Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
Sobre a
Espionagem
Já na
década de 90, Alvin Toffler escreveu "Guerra e Antiguerra", no qual
defendia a tese de que as guerras futuras serão ganhas não por generais em
campo de batalha, mas pelos Serviços de Inteligência. Em eventual conflito,
quem dispuser de mais informações prevalecerá.
Todos
sempre espionarão o que lhe interessar. Querer regulamentar internacionalmente
é inviável, pois todas as nações sempre negam que espionam e negarão sempre que
possível. A única regulamentação possível seria normas de tratamento quando
fossem aprisionados e assim mesmo não funcionaria.
As nossas
normas internas apenas inibem o nosso Serviço. Não o dos outros, mas é
inconcebível que nossas elites não apóiem a reação neste caso onde um Serviço
estrangeiro foi desmascarado.
O perigo
das elites brasileiras quando se internacionalizam
Desde o
tempo de Ciro da Pérsia que os impérios controlam os povos dominados com o
auxílio das elites semi-assimiladas. Assim foi nos reinos helenísticos, no
Império Romano e, principalmente, no Império Britânico, onde centenas de milhões
de habitantes da Índia puderam ser controladas por um serviço civil que
sempre contou com menos de mil funcionários. A chave do controle do império
residia na cooperação das elites. O maior articulador , da mesma, Thomas Macaulay,
preconizava: “Devemos fazer nosso maior esforço para formar uma classe que
possa constituir-se em intérprete entre nós e os milhões de indianos que
governamos; uma classe indiana em sangue e cor, porém inglesa em gostos, o
opiniões, moral e intelecto”. Ao transformar em anglófila a casta dirigente
da Índia, pôde garantir-se um efetivo domínio, somente abalado pela II Guerra
Mundial.
Quanto a
elite nacional, observemos o apoio dado aos EUA no caso Snowden. Cada um tire
suas conclusões.
Nova
traição?
Apesar de
seu futuro promissor, depois de dezoito anos de gestão de esvaziamento a
Petrobrás vai mal das pernas. Nos primeiros oito, pelo desmanche tucano, nos
últimos dez, pela corrupção e pelo uso promocional que o PT fez dela. A
empresa continuou na mão de gestores internacionalistas da ANP, inclusive
porque o PT não tem quadros técnicos qualificados para substituí-los, nem
interesse para modificar a "agenda" de quem lhes financiou (e
autorizou) a ascensão aos cargos de poder.
Agora a
ANP decidiu leiloar a “cereja do bolo”, o campo de Libra. Quando nos
libertaremos desses entreguistas? A Graça Foster parece estar fazendo uma
administração correta, mas enquanto vender mais barato do que compra sem poder
corrigir o preço de venda não tem como aguentar muito.
Será mais
uma maquinação para destruir a estatal e vendê-la ao estrangeiro, como queria o
FHC?. Vejamos.
Serão as
Forças Armadas a única coisa que funciona?
O
Exército Brasileiro desenvolveu uma tecnologia de produção de fibra de carbono
a partir do piche de petróleo que nos tornará o primeiro país a produzir
comercialmente esse material, com aplicação na indústria automobilística. Os
estudos foram realizados no Centro Tecnológico do Exército (CTEx), em parceria
com um Centro de Pesquisas da Petrobras. As propriedades mecânicas das fibras
de carbono que foram desenvolvidas excedem os requisitos da indústria
automobilística. O CTEx pesquisa materiais de carbono há mais de 30 anos.
A
estimativa de custo é de entre US$ 10 a US$ 15 por quilo, valor que se
enquadra nos parâmetros de viabilidade econômica da indústria automobilística.
Hoje, a fibra negociada internacionalmente custa entre US$ 50 a mais de US$
1000 por quilo, dependendo do tipo e especificação. De alguma
forma você pode se orgulhar do seu Exército.
Situação na Política Interna
Ao invés
de estadistas capazes de planejar o futuro, infelizmente encontramos, de um
modo geral, políticos focados na manutenção de suas benesses com o fim de
obtenção do enriquecimento a qualquer preço. Apesar da desilusão com a
rendição da Presidente Dilma aos corruptos em busca do apoio político, o
aumento da aprovação de seu governo afasta o maior perigo que ronda o nosso
País: uma eventual eleição da Marina do atraso.
Foi um
erro da Presidente o procurar apoio na esquerda radical e nos corruptos. O mais influente dirigente do PT, José Dirceu já
não esconde sua aversão à presidenta Dilma, a quem chamou de “incompetente” e
“desastrada”, diante dos convidados para um almoço dia 20 em Brasília. O grupo
de José Dirceu sonha com o retorno do ex-presidente Lula ao governo, mas
prefere Eduardo Campos a apoiar a reeleição de Dilma.
Sobre a corrupção, no furto de “400” milhões no eterno covil do
Ministério do Trabalho, o gatuno a desafiou e a ameaçou que, se demitido, iria
botar a “boca no trombone”! Nada foi feito. Deu medinho? Isto só
tira votos.
Mesmo com o aumento da aprovação do atual governo,
não estamos livres de uma guerra civil. Aos desmandos da Funai já inicia uma reação armada em Goiás e a
insatisfação geral já considera a insurreição é um recurso legítimo do um povo
em face a falta de sintonia dos Três Poderes com as aspirações populares e uma
expressiva parte da sociedade está pedindo a volta o Governo Militar, coisa que
não acontecia antes. Entretanto, algo se corrige ainda que seja sob pressão, a
Câmara e o Senado pretendem reduzir os supersalários e até mesmo ensaiam
devolver o dinheiro. Será mesmo?
Que Deus Guarde a todos vocês!
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