A saída do senador Romero Jucá do ministério do Planejamento, apenas 10 dias depois de anunciada a equipe do governo interino do vice-presidente Michel Temer, era um dentre outros acidentes de percurso previsíveis, considerando-se o grau de contaminação pela corrupção do sistema político brasileiro, após 13 anos de gestão do Partido dos Trabalhadores -PT- na Presidência da República.
Não apenas a cadeia sucessória brasileira apresenta-se contaminada, desde o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, deputado Waldir Maranhão, até Michel Temer e o Presidente do Senado, senador Renan Calheiros, os três com acusações contra suas pessoas, juntos com toda uma geração de políticos oriundos da Nova República, iniciada em 1985, após a derrocada do regime militar instaurado em 1964. Trazem a marca da influência do poder econômico e financeiro na política, em detrimento da democracia representativa do one man one vote.
Mais grave ainda é a influência do poder econômico e financeiro sobre os três poderes, abrindo campo para a ameaça de surgimento do denominado "estado bandido", expressão que alguns políticos e juristas brasileiros associam aos países bolivarianos que se tornaram aliados incondicionais do Brasil por influência do Foro de São Paulo. A meta desse esquerdismo é a implantação do regime comunista na região, conforme o site do PT deixa bem claro.
O sistema eleitoral-partidário no Brasil, com 35 partidos políticos e 142 milhões de eleitores registrados no Tribunal Superior Eleitoral - TSE- enfrenta um processo de pulverização ideológica e de estiolamento de lideranças. Quem são os grandes líderes políticos do Brasil de hoje? Mais fácil é dizer que o juiz Sérgio Moro é a figura carismática mais lembrada, porque está conduzindo com coragem a "Operação Lava Jato" e caçando os responsáveis pela demolição da Petrobrás, da Eletrobrás e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -BNDES-.
A ideia de que não há juízes em Roma se associa à extensa impunidade daqueles que comandaram ou coonestaram a corrupção no Brasil, desde o início dos governos de esquerda (PSDB e PT). Corrupção que, por ser cultural, é endêmica. Os que chamam Michel Temer de golpista são os mesmos que defendem a permanência da Presidenta Dilma, que deixou um déficit fiscal de mais de 170 bilhões de reais e 11 milhões de desempregados, com pedaladas fiscais e tudo.
Basta gritarem que foi golpe o atual processo de impeachment avalizado pelo Supremo Tribunal Federal -STF- para tentarem acobertar os crimes e a corrupção dos quais Lula e Dilma nunca tomaram conhecimento.Até vários e renomados artistas, contemplados com mais de 70 milhões de reais pela Lei Rouanet, no Ministério da Cultura que tanto exaltam, estão tentando pescar em águas turvas e fazendo coro com os políticos inescrupulosos.
Haveria outros pescadores de águas turvas em setores insuspeitos, mas o assunto comporta uma análise bem mais detalhada. A equipe de Temer vem mapeando-os desde o primeiro governo Dilma/Temer e tem antídoto contra esses agentes das sombras, que não têm mandato popular, mas se aproveitam da crise política e econômica. Com apoio da maioria dos brasileiros, o tecelão do Tietê vai recuperar a economia e restabelecer a esperança com medidas a serem anunciadas em breve.
Vivemos no Brasil, neste momento, sob a égide da irreverência do sambista Bezerra da Silva e do cronista e escritor Stanislaw Ponte Preta, em contraponto com a moral e a ética de Rui Barbosa. Não citarei a prosa e o verso que esses três brasileiros intuíram sobre a ética de resultados dos políticos. A saída de Jucá pode ser apenas um dos acidentes de percurso previsíveis do atual Governo, porque a contaminação do sistema político brasileiro é ampla e profunda.
O Presidente Michel Temer está focado na crise econômica e não nas questões morais e éticas que afetam ou podem afetar seu governo.Segue o que prescreveu Deng-Hsiao-ping, após a derrocada comunista na China e no seu esforço gigantesco para recuperação do País:"Não importa a cor do gato, o importante é que pegue o rato..."
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