Um
pouco atrasado, comento o falecimento, no dia 9 de julho, do cardeal Dom
Eugênio de Araújo Sales, aos 91 anos de idade, o mais antigo cardeal da Igreja
Católica, homem de sensibilidades política e social extraordinárias e que esteve
à frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro durante décadas.
Pode-se
afirmar que Dom Eugênio, junto com Dom Helder Câmara e Dom Evaristo Arns, compôs
o trio de prelados da Igreja Católica que marcou o cenário político brasileiro,
nos últimos 50 anos.
Nomeado
bispo por Pio XII, arcebispo e cardeal por Paulo VI e confidente dos papas João
Paulo II e Bento XVI, Dom Eugênio, natural de Acari, no Rio Grande do Norte,
era um estrategista do poder e voz influente no Vaticano, em Washington e no
Brasil.
Nada
tenho a acrescentar ao seu obituário, amplamente divulgado pela imprensa, com a
qual colaborou como ator, articulista e fonte preciosa de informações em momentos
conturbados da política brasileira.
Mas,
quero registrar aqui que foi uma personalidade que soube administrar com
sagacidade o contraditório político-ideológico marcante de sua pastoral e que
me faz recordar, sob alguns aspectos, no conjunto de suas habilidades, outros
talentos religiosos da política, como Richelieu e Mazzarino.
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