O Presidente Barack Obama, pensando na sua reeleição,
declarou sua aprovação ao casamento entre homossexuais nos Estados Unidos, um
dos países com maior percentual de pessoas que assumem suas relações. Simples
em política, principalmente em períodos eleitorais: Os candidatos sintonizam o
seu barco de acordo com a onda, seja esta casual ou recorrente.
Há uma sólida tendência para inclusão do homossexualismo, em
contraposição à homofobia, na agenda eleitoral de quase todos os países tidos
como democráticos: O homossexualismo em busca de legitimação na normatização
civil e a homofobia tipificada como preconceito e até crime, dependendo do seu
desdobramento. Nessa polarização ocorrerão os embates.
A sociedade em geral é complexa e muita vezes apresenta descompassos
entre a evolução do indivíduo e a evolução do organismo social. O sexo, como determinação
cromossômica e anatômica, é função individual, mas, em termos de identidade
(gênero), sofre a influência social. Além dos costumes, a moda é uma forte
fixadora de valores.
Por exemplo: Vistos como extensões da pele e da temperatura
corporal (como diria McLuhan), o vestuário e o penteado, nas últimas décadas,
se padronizaram globalmente no jeans e nos cortes, e a progressiva diminuição do
uso de cabelos compridos e de saias e vestidos convergiram para a “masculinização”
da tradicional estética feminina. Com maior frequência, no cotidiano, as mulheres
usam calça comprida, cabelos curtos, bermudas, camisetas e tênis, quando não trajes sumários e transparentes que nem os homens usam.
Além dessa uniformização, a incorporação da mulher ao
mercado de trabalho, em condições competitivas hoje com o homem e em nichos
tradicionalmente masculinos (construção civil, forças armadas, serviços públicos,
empresas de segurança, esportes, oficinas mecânicas, fábricas, transportes de
cargas e pessoas, etc.), associada aos movimentos sociais contra a
discriminação sexual, tem contribuído para o contato favorável à liberdade sexual.
Lembro-me de outros temas, que, aos poucos, foram
incorporados à agenda política-eleitoral, tais como divórcio, serviço militar feminino,
descriminalização do uso de maconha, legalização do aborto, eutanásia,
terrorismo, clonagem e transgenia em animais e plantas, inseminação artificial,
pena de morte, prostituição legalizada... Temas que, por razões históricas e
religiosas, eram considerados tabus e que hoje constam do processo legislativo
de quase todos os países, não obstante o repúdio da Igreja e de setores conservadores.
A Biopolítica é uma das áreas mais sofisticadas, uma espécie
de química-fina da Ciência Política atual, que estuda todos os fenômenos
políticos e o emprego do poder político associados à vida animal, ao
meio-ambiente e à tecnologia, uma fusão, enfim, entre a Ciência Política e a
Biologia.
Valho-me de uma definição que encontrei na Wikipédia:” A
Biopolítica é um campo que permite agregar,aproximar,associar setores da
realidade relacionados com a vida, a natureza e o conhecimento, cujas mudanças
ao longo do tempo foram provocadas pela indústria,pela ciência e pela
tecnologia, que hoje disputam o campo político-econômico mundial.”
São tantas as implicações morais e éticas desse campo de
estudo, que o mesmo tende a se tornar cada vez mais polêmico e motivo de
investimentos vultosos das universidades públicas e privadas neste século.
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