sexta-feira, 5 de setembro de 2014

"Trairagens" na disputal eleitoral


Há um adagio popular gaúcho que diz: “Se a lagoa ondula, é porque a traíra é grande”. A Presidente Dilma Rousseff anuncia que, em caso de sua reeleição, vai mudar a equipe e já anuncia  a substituição do até aqui superministro da Fazenda, Guido Mantega, diante dos resultados negativos da política econômica, que colocam o Brasil em recessão técnica, quando muitos países em desenvolvimento crescem, e em situação de aumento da inflação acima dos índices previstos.

No sistema de governo presidencialista brasileiro, o ministro da Fazenda, detentor da chave do cofre do tesouro federal, é uma espécie de primeiro-ministro parlamentarista. Mas pode ser comparado a técnico de futebol, que só se garante no cargo com resultados positivos, sendo defenestrado quando perde. Mantega já está sendo "prestigiado".

Acho estranho que o noticiário registre satisfação do meio empresarial com a possível saída de Guido Mantega. Até parece que os empresários não têm força para impor seus interesses na formulação e execução da  política econômica ou não contribuíram para que Mantega permanecesse à frente da Pasta da Fazenda no governo Dilma Rousseff...

Com 42% das intenções de votos em São Paulo para a candidata Marina Silva, do Partido Socialista Brasileiro –PSB -, o receio do Partido dos Trabalhadores de que sua candidata não seja reeleita é concreto, a ponto de o ex-presidente Lula tentar evitar que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, homem fortemente ligado à banca internacional, possa se bandear para o lado de Marina.

Meirelles é uma espécie de biruta humana para os capitalistas internacionais. Se ele se bandear para o lado de Marina, será um forte indicador de que a eleição de Marina será inevitável. Em caso contrário, prevalecerá o clima de disputa com esperança para Dilma.

Não é só Meirelles que funciona como biruta do quadro sucessório atual. Alguns próceres do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB-, que tem o ex-senador Aécio Neves como candidato, estão trabalhando por baixo em favor de Marina e minando as chances do mineiro.

É uma verdadeira cama-de-gato em Aécio  aplicada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, que fez propaganda eleitoral para sua reeleição mostrando o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, do PSB, candidato a vice-presidente na chapa de Marina. O candidato a senador por São Paulo, José Serra, com eleição certa, aceita que seu nome seja ventilado, para compor eventual ministério de Marina, pelo presidente do Partido Popular Socialista - PPS-, ex Partido Comunista Brasileiro (PCB), pelo seu presidente, deputado federal Roberto Freire.

Deveria Aécio Neves, quando postulou  seu nome à disputa presidencial dentro do PSDB, ter observado, com a típica desconfiança dos mineiros, que os paulistas não abrem mão do poder central em nome de outro estado, por mais aliado estratégico que seja. Havendo segundo turno, os próceres do PSDB apoiarão Marina, ficando comprovado que o PSDB é um partido eminentemente paulista e sob domínio dos paulistas, que nunca põem todos seus ovos numa só cesta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário