quinta-feira, 26 de abril de 2012

Instabilidade política é risco iminente


Qual o segredo do ex-presidente Lula,  que,mesmo  convalescendo de  quimioterapia para tratamento de um câncer na laringe,sem poder usar seu potencial discursivo,continua sendo o político mais popular do Brasil,com direito à lembrança do seu nome nas enquetes para retornar à Presidência da República?

A lembrança do nome de Lula não ocorre numa sondagem “solteira”, mas, sim,  casada com os altos índices de aprovação do governo da Presidenta Dilma Rousseff, o que torna mais significativo o carisma do ex-metalúrgico que levou o Partido dos Trabalhadores ao poder e que ainda sonha com o PT liderando ampla coalizão partidária – espécie de “partidão” – para viabilizar o socialismo de esquerda no Brasil.

Projeto que foi concebido no Fórum das Américas, em São Paulo, que congrega as forças aglutinadoras das esquerdas de toda a América Latina, sem a menor reação dos países tidos como liberais, entre os quais os Estados Unidos. E ,se essa entidade representa mesmo o que há de mais promissor em matéria de revolução, então essa terá inclusive o apoio da Igreja Católica,que tem o PT como seu braço político.

O segredo de Lula é saber traduzir a massa, num governo e num discurso cheio de promessas  e assistencialismo,rompantes nacionalistas e nenhuma tentativa de racionalização de sua retórica perante o eleitorado. Palavras-chaves de sedução, invocando sua origem humilde, sua alma proletária, sua saga de pau-de-arara, seu espírito corintiano...

Tanta desenvoltura do ex-Presidente,respaldado no aparato do poder partidário e estatal que montou, na sua popularidade internacional e na falta de uma oposição  competitiva.Na política massificada de hoje, a massa faz o espetáculo e os outros são espectadores, e o intérprete da massa ainda continua sendo Lula.

Como no reino animal toda espécie tem seu predador, mesmo o leão, cujo predador é o homem, só haveria um animal político em condições de confrontar com o poder sedutor de Lula,no Brasil atual: O ex-presidente Fernando Collor de Mello,hoje senador, que tem o antídoto retórico natural contra a verve  lulista, mas que se recolheu á discrição,acuado pelas contingências de uma ascensão meteórica interrompida pela sua defenestração da Presidência. Collor seria páreo para Lula,num vis-à-vis, mas não seria para a máquina do PT,que,por ironia, ainda depende de Lula.

Se a instalação da CPI do Cachoeira foi estimulada para esvaziar o impacto do “mensalão”,só o tempo dirá, porque  são tantos os parlamentares acusados de envolvimento naquele escandaloso processo ocorrido durante o Governo Lula, que a sua condenação colocaria em risco a legitimidade de muitas decisões do processo legislativo daquele período,que ainda estão em vigência, aprovadas em votações  pelo Congresso Nacional ,além de outras decisões  de Estado.

O processo político tem a sua arquitetura e engenharias planejadas ,mas,como ensina a teoria da decisão política, a natureza humana  cria situações múltiplas,num caleidoscópio que vai da mediocridade à genialidade, da ascensão à queda,  do êxtase à agonia...

Periga,de fato, a estabilidade político-institucional do país, e isso tem relação com as viagens da Presidenta Dilma ao exterior (Alemanha,Índia e Estados Unidos) e as visitas da secretária de Estado Hillary Clinton e do Secretário de Defesa Panetta ao Brasil.

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