quarta-feira, 16 de maio de 2012

Clima político é de apocalipse


A temperatura política no Brasil é elevada e o mercúrio do termômetro continua subindo a nível imprevisível, estimulado por três fatos incandescentes e concomitantes: A CPI do Cachoeira, a instalação da Comissão da Verdade e o julgamento do “mensalão”.

A CPI já deixou vazar para a imprensa e as redes sociais 82 nomes relacionados ou apenas citados nas conversas do contraventor e seus comparsas, com base em depoimento sigiloso do delegado Matheus Mela Rodrigues, coordenador da “Operação Monte Carlo”.

É cedo para avaliar nessa relação de nomes quem é joio e quem é trigo, mas o espectro das proeminentes figuras relacionadas abrange os três poderes e tem potencial para abalar os alicerces da República e desencadear a mais séria crise política-institucional  e falência ética e moral  da “classe dirigente” contemporânea do País.

A instalação da Comissão da Verdade, para apurar supostas violações dos direitos humanos durante a vigência do regime militar, deleta  virtualmente a Lei da Anistia e abre uma guerra intestina entre forças políticas, econômicas e militares, que disputam a hegemonia ideológica de controle do poder nacional para as próximas décadas.

A Presidente Dilma Rousseff deu a essa comissão tratamento de assunto de Estado ,convidando para a cerimônia de sua instalação os ex-presidentes José Sarney (atual presidente do Congresso Nacional),Fernando Collor,Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva.

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, já divulgou o teor do relatório de acolhimento da denúncia do procurador-geral da República,Roberto Gurgel, contra 38 réus envolvidos na “sofisticada organização criminosa” (expressão do ministro) “para garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores,mediante a compra de suporte político de outros partidos”, durante o Governo Lula.

Esses três eventos ganham ampla cobertura da mídia nacional e internacional, com repercussões em todas as expressões do poder, mas as redes sociais imprimem um clima apocalíptico  aos mesmos, em sintonia com as profecias escatológicas sobre o 21 de dezembro de 2012.

A quem interessaria o caos? – eis a pergunta oportuna. Difícil é identificar, com tantos nomes, ógãos institucionais públicos e privados  e partidos envolvidos,um só beneficiário,mesmo porque há outros atores externos acompanhando e até manipulando cordéis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário