Os monarquistas brasileiros, aproveitando
a geléia geral de partidos políticos, voltam a se mobilizar para criar sua
sigla, no próximo dia 9, em São Paulo: A Real
Democracia Parlamentar - RDP-, “o partido que nasceu para mudar a história
do Brasil” -, segundo o convite expedido pela direção nacional do congresso a
ser realizado na Câmara Municipal de São Paulo, a partir das 8.30 horas.
Sob a liderança do ex-deputado
federal monarquista Cunha Bueno, de São Paulo, a RDB esclarece que se trata do “primeiro
partido parlamentarista com ideais monarquistas” do Brasil e salienta, em seu
programa, que se torna inaceitável o “rumo antidemocrático” da república atual,
marcada, segundo a RDP, pelo personalismo e pela corrupção.
Em 1993, houve um plebiscito no
Brasil, em cumprimento a dispositivo transitório constitucional, sobre a forma (monarquia
ou república) e o sistema (presidencialismo ou parlamentarismo) de governo. A manutenção da república presidencialista saiu vencedora, com cerca de 66% dos
votos na república e 55% no
presidencialismo, contra 10% na monarquia e 28% no parlamentarismo.
Há duas linhagens, descendentes
do Imperador Pedro II, que reivindicam a coroa brasileira: A de Petrópólis (RJ),
de Dom Pedro de Orleans e Bragança, e a de Vassouras (RJ), de Dom Luiz
Bertrand.
Enquete realizada por este blog,
em 5 de fevereiro de 2012, sobre as personalidades mais importantes para o
Brasil, apresentou Dom Pedro II como a mais votada, com 14% dos votos, e Dom
Pedro I em segunda colocação, ao lado de Lula, com 9%. Se os monarquistas
acreditam na causa da restauração no Brasil, não lhes falta base sociopolítica.
Publico, na íntegra, o programa
da RDP, que me foi enviado pelo monarquista, engenheiro e advogado Josmal dos
Santos, organizador do diretório em Itajubá(MG):
REAL DEMOCRACIA
PARLAMENTAR - RDP
PROGRAMA
PARTIDÁRIO
Movidos pela
necessidade e desejo de garantir à nação brasileira o exercício da verdadeira
democracia, brasileiros convencidos de estarem trabalhando no interesse do
povo, apresentam o programa político do RDP, fundado em 09 de novembro de 2013.
O RDP assume como missão a defesa e preservação da Nação e do Estado
Brasileiro.O RDP é um partido político de orientação parlamentar por
excelência, que propõe e defende a introdução do sistema de Monarquia
Parlamentar, no qual a função de Chefe de Estado é exercida por pessoa
imparcial, sem vinculação e compromissos de nenhuma forma com partidos políticos
e interesses alheios ao desenvolvimento sustentável da economia nacional.
O RDP propõe o
sistema monárquico, democrático, parlamentar, voltado para um nacionalismo
liberal e moderno, interessado em desenvolver mecanismos institucionais e
gerenciais evoluídos, isentos de personalismo, como os experimentados em países
reconhecidamente democráticos, que atingiram elevados índices de IDH,
segurança, equilíbrio econômico e estabilidade política.
Na monarquia
parlamentar, o Rei ou Imperador, pertencente a uma dinastia escolhida pela
Nação, exerce, em caráter vitalício e hereditário, a chefia suprema dos
destinos do Estado. Reservada, entretanto, ao Conselho de Ministros, eleito
pelo povo e com sustentação parlamentar, a realização das tarefas de governo.
Há também a
forma republicana de base parlamentar, em que o Presidente eleito exerce a
chefia de Estado, e o Conselho de Ministros, o Governo. Sempre que se aguçam as
pendências que os separam, como se vê a todo tempo, é sobre a Nação que
repercutem os resultados negativos de seus conflitos.
No regime
presidencialista exclusivo, o Presidente acumula a chefia do Estado e a chefia
do Governo. Geralmente assediado por disputas eleitorais, o Presidente é refém
dos interesses irreconciliáveis das correntes em que se sustenta, falhando no
cumprimento de ambas as funções que acumula.
No sistema
monárquico, o Chefe de Estado é um árbitro imparcial entre os poderes,
garantidor das instituições, mandatado para promover a alternância do poder
executivo dentro das regras Constitucionais estabelecidas. Está situado acima
de paixões e partidos, tendo como função prestigiar a agremiação alçada RDP Programa
Partidário página 3 de 14 por vontade popular para exercer o governo, enquanto
corresponder aos interesses do povo que a elegeu.
O Primeiro-Ministro,
escolhido pelo Parlamento (Deputados e Senadores) dentre os membros do partido
ou coligação que representar a maioria dos parlamentares eleitos, exerce a
chefia do Governo. Se um partido não alcançar a maioria requerida por lei
poderá fazer alianças com outros e formar o Governo. Sem acumulo de
funções em uma só pessoa, está apto a praticar a melhor forma de Governo,
dentro dos padrões inexcedíveis da verdadeira democracia.
A NAÇÃO
A Nação se
organiza como resultado do consenso entre todos aqueles que a formaram, a
partir do grupo heterogêneo das populações originais e dos que aqui vieram,
imigrantes em busca de oportunidades, ou conduzidos por contingencias
políticas, econômicas ou sociais a assim fazer, por aspiração própria ou
indevidamente forçados. Todas essas correntes contribuíram para a formação de
uma etnia variada, que deve ser orgulho nacional, sem distinções ou
preconceitos.
As maiorias
terão o direito de prevalecer dentro dos limites da democracia, da lei, da
justiça, da liberdade de opinião e da reverência aos direitos reconhecidos a
toda a espécie humana. As minorias serão respeitadas em todos os aspectos de
suas peculiaridades étnicas, garantida sua inclusão na sociedade, na medida necessária
para evitar que a diversidade de suas origens, culturas, circunstâncias sociais
e econômicas sejam obstáculo para sua integração total na vida nacional.
Os indígenas
devem ser tratados como cidadãos brasileiros, receber educação escolar na sua
etnia e cultura, com a assistência de professores devidamente preparados e
qualificados. Sem prejuízo, entretanto, dos benefícios da cultura geral do
país, deverão ter assegurada, dentro de critérios técnicos e científicos, a habitação
em territórios tradicionais e a pratica dos seus costumes familiares.
O TERRITÓRIO
O território
brasileiro é patrimônio de toda a Nação brasileira, que exerce sua soberania
integrando a terra firme com os espaços marítimos e aéreos. O Estado tem a
missão indelegável de proteger e defender o território pátrio contra quaisquer
tentativas internas ou externas, tendentes à secessão ou estabelecimento de
enclaves, que motivem ou pretendam justificar a constituição de áreas apartadas
da solidariedade nacional, ou regionalidades nocivas à integridade do
território, constituindo ameaças à soberania nacional.
A posse e
propriedade da terra se cristalizam em formas de aquisição fundiária em que a
população rural seja devidamente atendida em seus justos anseios. Isso porque
as políticas de ocupação têm como objetivo o aquinhoamento dos que desejam
fixar-se na terra para produzir, sem conflitos ou luta de classe.
A reforma
agrária causará um mapeamento das áreas disponíveis e aptas para a atração de
quem realmente precisa de terra, com intuito de trabalhar em um formato
cooperativista de agricultores familiares, com a assistência do Estado para a
formação de pessoas treinadas e capazes de integrar-se no sistema produtivo do
campo.
Para resolver o
problema das terras indígenas é necessário que reservas grupais, de caráter
étnico-social e econômico, sejam protegidas contra a intromissão de entidades
adventícias e pressões para o aculturamento forçado, que fere a individualidade,
os marcos civilizatórios e espirituais das nações indígenas, dando a estas
condições e estímulos para o desenvolvimento de atividades agrícolas e
pastoris, empregando métodos progressivamente compatíveis com o estágio de suas
culturas, sem negar-lhes a assimilação aos benefícios da modernidade.
SEGURANÇA
NACIONAL
A segurança
nacional apresenta diversos cenários, desde a forma tradicional, que interessa
particularmente à proteção do território e das instituições, até a garantia da
paz interna e da manutenção de um clima de ordem, de que necessita o conjunto
da sociedade para promover suas atividades pessoais, sociais e
econômicas.
Nesse sentido,
incumbe a todos os setores da organização política do Estado a nível federal,
estadual e municipal, colaborar para que a segurança desejada pelos cidadãos
seja uma realidade permanente, isenta de fraturas e hiatos criados por grupos
infensos ao cumprimento dos deveres comuns de sociabilidade e obediência à lei.
Em apoio à
cidadania permanentemente dedicada a seus afazeres, cabe ao Estado, através de
seus representantes e funcionários, agenciar o cumprimento rigoroso da lei,
atuando com rigor contra desvios e comportamentos infracionais, suscetíveis de
desestruturar e inviabilizar o exercício da cidadania plena, e a permanente
fruição dos direitos que lhe são consagrados na Constituição Federal.
Nesse sentido, a
defesa do Estado contra atividades ilegais nos meios funcionais e empresariais
atuará decisivamente na neutralização de organizações criminosas e seus
sustentáculos financeiros, assim como no desmantelamento dos ambientes de
corrupção, leniência, tolerância e impunidade dos agentes criminosos. O Estado
terá presença total na persecução dos crimes econômicos pelos meios de
inteligência e órgãos operacionais clássicos, capacitados para assegurar
permanentemente o funcionamento do sistema democrático de governo.
FORÇAS ARMADAS
As Forças
Armadas são indispensáveis à garantia da independência do Brasil, tendo papel
insubstituível no respeito à soberania nacional diante da comunidade
internacional, na manutenção da integridade territorial e na preservação das
liberdades democráticas.
Também lhes
cabem a atribuição de defender a Pátria, a garantia das prerrogativas dos
poderes institucionais, e, quando assim convocada pelos responsáveis
constitucionais, manter a ordem interna e a lei e quando ameaçadas por inimigos
externos ou internos.
Dotadas de
instrumentos e tecnologia avançados, estarão aptas para cumprir sua missão em
todos os pontos do território nacional onde se faça necessária sua presença,
como ator decisivo ou coadjuvante com os demais instrumentos de ação do Estado
na estratégia de prevenção e eliminação de ameaças morais e materiais à paz e
ao desenvolvimento social e econômico do país.
SERVIÇO PÚBLICO
O serviço
público será estruturado em carreiras de Estado, de modo a criar uma burocracia
de elevado nível cultural e moral, capaz de dar representatividade à atuação do
Estado, oferecendo aos funcionários condições indispensáveis ao bom êxito de
suas atividades, e elevando o conceito do Brasil quando atuando junto à
comunidade internacional.
Na democracia
monárquica parlamentar o funcionalismo é profissional e preparado, sua ascensão
funcional assegurada por critérios de mérito e carreira, estruturados de modo a
incentivar a iniciativa individual no aprimoramento constante do conhecimento e
da eficácia na prestação do serviço que lhes compete, superando a conhecida
ineficiência dos serviços públicos.
O RDP adota a
dignificação do servidor público, admitido nos quadros mediante seleção em
provas de conhecimentos e títulos, com direito a uma continua requalificação,
tanto por concurso interno para promoção horizontal como vertical, podendo
assim chegar aos níveis mais altos das funções próprias das instituições em que
trabalham.
JUSTIÇA
O Estado
encontra na Justiça o melhor instrumento de paz social, ao fazer prevalecer o
império da lei, em regime de igualdade e ausência total de privilégios. Para
isso, a sociedade dispõe de monumentos legislativos sob a forma de códigos,
cujo aperfeiçoamento é a esperança de todos buscam na lei as regras de conduta,
a salvaguarda de seus direitos e o balizamento e de suas obrigações.
Cumpre ao
aparelho judiciário e seus elementos executivos, juízes, ministério público,
promotorias, defensorias e servidores o constante aperfeiçoamento das instituições
que os abrigam e lhes fornecem instrumentos expeditos e eficazes de ação, com a
contribuição indispensável da advocacia. A intervenção conjunta de
todos eles na agilidade da prestação jurisdicional é garantia do vigor da ordem
democrática, pois a lentidão da Justiça desmoraliza a lei e concorre para a
impunidade.
O RDP tem como
objetivo criar condições para que a justiça se particularize e entregue com
celeridade à coletividade a solução de suas demandas, uma promessa para uma
sociedade dignificada e uma dívida para com os que sofrem a desigualdade que
ainda aflige os marginalizados e aqueles a quem o Estado só reconhece como
clientela e massa de manobra.
RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
Defendemos a
manutenção de relações internacionais amplas, abertas e discutidas em igualdade
de condições, o respeito aos tratados, a participação indispensável nos órgãos
de deliberação mundial, em posição compatível com o status do Brasil na sociedade das nações, sem nunca abrir mão da
soberania nacional.
As relações
internacionais devem ser mantidas de forma isenta e sem qualquer forma de
animosidade, com todos os países da Europa, Américas, África, Ásia e Oceania,
mas sem perder de vista que no plano moral todos os países são detentores de
direitos inalienáveis e sujeito de respeito a suas individualidades sociais, étnicas
e culturais.
O Brasil deve
sempre participar das discussões de temas globais, como a Paz, o Comércio e dos
tratados Multilaterais e Bilaterais, tornando-se parceiro comercial de todos os
países que desejem somar esforços para o bem comum de suas populações.
COMUNICAÇÕES
O Estado
protegerá os meios de comunicação como uma das suas prioridades, respeitando os
direitos inalienáveis da cidadania à integridade de sua personalidade,
consagrados na Constituição Federal. O direito de opinião, de manifestação do
pensamento e seus corolários, baseados respeito da dignidade pessoal e no
sistema judiciário como forma de correção de abusos e excessos, estarão
amparados pela lei e encontrarão nos recursos tecnológicos sua mais ampla forma
de expressão.
Ao enfatizar a
liberdade de imprensa como condição fundamental para que as sociedades resolvam
seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam sua independência, são
condenadas quaisquer leis ou atos de poder que restrinjam a liberdade de
expressão, seja qual for o meio de comunicação, conforme o enunciado de
premissas básicas, entre as quais se destacam a liberdade de opinião, a busca
indiscriminada de informação, a preservação das fontes e o direito à crítica
sem temor de represálias.
O Brasil não
abandonará os princípios da Declaração de Chapultepec, de 11/03/1994, que
adotou na Conferência Hemisférica sobre liberdade de expressão, consolidando
uma Carta de Princípios fundada em postulados essenciais ao regime democrático,
e que constituem objeto de permanente observância e respeito por parte do Estado,
suas autoridades e agentes, inclusive magistrados e Tribunais.
SAÚDE E
PROGRAMAS SOCIAIS
A saúde não pode
ficar dependente de seguros e planos privados, já que, como obrigação do
Estado, compete a este estender a prevenção das patologias e assistência médica
a todos os cidadãos, e, de forma substancial às populações carentes. Medidas
tentadas em tempos recentes, conduzidas de forma errática e sem horizontes
animadores, têm sido simplesmente mitigantes de situações desesperadas. Na sua
continuidade, contribuem para dar aos necessitados a sensação de total
desamparo.
No Brasil dos
nossos dias torna-se necessário criar políticas e mecanismos destinados
aperfeiçoar os critérios de apropriação de renda, para que se produzam mudanças
significativas nas estruturas sociais, deformadas por continuado descaso pelas
consequências do crescimento populacional. Ao mesmo tempo, a descontrolada
migração interna propiciou a formação de críticos bolsões de miséria,
espelhados do norte ao sul por causas análogas e colaterais.
Desconsiderada
como um dos fatores mais negativos para o progresso do país por sucessivos
governos, eclodiram nas últimas décadas pungentes sintomas de desigualdade, que
enodoam a sociedade brasileira. Por isso o interesse nos sistemas de promoção
da melhor distribuição da riqueza do país, que deve ser assentada no progresso
econômico como fator de oportunidade para as iniciativas geradoras de emprego e
renda.
Uma vez que as
chamadas ações afirmativas se têm caracterizado como pontuais, e gênese da
exclusão de várias categorias de brasileiros, não por suas carências
socioeconômicas, mas por preconceitos de cor e etnia, torna-se imperativo reconstruir
o sistema de distribuição de renda em um modelo de inserção social, destinada a
promover e incentivar a escolaridade e a preparação profissional, como
mecanismo de resgate através do incremento à empregabilidade.
ECONOMIA
A Nação exercerá
plena soberania sobre seus recursos e riquezas naturais, incentivando as
atividades econômicas com auxílio de uma regulamentação saudável e adequada do
uso dos capitais públicos e privados, internos e externos, protegendo a
competição e a abertura de oportunidades para a iniciativa privada.
O Estado
promoverá a cooperação internacional em matéria de ciência e tecnologia,
considerando os interesses legítimos dos titulares de direitos comerciais e
enfatizando os deveres destes para com a coletividade. Serão mantidas relações
econômicas com todos os países, voltado para o conceito de interdependência,
com preferências aduaneiras não discriminatórias e em bases de reciprocidade.
A participação
do Estado na trajetória da economia brasileira é fundamental e deve contribuir
com importante parcela dos investimentos necessários para a construção das
bases em que se estabelece a industrialização do país. Esse esforço não pode
ser estranho à manutenção de polos de desenvolvimento e
melhoramento das
funções que instrumentalizam as infraestruturas em geral, acarretando uma forte
redução de custos e servindo como suporte ao financiamento externo das empresas
privadas. Sem dúvida, o apoio financeiro e fiscal do Estado é essencial à
alavancagem de grandes projetos de empresas nacionais, ou à participação de
empresas nacionais na estruturação de empreendimentos em setores básicos e/ou
de tecnologia de ponta. Também é função do Estado dar apoio à transformação de pequenas
e médias empresas em empreendimentos sustentáveis, por meio de financiamentos e
outros meios de aporte de capital.
EDUCAÇÃO
O
desenvolvimento e independência de um país é consequência de um sistema de
educação capaz de levar suas crianças e jovens, em estágios sucessivos, a uma
formação superior. Sendo o conhecimento fator mais relevante que os recursos
materiais nas pautas do avanço humano e tecnológico, este adquire importância cada
vez mais relevante.
A oferta de
educação básica de qualidade para todos depende prioritariamente das
instituições públicas, na medida em que a estas compete a motivação e o estímulo
aos profissionais do magistério. Para isso, o apoio público institucional e
social é decisivo, todas as escolas devendo adotar currículos de aulas em tempo
integral, garantindo às crianças e jovens ensino fundamental, médio de nível
técnico e científico, que os prepare realmente para aproveitar as oportunidades
no campo de trabalho.
A importância da
universidade e dos centros de pesquisa para a produção de conhecimento, como
vetor na empreitada de projetar a sociedade brasileira em direção a um futuro
mais auspicioso e nivelar o País com as exigências e desafios do Século XXI,
tende a ser cada vez mais a base do desenvolvimento científico e tecnológico,
inseparáveis motores do dinamismo das sociedades atuais.
Daí a
necessidade da expansão das universidades públicas para atender à demanda
crescente das camadas mais carentes, mas é importante a contribuição do setor
privado, que já oferece considerável parte das vagas na educação superior e tem
um relevante papel a cumprir, desde que respeitados os parâmetros de qualidade
estabelecidos pelos sistemas de ensino.
INFRAESTRUTURA
O momento em que
vivemos é crítico para a escalada do progresso e desenvolvimento em todos os
setores da economia nacional, dado que as deficiências crônicas em termos de
infraestrutura já não podem ser tratadas como projetos erráticos e sempre
adiados, debitados a motivos desgastados por sua permanente repetição.
As rodovias,
sistemas de geração, distribuição e transmissão de energia, portos, aeroportos,
rodovias, sistemas e meios de telecomunicações, ferrovias, rede de distribuição
de água, tratamento de esgoto, não recebem a atenção esperada pelas populações,
enquanto as atividades que dependem da operacionalidade desses
equipamentos deixam de oferecer à sociedade os bens e serviços reclamados por
seus usuários.
A Infraestrutura
do Brasil foi, durante algumas décadas, desenvolvida quase exclusivamente com
investimentos públicos, hoje insuficientes para cobrir imensas áreas do
território nacional. Em muitos casos, como o saneamento, após décadas de
indefinições e apesar da Lei n.º 11.445/07, revela deficiências e carências
como serviço público essencial, que se refletem no quadro dramático da
distribuição de renda no país, já que grande parte dos municípios não recebe qualquer
forma de assistência, com repercussões desoladoras na saúde dessas áreas.
Faz-se
necessário tornar atrativo para o capital particular investir pesadamente em
setores críticos da infraestrutura, como siderurgia, exploração e produção de petróleo
e gás e a indústria de derivados, resguardados os interesses coletivos, com
parcerias entre os setores público e privado, e privatizações quando assim for
indicado, em vista de promover, de modo satisfatório, o alargamento do mercado
interno na esteira dessas ações de governo.
INDÚSTRIA, COMERCIO
E SERVIÇOS
O Estado deve
instituir uma política industrial que enfatize as atividades de ponta, incentivando
a produção industrial de alto valor agregado, pronta para concorrer com
vantagem no mercado internacional. No setor de serviços, o Estado dará
prioridade ao desenvolvimento daqueles que empregam modernas tecnologias de
informação e comunicação, geradoras de empregos de qualidade e bem remunerados.
Ao mesmo tempo,
indústrias tradicionais devem ser estimuladas com desonerações e novas formas
de financiamento, para que ganhem eficiência e competitividade e continuem a
fomentar as condições de pleno emprego e segurança dos trabalhadores.
As organizações
sindicais agruparão produtores e trabalhadores em regime de liberdade, de modo
legitimo, orientado para o aprimoramento das relações nos ambientes de trabalho
e proteção dos direitos e interesses recíprocos, de forma harmoniosa e
vigilante na defesa de princípios saudáveis de saúde, higiene e nsegurança
laboral.
MEIO AMBIENTE
A Amazônia
brasileira é nossa, e deve ser tratada como tal. O Estado deve supervisionar
toda ingerência de organizações internas, e sobretudo externas, para o que a
presença de qualquer entidade científica, social ou religiosa nessa área deverá
ser registrada e fiscalizada, visando impedir a atividade de agentes nocivos à
soberania nacional.
Isso inclui o
resguardo da biodiversidade da Amazônia, do Cerrado, da Caatinga, do Pampa, do
Pantanal, da Mata Atlântica contra a atuação predatória de pessoas e
organizações que não demonstram consciência de seu valor, não hesitando em
exercer pressões contrárias ao interesse comum, voltadas mesmo para sua
destruição. Nessa sequência encontram-se os desafios postos para a preservação
de biomas e ecossistemas, e a viabilidade de iniciativas socioambientais
autênticas e sustentáveis.
A presença do Estado
nessas áreas requer ações bem planejadas e coordenadas, para estabelecer
padrões de manejo e conservação, penalizando mais severamente a prática de
intervenções indiscriminadas e, sendo o caso, fixar regiões de exclusão, onde
se mantenha um critério de tolerância zero com queimadas e a ocupação
predatória, de que resultam danos irreparáveis aos interesses do povo
brasileiro.
REFORMA POLÍTICA
O Brasil vê como
uma necessidade inadiável a modernização do Estado, que o torne apto a
desempenhar suas funções, dando aos cidadãos as condições de que necessitam
para contribuir efetivamente na estabilização da Nação em seu conjunto social,
econômico, étnico, social e moral. Em um quadro de apatia geral e desencanto
com os homens públicos, política e político não inspiram as pessoas de bem.
A máquina do
estado personificada no servidor público é que vai implantar os programas
respaldados pela maioria nas urnas. No parlamentarismo não há oportunidade para
nomeações de caráter sectarista, desvirtuando o aparelho do Estado com a
formação de máquinas políticas a serviço de interesses partidários.
O
Parlamentarismo tem um histórico afirmativo como sistema de governo, havendo
provado sua validade desde o século XIII. Hoje, o parlamentarismo é adotado em
grande parte dos países mais adiantados do mundo.
O sistema
parlamentar de Governo fortalece os partidos e devolve ao povo a fé na política
e nos políticos. Preocupado em aperfeiçoar a democracia, o RDP nasceu
parlamentarista, e se propõe trabalhar para reverter o resultado do plebiscito
de 1993, onde, por falta de esclarecimento ao povo, o parlamentarismo não
encontrou o reconhecimento de suas características e qualidades como fator de
estabilidade e equilíbrio político.
O RDP não aceita
os rumos antidemocráticos em que a republica presidencialista enveredou, como o
autoritarismo, o personalismo, a corrupção impune de autoridades públicas, o
desrespeito generalizado às leis, a desmoralização do Congresso, a
desorganização dos partidos, a concentração de poderes formais e informais no
Executivo. Tudo isso desilude o eleitor, semeia a instabilidade política e
acentua o risco da volta de soluções autoritárias.
SISTEMA
ELEITORAL
A reforma
política deverá abordar pontos críticos da forma de consulta ao eleitorado,
desde a arregimentação eleitoral até as várias modalidades técnicas de escolha
dos candidatos para a composição dos corpos congressuais. Ao ser eleito um
governo, também é eleito um programa defendido em campanha eleitoral.
O sistema de
eleições em vigor, que adota o método proporcional com lista aberta, propicia a
deputados federais a obtenção de votações expressivas, os quais são assim
avalizados como “puxadores de votos”, conduzindo ao parlamento um número de pessoas
menos votadas que os concorrentes de outros partidos, por força do chamado
quociente eleitoral. Contingentes de eleitores são levados a votar em um
determinado candidato, mas seus votos são destinados a eleger um estranho, às
vezes de outro partido, terminando por não saberem quem, afinal, são “seus”
representantes.
Esse sistema não
somente enfraquece os partidos como estabelece um distanciamento crescente
entre o eleitor e seus escolhidos, gerando dependência dos candidatos em
relação aos “grandes eleitores” – empresas, sindicatos, igrejas, grupos
econômicos ou políticos capazes de financiar, direta ou indiretamente, legal ou
ilegalmente, campanhas cada vez mais caras.
No sistema
proporcional com lista fechada ou preordenada, o eleitor vota somente no partido,
e não em um candidato. Dessa forma é criada a possibilidade de manipulação das
eleições por cúpulas partidárias, que controlam as convenções e decidem autoritariamente,
e por motivos não transparentes, a ordem dos candidatos na lista, determinando quem
terá chance de ser eleito.
No sistema
distrital majoritário, cada distrito elege um representante. No sistema
distrital misto, metade dos representantes é eleita por distritos majoritários
e metade por lista partidária. Qualquer dessas formas é preferível ao sistema
proporcional vigente, porque identifica a representação política com um local
determinado, seja uma grande cidade ou um grupo de municípios, reduzindo a
distância entre representantes e
representados.
Entre tantas
alternativas, o RDP entende que o sistema distrital aproxima o povo do seu
representante, reduz drasticamente o custo da eleição, permite o controle da
atividade parlamentar, o acompanhamento da fidelidade às promessas de campanha,
e enseja o “recall” dos que houverem decepcionado seus constituintes. Os
partidos encontram ocasião de radicar-se por todo o país, fortalecendo-se sem
submissão a caciques ou “máquinas” partidárias.
FINANCIAMENTO
DAS ELEIÇÕES
No contexto em
que se discute o financiamento público e privado, candidatos e eleitores passam
a considerar como, quanto e para qual partido serão dedicadas as contribuições
para as campanhas. O que se debate no momento é o peso das verbas públicas
destinadas pela lei e daquelas estabelecidas por grupos de interesse agrupados
em lobbies.
A questão do
financiamento das campanhas eleitorais trata da existência de uma forma
bastante evidente de intervir na política. Sendo o custo das campanhas eleitorais
extremamente elevado, seria suficiente financiar a campanha de um candidato
para gerar benefícios futuros a favor do grupo financiador. Em resposta a essas
controvérsias e diversas outras questões sobre a corrupção nos meios políticos,
congressistas vêm estudando a modificação da lei eleitoral, ora propondo o fim
do financiamento privado, ora determinando o financiamento exclusivo por
dotações orçamentárias públicas.
Ao proibir o
financiamento privado, pretende-se evitar a assimetria nas condições de disputa
entre os diversos partidos, com exclusão da intervenção do poder econômico nos
rumos das políticas adotadas pelo governo. Parte da opinião formada na
sociedade, entretanto, conclui que o uso de recursos públicos para o
financiamento das campanhas, aumentando a dotação orçamentária para fundos
partidários, oneraria ainda mais os contribuintes.
Por outro lado,
alguns parlamentares consideram que a distribuição dos recursos do fundo
partidário dificilmente será regulada por um sistema justo e equitativo, sendo
ainda improvável o banimento completo da interferência privada, por ser
inevitável impedir a promoção de algum partido ou candidato pela mídia.
Conclui-se que o
financiamento das campanhas eleitorais não deve admitir a participação de
governos e pessoas jurídicas, nacionais ou estrangeiras, e outras entidades
associativas de qualquer tipo e natureza, inclusive igrejas e sindicatos. Apenas
os cidadãos poderão contribuir, dentro de limites fixados por lei. Os Tribunais
Eleitorais fiscalizarão, assim, mais facilmente o destino dessas verbas,
dando-lhes total transparência para conhecimento geral.
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