab se posiciona no quadro político nacional como liderança emergente. Aliado de José Serra nas últimas eleições presidenciais, continua fiel ao seu compromisso com o ex-governador tucano.
Kassab tinha prometido ao Partido dos Trabalhadores apoiar o ex-ministro da Educação,José Haddad,candidato à prefeitura paulistana, mas agora tem que recuar porque José Serra aceitou disputar as prévias do PSDB para escolha do candidato ao mesmo cargo.
E qual é o argumento que a liderança do PSDB vem usando para barrar a vitória petista em São Paulo? Além da condição dominante do PSDB na política paulista, o argumento de que, se o PT eleger o prefeito de São Paulo, o país marchará inexoravelmente para um partido único nacional, com hegemonia do PT – sonho do ex-presidente Lula.
Até onde a Ciência Política explica, partido único é caminho para a ditadura de esquerda ou direita, e, no caso, ditadura civil, com todas as suas conseqüências para a liberdade e a democracia. A população brasileira parece alheia a esse perigo iminente, no momento em que o mundo vive um clima propício a aventuras dessa natureza :Europa e Estados Unidos em crise econômica e financeira e Oriente Médio em efervescência cada vez mais perigosa para a paz regional e mundial.
A que ponto o Brasil chegou: Depender da boa vontade do PSDB para impedir que a cidade de São Paulo se transforme no epicentro de um processo de implantação de ditadura de esquerda (socialista ou comunista).
Pelo andar da carruagem, pela fragilidade da oposição brasileira dentro e fora do Congresso Nacional, pela conjuntura política nacional e internacional, e pela própria natureza ambígua do PSDB, acredito que o Brasil caminha para essa ditadura,porque ela interessa aos magnatas do petróleo.
Os 300 mil produtos diversos ou pouco mais gerados pelo petróleo justificam qualquer método político de controle produção, preços e garantia do seu suprimento, e o Brasil,agora um dos grandes produtores mundiais, passa a receber monitoramento especial dos cartéis.
Qualquer estrangulamento das rotas principais de abastecimento do petróleo para a Europa e os Estados Unidos – e o risco iminente (estimulado)é o do estreito de Ormuz, por causa do Irã - terá impacto político em países produtores como o Brasil,Argentina,Venezuela,Equador, etc. Os cartéis preferem negociar com ditaduras do que com democracias...
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