Encerrada a enquete deste blog sobre as personalidades mais importantes para o Brasil, emerge a figura do Imperador Dom Pedro II como a mais votada, com 14% dos votos, o mesmo percentual de outra figura não mencionada.
Em segunda colocação, aparecem Dom Pedro I e Lula com 9%, e em terceira Tiradentes, Juscelino, Getúlio, Duque de Caxias, Santos Dumont, Tamandaré, Airton Sena, Oswaldo Cruz, Barão do Rio Branco, José Bonifácio de Andrada e Silva e Marechal Rondon, cada um com 4%.
Não tiveram nenhum voto Pelé, João Havelange, Barão de Mauá, Machado de Assis, Frei Galvão, Padre Anchieta, Fernão Dias Paes Leme, Dilma Roussef, Oscar Niemeyer e Assis Chateaubriand.
Por ser uma lista fechada de nomes, creio que alguma outra personalidade pudesse surpreender numa enquete popular aberta, mas o viés seria grande a favor das personalidades mais recentes fixadas pela comunicação de massa, a partir da década de 1950, em detrimento de vultos do passado anterior.
Os leitores desse blog têm um nível de conhecimento elevado e distribuíram seu voto, pelo que se observa, independentemente da influência da comunicação, o que explica a mistura de personalidades de várias épocas entre os não votados. Numa pesquisa aberta, com esse público, não creio que a votação fosse muito diferente.
Considero surpreendentes a colocação de Pelé, talvez a figura mais conhecida do Brasil no exterior, sem um voto, e Lula (ao lado de Dom Pedro I, com 9%), à frente de vários estadistas.
Sobre o vitorioso Dom Pedro II, nascido no Rio de Janeiro e que reinou durante 58 anos (1831-1889), seus principais biógrafos destacam a sua magnamidade, probidade e austeridade, essenciais ao exercício do Poder Moderador, mas há ressalvas ao seu desprendimento político.
João Camilo de Oliveira Tôrres, em sua obra “A Democracia Coroada”, depois de qualificá-lo como “um grande Imperador”, observa: “Coube-lhe ser o mais característico e o mais típico de todos os reis constitucionais que exercessem efetivamente a realeza.”
Oliveira Vianna, em “O Ocaso do Império”, afirma: “O ângulo, porém, sob que devemos ver o velho Imperador, para vê-lo melhor, na exata medida de sua grandeza, não há de ser o de suas idéias gerais ou o do gênio; há de ser o do caráter... como a mais alta revelação da nobreza moral da nossa raça e da nossa gente.”
Gilberto Freyre, por ocasião do centenário da morte de Dom Pedro II, a quem destaca como “um mártir”, que “governou sem reinar”, fez restrições ao que considera excessivo espírito conciliador do monarca: “Tornou-se mártir do seu próprio excesso de liberalismo acadêmico, sem raízes nas condições brasileiras; de pacifismo mórbido, com o sacrifício das divergências saudáveis de que ele devia ser o coordenador e nunca o destruidor.” (“Dom Pedro II, imperador cinzento de uma terra de sol tropical”).
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