Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
No mundo
- A
confusão popular no Egito fez com que o Exército egípcio desse um ultimato ao
governo: ou a controlava ou interviria. Como não houve controle, o Exército
interveio, e entregou a chefia do Estado ao presidente da Suprema Corte. - Em
nosso País, o vandalismo nas manifestações e a popularidade do presidente do
STF fazem pessoas pensar que esta poderia ser uma solução, mas as situações
ainda não são parecidas
-
Nos EUA ocorreu grave acidente aéreo; Descarrilamento de trem deixa 70 feridos
na Rússia; greve nacional de caminhoneiros na Argentina; Homens armados matam
29 crianças na Nigéria; Trem que transportava petróleo explode no Canadá.
Aliás, esse país que se arvorava de campeão do meio ambiente e ousava censurar
nossas atitudes virou a casaca agora que explora o gás de xisto; – O resto
do mundo também tem acidentes e problemas. Deixemos de lado o complexo de
inferioridade, de pensar que somos piores do que os demais.
Na
América do Sul
Antes mesmo do afastamento do Paraguai para permitir o ingresso da Venezuela no MERCOSUL, havia violenta oposição ao ingresso daquele país, pela imprensa (americanizada) e pelos que ainda se sentem na Guerra Fria (do nosso lado, é claro). Entretanto se existe, para nós, alguma vantagem em uma união comercial certamente é com a Venezuela.
Quanto
aos demais e equação é clara; eles ficam com o “Merco” e para nós resta e
palavra “Sul”. Ou o acordo funciona ou deve ser repensado. A Argentina cria
obstáculos aos nossos produtos; o Paraguai já pediu para ingressar na Aliança
do Pacífico, bloco formado por Chile, Colômbia, México e Peru, e podemos
esperar que estreite ainda mais os laços com os EUA. Pode ser que a hostilidade
contra nós chegue a um ponto que nos force a fechar a fronteira.
É
bom que nos preparemos, inclusive para receber condignamente os “brasilguaios”
que forem expulsos de lá
No País
Estabilidade, em cheque? -Após as manifestações darem um susto nos três Poderes e se
transformarem em reivindicações particulares e pontais, fica claro que as insatisfações
permanecem e que o apoio ao Governo diminuiu significativamente. O vandalismo e
as tentativas de aproveitamento fizeram que não mais se reunissem grandes
multidões, mas pelo menos por um momento a sustentabilidade governamental
esteve ameaçada
O ideal para a sustentabilidade é o governante é ter o apoio do povo e
das Forças Armadas. Tendo o apoio de um e o consentimento do outro ainda
funciona bem, mas para que um governo se sustente é indispensável ter ao menos
o consentimento de ambos. Todo governo deveria saber que sem o
consentimento de um deles já estará em maus lençóis. Tendo o apoio do outro
enfrentará uma guerra civil, mas sem ter o apoio do outro, a falta de
consentimento um deles é suficiente para derrubá-lo (quase) sem luta.
Em 64, é difícil avaliar até que ponto o governo tinha o
consentimento da população, mas o apoio, decididamente não tinha. Quando lhe
faltou o consentimento das Forças Armadas ,não teve como resistir. Vimos também
com o Collor. Mesmo com o relutante consentimento das Forças Armadas, quando
faltou o consentimento da população, simplesmente derreteu.
E agora? Certamente o Governo ainda tem o consentimento das Forças
Armadas e da população também, embora em ambos haja fissuras. Perdeu muito do
apoio popular que tinha, mas pode recuperá-lo em grande parte se fizer as
medidas desejadas, que são principalmente uma “faxina” rigorosa e um
endurecimento no combate ao crime comum. Entretanto não pode se dar ao luxo de
deixar o barco correr, conservando os provocadores Ministros da Justiça e dos
Direitos Humanos, pois arriscará a perder o consentimento de um ou de ambos.
Concretizada essa hipótese nada a sustentaria, o que seria uma lástima pela má
qualidade de seus substitutos legais.
Seria tão fácil garantir não só o consentimento, mas o apoio de ambos,
Nem precisa de um plebiscito, chega encomendar um pesquisa ao Ibope e atender
as aspirações mais urgentes. Tão fácil de resolver e tamanhas as consequências
do não atendimento, que ouso exclamar: Desperta Dilma, pelo nosso País
A
mobilização da CUT para 11 de julho - O movimento programado tem temas que não são objetivos da sociedade
- Cadê punir corruptos:mensalão,por exemplo?
Obviamente
a "Greve Geral" é uma tentativa de canalizar a indignação popular
para seus próprios objetivos. Por exemplo, há um item sobre a punição dos
“torturadores” da ditadura., que coisa alguma tem que ver com o movimento.
Nenhuma
das reivindicações diz respeito à corrupção, à aplicação do dinheiro público no
interesse da FIFA, em detrimento da saúde e da educação. É impossível prever se
terão sucesso, mas com esses objetivos, dificilmente terão apoio popular.
Provavelmente, será apenas um movimento sindical.
A questão indígena - continua preocupante. Desviada a atenção, as ONGs consolidam suas
posições na Amazônia procuram unir todas as reservas eu um só grande território
visando a separação e a independência. As ações indígenas se estendem também
pelo sul do País. No Rio Grande bloqueiam estradas. No Mato Grosso do Sul,
desde o fim do mês passado, pelo menos cinco fazendas já foram invadidas. Até o
momento, 14 índios e quatro policiais ficaram feridos durante os
confrontos.
Orientados pelo CIMI e por outras ONGs, índios continuam fazendo
exigências descabidas sobre a construção de Belo Monte, mesmo os que não seriam
afetados pela barragem. O Ministro da Justiça, na ânsia de atendê-los, ignora o
interesse nacional. Enquanto esse ministro não for afastado, o Brasil não
progredirá, tal como aconteceu com a Marina,no Ministério do Meio Ambiente. É
impressionante como um só indivíduo pode ser prejudicial...
Criadores de problemas - O Ministro da
Justiça afirmou em coletiva de imprensa em Brasília que “não vamos transigir
com quem transgride a lei, com quem pratica crimes. Que se alguém espera algum
tipo de negociação se equivoca, não se negocia com prática de crime" –
MENTIRA! Pode ser que atue assim com os adversários políticos, mas cede tudo às
ONGs indigenistas e aos bandidos.. A “Ministra” dos Direitos Humanos, após criar bastantes problemas com a parcial
Comissão da Verdade, e agora, como provocação quer investigar “violações“
dentro dos quartéis Uma crise militar está
fomentada. Se encontrar apoio na Presidente, pode rolar o confronto mais sério
entre o governo e os militares, desde o final da Revolução.
Petrobrás - Além da corrupção generalizada há quem queira
quebrar a economia, concentrando os fogos contra a produção agrícola, contra as
hidrelétricas e outras obras de infraestrutura e contra o alvo mais fácil: a
Petrobrás. Anteriormente o Estado de S.Paulo, O Globo e Correio da
Manhã entre outros, já haviam sido remunerados pela publicidade
estrangeira para mover campanhas contra a nacionalização do petróleo. Depois o
FHC/Zilberstein tentaram vendê-la e o Lula/Gabrieli a comprometeram com
corrupções e maus negócios. Hoje em dia o ataque novamente é via propaganda;
insiste-se que não dará certo por causa de corrupção e que o pré-sal será
inviável.
É certo
que o mercado da energia será afetado pela exploração do gás de xisto, mas a
exploração do petróleo do pré-sal é factível, embora seus custos
elevados. Elevados sim, mas cinco vezes menores do que o preço atual do
petróleo.
O
ambientalismo radical considera o progresso um crime ambiental, e parece
desejar que voltemos a viver em aldeias tribais na idade da pedra polida, mas
estão bem instalados em cargos comissionados ou em ONGs que recebem
milhões de reais do erário ou ainda em sacristias da distorcida esquerda
religiosa. Este será o cenário se tivermos a Marina Silva como presidente ou
com influência na política governamental
Enquanto
os EUA caminham não só para a autossuficiência energética, mas também para se
tornarem exportadores de energia fóssil, o nosso País corre o risco de, por
motivos ideológicos retrógrados, novamente perder o bonde da história, haja
vista que também temos reservas de xisto estimadas em 6,4 trilhões de metros
cúbicos, o que nos situa em 10º lugar no ranque internacional, o que é
altamente promissor.
Evidentemente
que há inúmeros outros problemas que necessitam de atenção especial, mas que
não são notados ou encarados como de relevância por parcela considerável da
população, como, por exemplo, o desaparelhamento das forças armadas, a
logística, a desnacionalização de indústrias e de redes comerciais, a
dependência da importação de fármacos e de peças essenciais, a inexistência de
indústria automobilística nacional e numerosos outros assuntos mereceriam ser
atacados com urgência, a fim de transformar o Brasil, de fato, em grande
potência.
Diante de
tantos problemas, convocar um plebiscito para analisar reforma política é
escolher um alvo muito secundário. Contudo, se representar a passagem de uma
democracia representativa naturalmente corrupta para uma democracia direta,
muito mais autêntica já é um avanço. O povo sabe o que é bom. Veja-se o
resultado do plebiscito sobre o desarmamento das pessoas de bem. O resultado
contrariou o Governo e as ONGs, apesar da fortíssima propaganda governamental.
Que Deus
guarde a todos nós!
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