Devagarzinho,
a disputa pela sucessão da presidenta Dilma Rousseff, em novembro de 2018, começa a
minar as boas relações entre o Partido dos Trabalhadores - PT- e o Partido do
Movimento Democrático Brasileiro –PMDB-, donos da coalizão que governa o
Brasil.
Quando
Dilma, reeleita, assumiu, em janeiro deste ano, seu mandato, passou a correr
perigo em função das denúncias de corrupção na Petrobrás e outros órgãos estatais,
além da situação negativa da economia, com desindustrialização, desemprego e aumento
da inflação. A necessidade de imposição do ajuste fiscal, remédio amargo para a
sociedade, suscitou até mesmo a possibilidade de que houvesse mobilização da
oposição no sentido de promover o impeachment
de Dilma.
O
vice-presidente Michel Temer, do PMDB, tomou as rédeas da coordenação política
no Congresso Nacional e conseguiu tirar o governo das cordas em que fora lançado por uma
saraivada de críticas que derrubou a popularidade de Dilma a 13% em abril- baixíssima para quem acabara de
assumir a Presidência num segundo mandato cheio de promessas de palanque , uma
delas a moralização política.
O
ex-presidente Lula da Silva acenou com a possibilidade de mobilização do exército
dos trabalhadores sem-terra para conter qualquer investida da oposição nas ruas
contra a manutenção da Presidente Dilma no poder, e agora se tornou alvo também
de denúncias de corrupção num esquema de plutocracia com favorecimento de
amigos e familiares.
Mas,
se Lula vive esse inferno astral e Dilma ainda tenta se estabilizar no Governo, quais são os nomes
que estariam de olho na Presidência da República, em 2018? O primeiro deles é o
do atual ministro-chefe da Casa Civil da Presidência, ex-senador e ministro
Aloisio Mercadante, um dos fundadores do PT.
Mercadante
defendeu, no início desta semana, a transferência da coordenação política no
Congresso à Casa Civil, alegando que compete a seu órgão tratar da política de
balcão com os parlamentares. Essa missão vem sendo desempenhada, no momento,
pelo vice-presidente Michel Temer, desde o auge da crise inicial do governo
Dilma, mas Michel Temer refuta a proposta de Mercadante alegando que a
coordenação feita pela sua equipe vem logrando êxito.
Sem
dúvida, esse começo de disputa entre Temer e Mercadante é a ponta do iceberg de uma competição maior pelo
controle do Congresso, sem o qual nenhum partido pode pensar em disputar o
Palácio do Planalto. Ainda é cedo para falar de nomes potenciais para a sucessão,
mas, dentro do PT, Mercadante é, sem dúvida, um deles, junto com o ministro da
Defesa, Jacques Wagner, caso Lula fique de fora da disputa. Dentro do PMDB, os
presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, têm condições de se tornarem postulantes.
Em
resumo, há uma disputa interna dentro da coalizão pelo controle do Congresso
Nacional com vistas à sucessão da Presidente Dilma Rousseff em 2018,
independentemente dos acidentes de percurso que possam ocorrer no âmbito da
cadeia sucessória, se a economia e a política tomarem rumos indesejáveis.
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