quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um confronto possível nas ruas brasileiras


A greve geral deflagrada hoje, dia 11, pelas centrais sindicais brasileiras teve dimensões modestas, se comparada às manifestações registradas durante a Copa das Confederações, mas era de se esperar esse “mise-en-scène” dos sindicalistas no jogo político atual.
Mesmo divididas, as oito centrais envolvidas no “Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores” pouparam a presidente Dilma Rousseff de críticas contundentes e procuraram mostrar ao Brasil sua força, mas a diferença entre a mobilização de hoje e as manifestações passadas não é apenas de forma, mas, principalmente de conteúdo.

Na forma, os sindicalistas revelaram sua clássica organização profissional, enquanto os manifestantes de junho, muitos estudantes e internautas, tomaram as ruas de assalto numa espontânea condenação ao Governo Dilma, sem permitir bandeiras partidárias.

No conteúdo, os manifestantes de junho revelaram a inquietação da sociedade, enquanto os sindicalistas de hoje justificaram sua dependência dos recursos financeiros que recebem do Governo anualmente, sem necessidade de prestação de contas: Algo em torno de 150 milhões de reais, arrecadados do imposto sindical.
São trunfos do governo e dos partidos da coalizão, em especial o Partido dos Trabalhadores –PT – e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro- PMDB-, as centrais sindicais, que podem ser acionadas como forças de neutralização ou contenção de qualquer iniciativa das massas dotada de legítima indignação contra as mazelas oficiais ou políticas.

Sendo assim, seria, no mínimo, interessante um possível jogo-de-braço entre esses dois mananciais de energia social, nas ruas brasileiras, durante a visita do Papa Francisco ou no transcorrer da Copa do Mundo. Tese e antítese, a produzir uma síntese  imprevisível.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário