domingo, 8 de dezembro de 2013

70% dos brasileiros querem o Estado à frente do desenvolvimento

Ampla pesquisa sobre inclinações ideológicas do Brasil, divulgadas pela Datafolha, revela que 70% dos brasileiros são favoráveis a que o Estado seja a locomotiva do desenvolvimento econômico do País, e não as empresas privadas, e 58% consideram necessário que as instituições governamentais atuem para evitar abusos das empresas privadas.

Esses e outros dados aferidos pela Datafolha corroboram o artigo que publiquei, no dia 27/11/2013,sob o título “Estado no Brasil deve reagir ao cerco neoliberal”, onde afirmo que o Estado brasileiro, historicamente, sempre foi protagonista do desenvolvimento brasileiro e, nas últimas décadas, vem deixando de cumprir seu papel para atender  à agenda neoliberal, em detrimento de setores estratégicos nacionais:
A cultura do Brasil é estatista e o processo de privatização da economia e demais setores, nas últimas décadas, notadamente após o Governo Fernando Henrique Cardoso, não passa de investidas dos neoliberais, à frente o FMI, o Banco Mundial e os demais centros de poder globalizantes, para quebrar a espinha dorsal do Brasil e transformá-lo em repasto das potências tradicionalmente aliadas no empreendimento colonialista ocidental, como Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Até as pedras sabem que os brasileiros são, majoritariamente, estatistas, e as grandes conquistas do País aconteceram sob o protagonismo do Estado Citei, no referido artigo, algumas figuras históricas de brasileiros que contribuíram para que o Brasil chegasse hoje ao patamar de sexta potência econômica do mundo, mas não poderia citar ao menos uma figura de empresário do setor privado, um modelo neoliberal, que merecesse figurar nessa galeria.

O que temos hoje, por conta da globalização, é um estado brasileiro descaracterizado em seu papel. Em termos estruturais, infiltrado em setores estratégicos pelo capital estrangeiro, contaminado no serviço público e no sistema político e submisso aos ditames do Fundo Monetário Internacional- FMI- e de outros centros de poder neoliberais.

Um verdadeiro monstrengo ditatorial, ideologicamente de esquerda, sem oposição política, financiado e monitorado pelos capitalistas, tornando o Brasil um país cada vez mais espoliado em seus recursos estratégicos e dependente do novo tipo de colonialismo estabelecido pela globalização. Tudo isso com apoio de elites herodianas, em todas as expressões do poder nacional, cultivadas e implantadas ,gramscianamente, nos setores vitais do País e inebriadas pela profecia de Marx , segundo a qual a tendência do Estado é desaparecer.
 

Marx tem o seu inegável valor, como profeta, jornalista, escritor e filósofo, mas a Teoria Geral do Estado revela que o  surgimento e apogeu do Estado são processos intrinsicamente sociais, derivados do jogo de sobrevivência das classes , o qual continuará existindo  sempre, ainda que para um suposto processo de declínio dos estados nacionais para o surgimento futuro de um comando central mundial. No caso do Brasil, o Estado manterá seu protagonismo, porque essa é a cultura das classes sociais..
 
 

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