As revistas e os jornais mais importantes do País destacam
em suas manchetes que o acordo entre Lula e Maluf decorre do interesse do
Partido dos Trabalhadores para obtenção de mais tempo de televisão no horário
de propaganda eleitoral para seu candidato a prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad.
É o tipo de enfoque da mídia que distorce a realidade
substantiva da aliança entre esses que foram dois tradicionais inimigos (mais
do que adversários) políticos. O que existe mesmo é o interesse pelo eleitorado
enorme que Paulo Maluf ainda detém em todo o Estado de São Paulo, e, de modo
especial, na capital paulista, onde ainda existem excelentes marcos da
administração malufista.
Esse objetivo de Lula, além de barrar as investidas do candidato
tucano José Serra para obtenção do apoio de Maluf, não é explicitado pelo PT
por razões óbvias: Seu eleitorado teria dificuldades de assimilar que o candidato
de direita execrado pela mídia e acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por
órgãos internacionais, como a Interpol, e que chegou a amargar dias na prisão,
tem muito mais votos do que os petistas.
Pelo prisma do comportamento ético, poucos dos políticos de renome da atualidade brasileira conseguiriam obter uma ficha de bons antecedentes, independentemente do partido a que pertencem.
Assim é que, mesmo tendo “ficha-suja”, Paulo Maluf ainda
continua sendo um fenômeno político em todo o Estado de São Paulo e terá que ser engolido desse jeito pelas esquerdas,
na disputa pela prefeitura mais rica da América Latina. Como já disse aqui, é a
“ética de resultados” que rege acintosamente a política nacional de hoje.
Mas, pelo que se depreende da enquete (não encerrada) deste blog sobre as consequências dessa aliança visivelmente oportunista, eleitores esclarecidos não acreditam que Haddad conseguirá vencer as eleições.No máximo, com os votos de apoio dos malufistas menos empedernidos e com mais tempo de televisão, Haddad apenas vai gerar alguma expectativa de conseguir o segundo turno, dependendo do desempenho do candidato Celso Russomano.
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