A temperatura política no Brasil
é elevada e o mercúrio do termômetro continua subindo a nível imprevisível, estimulado
por três fatos incandescentes e concomitantes: A CPI do Cachoeira, a instalação
da Comissão da Verdade e o julgamento do “mensalão”.
A CPI já deixou vazar para a
imprensa e as redes sociais 82 nomes relacionados ou apenas citados nas
conversas do contraventor e seus comparsas, com base em depoimento sigiloso do
delegado Matheus Mela Rodrigues, coordenador da “Operação Monte Carlo”.
É cedo para avaliar nessa relação
de nomes quem é joio e quem é trigo, mas o espectro das proeminentes figuras
relacionadas abrange os três poderes e tem potencial para abalar os alicerces
da República e desencadear a mais séria crise política-institucional e falência ética e moral da “classe dirigente” contemporânea do País.
A instalação da Comissão da
Verdade, para apurar supostas violações dos direitos humanos durante a vigência
do regime militar, deleta virtualmente a
Lei da Anistia e abre uma guerra intestina entre forças políticas, econômicas e
militares, que disputam a hegemonia ideológica de controle do poder nacional
para as próximas décadas.
A Presidente Dilma Rousseff deu a
essa comissão tratamento de assunto de Estado ,convidando para a cerimônia de
sua instalação os ex-presidentes José Sarney (atual presidente do Congresso
Nacional),Fernando Collor,Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva.
O ministro Joaquim Barbosa, do
Supremo Tribunal Federal, já divulgou o teor do relatório de acolhimento da
denúncia do procurador-geral da República,Roberto Gurgel, contra 38 réus
envolvidos na “sofisticada organização criminosa” (expressão do ministro) “para
garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos
Trabalhadores,mediante a compra de suporte político de outros partidos”,
durante o Governo Lula.
Esses três eventos ganham ampla
cobertura da mídia nacional e internacional, com repercussões em todas as
expressões do poder, mas as redes sociais imprimem um clima apocalíptico aos mesmos, em sintonia com as profecias
escatológicas sobre o 21 de dezembro de 2012.
A quem interessaria o caos? – eis
a pergunta oportuna. Difícil é identificar, com tantos nomes, ógãos
institucionais públicos e privados e
partidos envolvidos,um só beneficiário,mesmo porque há outros atores externos
acompanhando e até manipulando cordéis.
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