Será, substancialmente, político
o voto a ser proferido pelo decano do Supremo Tribunal Federal – STF-, ministro
Celso de Mello, a respeito da aceitação dos embargos infringentes apresentados
pelos advogados dos condenados no julgamento do “Mensalão”, ainda que o
ministro, em esparsas declarações, venha destacando o respaldo normativo
oferecido pelo regimento interno do tribunal e a impunibilidade dos condenados.
Celso de Mello frequentou a mesma
pensão de um dos condenados, o ex-ministro José Dirceu, em São Paulo, na década
dos 60, segundo li na web; a ser verdadeiro esse informe, a associação entre os
dois pensionistas será inevitável. Dirceu seria um dos beneficiados em caso de protelação
do julgamento para 2014, além de outros parlamentares do Partido dos
Trabalhadores, entre os quais o ex-presidente da Câmara dos Deputados, deputado
João Paulo Cunha, do estado de São Paulo.
A voz rouca das ruas quer ver os
condenados imediatamente presos e muitos petistas, em silêncio, desejam o
mesmo, pois a protelação do julgamento contaminará as eleições presidenciais de
2014, prejudicando, inclusive, a reeleição da Presidente Dilma Rousseff.
É aí que as contradições do
processo político surgem: Celso de Mello adotará o regimento- norma menor – no lugar
da lei que regulou os processos no STF, de 1990, que não menciona os embargos infringentes? E a hierarquia das leis?
Acolhendo os embargos, Celso de
Mello beneficiará os condenados, por mais que diga que não ficarão impunes, mas
essa decisão abrirá uma bandeira especial para os adversários do PT e do Partido da Social Democracia Brasileira -PSDB (que
iniciou em Minas Gerais, no Governo Azeredo, o modelo de compra de votos), nas
próximas eleições.
A ex-senadora Marina Silva poderá
pegar vários coelhos com uma só cajadada... Como mais perigosa adversária de
Dilma, não deixará de explorar o “Mensalão”, embora tivesse sido ministra do
Meio-Ambiente do Governo Lula e tivesse mantido silêncio na ocasião, ou seja, tem telhado de vidro...
Há ainda o possível efeito
Joaquim Barbosa, nome do atual presidente do Supremo Tribunal Federal e relator
do processo do “Mensalão”. Aplaudido por condenar os “mensaleiros”, o ministro
pode ficar chamuscado, se a sua relatoria e a própria atuação do tribunal forem
colocadas em cheque. Joaquim Barbosa hoje é ícone da moralidade na web e vem
sendo apontado como potencial candidatável nas pesquisas de opinião.
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