A agência de notícias e rádio Sputnik é a nova versão de “A Voz
da Rússia”, cujo site brasileiro divulga amplo noticiário sobre a Rússia,
com enfoque nas suas relações com o Brasil. Para acessar, basta clicar em http://sputiniknews.com.
Nos tempos da “Guerra Fria”,
década de 60/70, em que o regime militar brasileiro vigiava os movimentos da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas –URSS- na América Latina e na África,
o máximo que se tolerava no Brasil era o funcionamento da Embaixada da URSS,
com seus serviços de divulgação, e o credenciamento de correspondentes da
agência TASS junto ao Itamaraty.
Como editor internacional do “Correio Braziliense”, eu tinha dificuldades em divulgar textos confiáveis
sobre a União Soviética, pois o material panfletário do setor cultural e de
imprensa da Embaixada e as versões dos correspondentes da TASS dispunham claramente sobre apologia ideológica em detrimento
da informação jornalística.
As principais agências noticiosas ocidentais (United Press Internacional –UPI - e Associated Press – AP-, norte-americanas, ANSA, italiana, e Reuters,
inglesa) também noticiavam fatos de interesse dos Estados Unidos e seus
parceiros ocidentais.Com raras exceções à fidelidade jornalística, era a “guerra-fria”
entre Washington e Moscou, e havia patrulheiros ideológicos de todos os lados,
e nem os noticiários do Pravda, órgão
oficial do Partido Comunista Soviético,
e do Granma, órgão oficial do
Partido Comunista de Cuba, escapavam dos
filtros da censura quando entravam no Brasil.
Quem lê hoje o site do Sputinik
não tem idéia da massiva presença dos russos no Brasil, se comparada com a
discreta divulgação e presença dos soviéticos há quatro ou cinco décadas. O
acordo de cooperação militar firmado recentemente pelos dirigentes dos dois
países, Dilma e Putin, que abrange não apenas o fornecimento de equipamentos de
defesa antiaérea, mas também a troca de informações e treinamento,
possibilitando a livre circulação de até 40 mil militares russos no Brasil,
tudo justificado pela participação nos BRICS - grupo Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul -, vem causando perplexidade em vários setores.
O próprio silêncio dos Estados
Unidos diante dessa guinada do Brasil para o Socialismo, consolidada pelo
acordo militar com a Rússia, a nomeação de um comunista para o Ministério da
Defesa, o deputado Aldo Rebelo, e mais recentemente de comunistas para cargos
de assessoria de Aldo, como a deputada Perpétua Almeida, do PC do B do Acre, que
assumiu a estratégica secretaria de Produtos da Defesa, são fatos que ainda não
foram digeridos por setores mais conservadores das Forças Armadas.
Algumas cabeças, na ativa e na
reserva das três forças, consideram que o Brasil vive hoje uma república
marxista gerada pelo Foro de São Paulo, sob inspiração da cartilha de Gramsci e
difundida por todos os países da América do Sul, não se justificando que alguns
expoentes militares possam admitir “engolir sapos pelo bem da instituição”,
quando as forças estão sucateadas e sem recursos orçamentários para sua
manutenção, enquanto comunistas se enriquecem na corrupção.
O filósofo Olavo de Castro, considerado
de direita, responsabiliza o governo de Fernando Henrique Cardoso, do Partido
da Social Democracia Brasileira –PSDB- por esta guinada brasileira à esquerda,
observando que o Partido dos Trabalhadores –PT- é mais operacional e menos ideológico,
enquanto o PSDB é um partido da Internacional Socialista e de falsa oposição.
Pelas redes sociais, muitos
internautas duvidam que a manifestação prevista para o próximo dia 13 de março,
em favor do impeachment da Presidente
Dilma Rousseff, provoque algum resultado concreto, mas aumenta a corrente dos
que desejam soluções mais duras para mudar a atual situação política e
econômica do Brasil. Mas, ainda falta o
nome salvador da pátria para recolocar o Brasil no seu tradicional nicho de
país liberal, democrático e capitalista. Em caso contrário, só falta proclamar a República Socialista do Brasil mudando-se a Constituição...
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