quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lula para governo paulista gera discreta reação


O ex-presidente Lula governando o estado de São Paulo pode ser um fato político admissível, em termos especulativos, diante da sua alta taxa de popularidade, que chegou a 87%, quando deixou a Presidência da República, segundo alguns institutos de pesquisas, e mais ainda diante do seu êxito no lançamento do “poste” Fernando Haddad para a prefeitura paulistana, no bojo do projeto de renovação dos quadros do PT.
Mas, em política, nem sempre a lógica do poder prevalece, como no ditado “quem pode o mais pode o menos”, pois os cenários e os personagens estão sujeitos a mudanças imprevisíveis e incontornáveis, e a renovação que Lula preconiza pode se transformar mais `a frente em obstáculo para seu futuro político.
Se depender do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o ex-presidente Lula terá que se submeter à disputa prévia dentro do seu próprio partido, com a participação de eleitores filiados e não filiados, caso queira se candidatar ao governo do Estado de São Paulo, nas eleições de 2014.
O comentarista do site “Terra”, Guilherme Barros, publicou que uma ala do PMDB, em recente almoço em Brasília, defendeu a candidatura de Lula ao Palácio dos Bandeirantes, notícia recebida com surpresa pelo senador Suplicy, comentando que “é possível”.
O senador, contudo, um obcecado pelo instituto da escolha prévia de candidatos, como mecanismo de aperfeiçoamento democrático em qualquer processo eleitoral, justifica que esse tem sido um tema abordado frequentemente em seus pronunciamentos no Senado, onde já apresentou proposta de emenda constitucional nesse sentido. Adiantou que pretende levar sua proposta à próxima reunião nacional do PT, conforme comunicou ao presidente do partido, deputado estadual Ruy Falcão.
A disputa prévia para escolha de candidatos, segundo Suplicy, é utilizada em vários países, como os Estados Unidos, a Argentina (Partido Justicialista, na escolha de Cristina Kirchner), e a França (Partido Socialista), exigindo-se dos pré-candidatos um percentual mínimo de apoio partidário para concorrerem.
A ex-prefeita de São Paulo, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), considera que uma candidatura de Lula ao governo paulista seria excelente para o projeto político do PT, mas, não tem certeza se seria bom para o próprio Lula, embora não veja nenhuma capitis diminutio em, para quem exerceu a presidência da República, pretender o governo de São Paulo, um cargo de enorme responsabilidade e projeção.
Para o ex-ministro Reinhold Stephanes (PSD-PR), que já exerceu três ministérios (Trabalho, Previdência e Agricultura), Lula ajudou a eleger Fernando Haddad para prefeito de São Paulo, mas saiu desgastado dessas eleições municipais, perdendo em várias capitais onde apoiou candidatos, e teria dificuldades em se eleger para o governo estadual.
 

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