O
ex-presidente Lula governando o estado de São Paulo pode ser um fato político
admissível, em termos especulativos, diante da sua alta taxa de popularidade,
que chegou a 87%, quando deixou a Presidência da República, segundo alguns
institutos de pesquisas, e mais ainda diante do seu êxito no lançamento do “poste”
Fernando Haddad para a prefeitura paulistana, no bojo do projeto de renovação
dos quadros do PT.
Mas,
em política, nem sempre a lógica do poder prevalece, como no ditado “quem pode
o mais pode o menos”, pois os cenários e os personagens estão sujeitos a
mudanças imprevisíveis e incontornáveis, e a renovação que Lula preconiza pode se transformar mais `a frente em obstáculo para seu futuro político.
Se
depender do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o ex-presidente Lula terá que se
submeter à disputa prévia dentro do seu próprio partido, com a participação de
eleitores filiados e não filiados, caso queira se candidatar ao governo do
Estado de São Paulo, nas eleições de 2014.
O
comentarista do site “Terra”, Guilherme Barros, publicou que uma ala do PMDB,
em recente almoço em Brasília, defendeu a candidatura de Lula ao Palácio dos
Bandeirantes, notícia recebida com surpresa pelo senador Suplicy, comentando
que “é possível”.
O
senador, contudo, um obcecado pelo instituto da escolha prévia de candidatos,
como mecanismo de aperfeiçoamento democrático em qualquer processo eleitoral,
justifica que esse tem sido um tema abordado frequentemente em seus
pronunciamentos no Senado, onde já apresentou proposta de emenda constitucional
nesse sentido. Adiantou que pretende levar sua proposta à próxima reunião
nacional do PT, conforme comunicou ao presidente do partido, deputado estadual
Ruy Falcão.
A
disputa prévia para escolha de candidatos, segundo Suplicy, é utilizada em
vários países, como os Estados Unidos, a Argentina (Partido Justicialista, na
escolha de Cristina Kirchner), e a França (Partido Socialista), exigindo-se dos
pré-candidatos um percentual mínimo de apoio partidário para concorrerem.
A
ex-prefeita de São Paulo, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), considera que uma
candidatura de Lula ao governo paulista seria excelente para o projeto político
do PT, mas, não tem certeza se seria bom para o próprio Lula, embora não veja
nenhuma capitis diminutio em, para quem exerceu a
presidência da República, pretender o governo de São Paulo, um cargo de enorme responsabilidade
e projeção.
Para
o ex-ministro Reinhold Stephanes (PSD-PR), que já exerceu três ministérios (Trabalho,
Previdência e Agricultura), Lula ajudou a eleger Fernando Haddad para prefeito
de São Paulo, mas saiu desgastado dessas eleições municipais, perdendo em
várias capitais onde apoiou candidatos, e teria dificuldades em se eleger para o
governo estadual.
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