sábado, 30 de maio de 2015

Com as maracutaias na FIFA, Brasil precisa reproclamar a República


Não estou conseguindo entender, ou, melhor, acho que entendo, sim, tão grande interesse dos Estados Unidos em colocar o FBI para investigar maracutaias na Federação Internacional de Futebol –FIFA- e até encurralar 16 dirigentes na Suíça, entre os quais o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol - CBF-, sob risco de prisão e extradição para os países de origem, para serem processados e até cumprirem pena.

O futebol nos Estados Unidos ainda é incipiente por conta do descaso que eles tiveram ao longo de sua história pela prática do que denominam soccer, que o mundo inteiro, até asiáticos ditatoriais e africanos tribais, pratica com empolgação nas copas mundiais. Foi o secretário de Estado Henry Kissinger quem lutou inicialmente pela introdução do futebol na terra do Tio Sam, onde o rugby é o esporte com maior número de aficionados.

Os Estados Unidos agora despertaram para a necessidade urgente de participarem dessa festa mundial, pois, como protagonistas da política mundial, estavam comendo moscas ficando de fora do grande espetáculo, o mais difundido no mundo inteiro pelos meios de comunicação de massa, com apelo econômico e político sem igual em qualquer outro segmento dos poderes.

E, agora, Washington, com seu arsenal político e policial, coloca-se como paladino da moralização da FIFA, que reelegeu Joseph Blatter, num claro recado aos demais países: Quer botar sua mão sobre a poderosa entidade e controlar o futebol no mundo inteiro.

Caso consiga esse intento, o futebol nunca mais será o mesmo em termos de qualidade, espontaneidade e arte, porque o mercado futebolístico mundial, já contaminado pela cupidez dos  políticos, dos clubes, dos dirigentes , dos treinadores , das empresas e dos jogadores,  vai tirando cada vez o encanto desse esporte que projetou o Brasil.  A chinelada de 7 a 1 que a Seleção Brasileira levou da Alemanha, na Copa de 2014, sinaliza o fim da hegemonia mundial brasileira e o início do futebol de resultados políticos e financeiros.

Mas, como tudo, com honrosa exceção do Chile, está contaminado pela corrupção, abaixo da linha do Equador, onde não existe pecado, não devem os brasileiros ficar aborrecidos com as presenças de José Maria Marin ou de Ricardo Teixeira entre os suspeitos. Surpresos teriam que ficar se nenhum brasileiro estivesse envolvido nas maracutaias da FIFA com a cornucópia jorrando tão descaradamente no Brasil a favor da bandidagem. A República precisa ser reproclamada no Brasil...

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