Gélio Fregapani (membro da Academia Brasileira de Defesa)
O que está em jogo na guerra civil na
Ucrânia: Para os EUA, trata-se de aumentar sua área de influência hegemônica e,
para a Rússia,de deslocar essa hegemonia.
O
desafio foi lançado quando os EUA e aliados da OTAN distorceram a intenção do
Conselho de Segurança sobre a Líbia e “ampliaram” uma “zona aérea de exclusão”,
para “zona de tiro-livre” para atacar e bombardear a Líbia. A Rússia não
encarou, mas decidiu conter o avanço dos
EUA e conseguiu conter na Síria. Lá os EUA não recuaram, mas não conseguiram
avançar. Na Criméia, a Rússia avançou. Desafiou, ostensivamente, a hegemonia
mundial dos EUA, e tudo indica que será vencedora, até porque os EUA não desejam
encarar uma guerra que pouco lhes será
útil.
Ao
contrário do que parece, a influência dos EUA não está em declínio em todo
globo. A América Latina ainda depende pesadamente dos EUA e apesar do
esquerdismo infantil da alguns de seus governantes inicia um refluxo da
(merecida) hostilidade aos EUA. Seu
principal inimigo – o Maduro, na Venezuela, não conseguirá manter-se sem uma
sangrenta repressão.
Os governos esquerdistas sul-americanos, todos, estão
pressionados quer pelos governos do 1º mundo quer pela própria incompetência.
Há perspectiva de mudanças e nessa área os EUA sairão ganhando, talvez até
consigam bloquear a relação comercial China-Brasil, vista como ameaça aos
interesses dos EUA, que não vê com bons olhos a expansão da economia
brasileira, cada vez mais apoiada na China, esta interessada na formação de
outro bloco econômico envolvendo os Brics, para se contrapor ao bloco ainda
hegemônico do dólar.
O desenvolvimento econômico dos Brics é o fato portador de
mudanças no grande tabuleiro muito dele depende do desenvolvimento da China e
muito deste depende da agricultura e dos recursos naturais do nosso País.
O Oriente Médio, com exceção do Irã e da
Síria, está aliado uns para os EUA, outros para a Arábia Saudita, o que dá no
mesmo. E a África? – Por enquanto nem conta neste jogo.
O
quadro político nacional
A imagem do PT já estava bastante desgastada. A da presidente Dilma, construída
por marqueteiros, teve dois pilares de sustentação: ética e competência
gerencial. O perfil ético de combate “os malfeitos” não resistiu às pressões de
seus partidários e aliados e a suposta competência foi diluída por falhas
amplamente divulgadas, entre elas o episódio da compra da refinaria de
Pasadena. Num passe de mágica, o prestígio da Presidente desmanchou em um mês com
as manifestações do ano passado e continua caindo. Só dá certo as tarefas
atribuídas aos militares. Seu governo, virtualmente, acabou e suas chances de
reeleição, ainda existentes, diminuem dia a dia.
Estamos
diante de alternativas péssimas. Ou a quadrilha do PT ou a Oligarquia
Financeira Transnacional ou ainda o indianismo/ambientalismo retrogrado da
Marina. A previsão é de vitória dos entreguistas do PSDB. O PMDB talvez
abandone o barco assim que a candidatura do Aécio Neves ou a do Campos
A oligarquia financeira tudo fará para evitar a reeleição da
Dilma e do Lula. A corrupta atuação do PT/PMDB no atual governo dá legitimidade
a mudança de governo, cuja real finalidade é alterar os rumos da política
externa, segundo a ótica dos EUA. Uma eleição do Campos /Marina seria a pior hipótese pois travaria todo o progresso
e terminaria por dividir o País em pequenas nações étnicas atreladas às ONGs da
casa real inglesa. De uma corrente de Nacionalismo Honesto há poucos sinais,
ela existe, mas a mídia estrangeira convenceu o nosso povo que é coisa de
militares truculentos e assim ainda não encontra eco na nossa gente.
É claro que muitos petistas em seus cargos comissionados procurarão inviabilizar a administração antes da substituição e que os “movimentos sociais (MST, MAB Etc.) tentarão criar um caos que exigirá uma intervenção militar de consequências imprevisíveis.
Devemos considerar ainda que, no nosso País
como em muitos outros, sempre houve fraude eleitoral. Que haja fraudes também
nas urnas eletrônicas não será novidade e é provável que o nível de
desconfiança tire a legitimidade da eleição. Pior ainda se algum juiz eleitoral
confirmar que está mais a serviço do PT do que à lisura nas eleições. Afinal, assim
que operam os partidos quando tem oportunidade.
O mundo Ocidental e a Oligarquia Financeira
não ajudariam o novo governo se este lhe for favorável? – É melhor não contar
com isto! São muito generosos até conseguirem o que querem. Já vimos isto no apoio
à criação da Reserva Raposa-Serra do Sol. Foi só até a homologação. Depois, o
abandono.
O problema mais imediato
A
sociedade brasileira está sendo artificialmente desunida e segmentada em
negros, índios, feministas, gays, ambientalistas e assim por diante.
Antagonismos semeados por milhares de ONGs, incitando a quem se sente
injustiçado para que se torne inimigo da sociedade e que o Estado deve impor
sua causa em detrimento de todos os demais.
Naturalmente,
a defesa dos duvidosos direitos de grupos é mero pretexto criado pela
oligarquia internacional para dividir o País ou no mínimo para quebrar-lhe a
coesão. No caso da campanha indigenista está provocando uma escalada nos
conflitos em vários Estados e revela potencial de uma guerra civil. Agora o
risco será maior se o Governo não denunciar a Convenção dos Direitos dos Povos
Indígenas até julho,pois perderemos as condições jurídicas de recusar a
independência e a secessão de quaisquer das reservas que assim o desejar.
A
campanha indigenista, orientada do estrangeiro visa também quebrar o setor
produtivo rural, como se viu em Roraima, e não serve aos índios que desejam
prosperar ( como todo ser humano) pois retira deles a liberdade, deixando-os confinados sem
direito de desenvolvimento pleno de sua própria vida, forçando-os a voltar a
viver como na idade da pedra.
Não
é de admirar que os maiores inimigos do movimento indigenista sejam os índios
esclarecidos. Enquanto isto, gente de visão curta, fica discutindo somente a
política partidária.
O
Exército - O Grande Mudo
Quem
inaugurou a criação das gigantescas reservas indígenas foi o Collor, mas ,para
ser fiel aos fatos, foi FHC quem começou com a destruição das Forças Armadas,
com as escandalosas indenizações aos ex-terroristas, deu os primeiros passos
para instalação da tal Comissão da Verdade, achatou os soldos, prosseguiu com o
sucateamento do material bélico e, ao criar o Ministério da Defesa, nomeou como
Ministro uma pessoa suspeita de envolvimento com o crime organizado.
O Lula
manteve a mesma política e, mais realista cedendo, quando a pressão ficava mais
forte, e seguindo a orientação dele, Dilma nomeou o Celso Amorim, o mesmo que
assinou a convenção dos povos indígenas, que nos conduzirá a guerra ou a
mutilação do território.
É
óbvio que o Exército está descontente, como toda a camada pensante da população
e esta pede diariamente por uma intervenção, que seria legitimada porque as
Forças Armadas gozam do mais alto índice de confiança da população, entretanto
o Exército tende a continuar mudo, evidenciando não ter apetite por novamente
ter que consertaros estragos da administração civil.
Não são as Forças Armadas
que devem dizer qual o nível de corrupção tolerável e qual o não tolerável, nem
mesmo se o País deve ser uma democracia ou até ter um regime comunista. De
qualquer forma terá que intervir se houver uma guerra civil ou em caso de
ameaça de separatismo, este muito mais provável.
Que
Deus proteja o nosso Brasil de uma Guerra Civil!
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