A
greve geral deflagrada hoje, dia 11, pelas centrais sindicais brasileiras teve
dimensões modestas, se comparada às manifestações registradas durante a Copa
das Confederações, mas era de se esperar esse “mise-en-scène” dos sindicalistas no jogo político atual.
Mesmo
divididas, as oito centrais envolvidas no “Dia Nacional de Luta dos
Trabalhadores” pouparam a presidente Dilma Rousseff de críticas contundentes e
procuraram mostrar ao Brasil sua força, mas a diferença entre a mobilização de
hoje e as manifestações passadas não é apenas de forma, mas, principalmente de
conteúdo.
Na
forma, os sindicalistas revelaram sua clássica organização profissional,
enquanto os manifestantes de junho, muitos estudantes e internautas, tomaram as
ruas de assalto numa espontânea condenação ao Governo Dilma, sem permitir
bandeiras partidárias.
No
conteúdo, os manifestantes de junho revelaram a inquietação da sociedade,
enquanto os sindicalistas de hoje justificaram sua dependência dos recursos
financeiros que recebem do Governo anualmente, sem necessidade de prestação de
contas: Algo em torno de 150 milhões de reais, arrecadados do imposto sindical.
São
trunfos do governo e dos partidos da coalizão, em especial o Partido dos
Trabalhadores –PT – e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro- PMDB-, as
centrais sindicais, que podem ser acionadas como forças de neutralização ou
contenção de qualquer iniciativa das massas dotada de legítima indignação
contra as mazelas oficiais ou políticas.
Sendo
assim, seria, no mínimo, interessante um possível jogo-de-braço entre esses
dois mananciais de energia social, nas ruas brasileiras, durante a visita do
Papa Francisco ou no transcorrer da Copa do Mundo. Tese e antítese, a produzir
uma síntese imprevisível.
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