quarta-feira, 10 de junho de 2015

PMDB e PT disputam hegemonia de olho em 2018


Devagarzinho, a disputa pela sucessão da presidenta  Dilma Rousseff, em novembro de 2018, começa a minar as boas relações entre o Partido dos Trabalhadores - PT- e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro –PMDB-, donos da coalizão que governa o Brasil.
Quando Dilma, reeleita, assumiu, em janeiro deste ano, seu mandato, passou a correr perigo em função das denúncias de corrupção na Petrobrás e outros órgãos estatais, além da situação negativa da economia, com desindustrialização, desemprego e aumento da inflação. A necessidade de imposição do ajuste fiscal, remédio amargo para a sociedade, suscitou até mesmo a possibilidade de que houvesse mobilização da oposição no sentido de promover o impeachment de Dilma.
O vice-presidente Michel Temer, do PMDB, tomou as rédeas da coordenação política no Congresso Nacional e conseguiu tirar o governo  das cordas em que fora lançado por uma saraivada de críticas que derrubou a popularidade  de Dilma a 13%  em abril- baixíssima para quem acabara de assumir a Presidência num segundo mandato cheio de promessas de palanque , uma delas  a moralização política.
O ex-presidente Lula da Silva acenou com a possibilidade de mobilização do exército dos trabalhadores sem-terra para conter qualquer investida da oposição nas ruas contra a manutenção da Presidente Dilma no poder, e agora se tornou alvo também de denúncias de corrupção num esquema de plutocracia com favorecimento de amigos e familiares.
Mas, se Lula vive esse inferno astral e Dilma ainda tenta  se estabilizar no Governo, quais são os nomes que estariam de olho na Presidência da República, em 2018? O primeiro deles é o do atual ministro-chefe da Casa Civil da Presidência, ex-senador e ministro Aloisio Mercadante, um dos fundadores do PT.
Mercadante defendeu, no início desta semana, a transferência da coordenação política no Congresso à Casa Civil, alegando que compete a seu órgão tratar da política de balcão com os parlamentares. Essa missão vem sendo desempenhada, no momento, pelo vice-presidente Michel Temer, desde o auge da crise inicial do governo Dilma, mas Michel Temer refuta a proposta de Mercadante alegando que a coordenação feita pela sua equipe vem logrando êxito.
Sem dúvida, esse começo de disputa entre Temer e Mercadante é a ponta do iceberg de uma competição maior pelo controle do Congresso, sem o qual nenhum partido pode pensar em disputar o Palácio do Planalto. Ainda é cedo para falar de nomes potenciais para a sucessão, mas, dentro do PT, Mercadante é, sem dúvida, um deles, junto com o ministro da Defesa, Jacques Wagner, caso Lula fique de fora da disputa. Dentro do PMDB, os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, têm condições de se tornarem postulantes.
Em resumo, há uma disputa interna dentro da coalizão pelo controle do Congresso Nacional com vistas à sucessão da Presidente Dilma Rousseff em 2018, independentemente dos acidentes de percurso que possam ocorrer no âmbito da cadeia sucessória, se a economia e a política tomarem rumos indesejáveis.

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