sábado, 28 de dezembro de 2013

Este ano no País e no Mundo e Outras notícias

Gelio Fregapani (membro da Academia Brasileira de Defesa)

Este ano, no País
1 - As manifestações de junho e julho evidenciaram o clima de mal estar causado pela corrupção generalizada. Por um momento assustou a classe política, mas as depredações afastaram o povo ordeiro das ruas e esvaziou o movimento, até então popular. Ainda que tenham manifestado insatisfação, as manifestações não tocaram nos verdadeiros problemas nacionais.
 
O julgamento do mensalão expôs as entranhas da politicalha aumentando nosso desprezo pelas instituições, mas pela primeira vez foram castigados os corruptos, prenunciando uma mudança de comportamentos.

2 - Fingindo buscar justiça para minorias, as cotas para negros e a ampliação desproporcional das reservas indígenas visam nos separar em etnias hostis, tiveram sucesso em criar as bases para dividir o nosso País em pequenas nações étnicas, segundo a orientação estrangeira.
O movimento indigenista estendeu suas atividades por todo o País e provocou tantas invasões e outros malfeitos que já se esboçou certa reação armada. No Rio Grande do Sul, o povo de uma cidadezinha expulsou os índios invasores de um logradouro. No longínquo Amazonas, a população de Humaitá, inconformada com os desmandos da Funai, reagiu  queimando a sede, viaturas e embarcações daquele nefasto órgão e  também da Funasa e pôs para correr os cem homens da Policia Militar que os defendiam, aliás sem entusiasmo, pois nenhum patriota tolera mais a Funai e a política indigenista.
Como esperado, a Funai apelou para que os índios a defendessem. Furiosa, a população voltou-se contra eles, que se homiziaram em um quartel do Exército para não serem agredidos; entre a população revoltada, se encontravam inúmeros mestiços e muitos índios aculturados, que são discriminados pela Funai por não rezarem pela cartilha dela, mas é no Mato Grosso do Sul que está sendo montada a maior resistência, que pode servir de espoleta para a explosão planejada pela oligarquia financeira internacional.  
3 - Ainda que timidamente, o Governo inicia a compreender que o problema ambiental está sendo usado contra o País. Derrubou a ação que impedia os trabalhos pela hidrovia Paraguai-Paraná ,apesar do barulho das ONGs internacionais e também das que paralisavam Belo Monte, mas o transporte dos reatores importados para o Complexo Petroquímico de Itaboraí, que deveria estar refinando 165 mil barris diariamente, desde setembro, está travado pelo Ministério do Meio Ambiente, por cruzar uma área de “proteção ambiental”; mas é pouco, pois ou o Governo controla o Ibama , Funai e as ONGs ou isto conduzirá à revolta e à violência. Aí, então, quem gostar de aventura não terá motivo de queixa.
4 -Correm rumores, provavelmente verdadeiros, de que a oligarquia financeira mundial teria decidido acabar com o atual domínio do Partido dos Trabalhadores -PT- na política nacional, certamente motivada pelas (tímidas) medidas nacionalistas do Governo. Estando a economia declinante, com a imprensa incentivando o nosso complexo de vira-lata, com as nossas contradições e com a falta de pulso para conter as ações das ONGs, a oligarquia internacional terá grande possibilidade de ser bem sucedida; entretanto, os outros partidos não são melhores e os atuais candidatos ainda piores.
No mundo verificaram-se fatos decisivos:
1º- A ofensiva militar dos Estados Unidos pelo petróleo, iniciada nos anos 1990  encontrou pela primeira vez uma barreira que não pôde transpor, sua intervenção na Síria não pôde passar à etapa da ação direta, como  acontecera antes, na Iugoslávia, Iraque, no Afeganistão e na Líbia. A oposição da Rússia impediu a intervenção na Síria em setembro
Foi quase um renascimento da guerra-fria, não mais ideológica e marcou, se não um enfraquecimento estratégico dos EUA, pelo menos o fim de seu poder absoluto. No Oriente Médio e Ásia Central os aliados tradicionais dos EUA - Arábia Saudita, Israel e Turquia sentiram-se órfãos. Foi um duro golpe à imagem de onipotência da máquina militar dos EUA e do conjunto de interesses econômicos e políticos vinculados à mesma, enquanto aumentou a influência da Rússia. O fato é que  uma dúvida sobre a eficácia do principal instrumento de dissuasão dos Estados Unidos causa um  desconcerto estratégico que altera a percepção do que pode acontecer.
Mais grave é a recente disputa entre a China e o Japão por pequenas ilhas desabitadas, que apresenta potencial de conflito armado. Neste caso como fica o tratado  que os EUA garantiriam a defesa do Japão? E a aliança da Rússia com a China? Arriscar-se-ão eles a uma guerra que poderá se global por uns rochedos inúteis que ninguém sabe de quem são ou preferirão perder a credibilidade de seus tratados ante seus aliados?  Não se trata de um simples deslocamento de influências mas, também de um dilema portador do futuro.
2º- Com a ameaça de cessação de pagamentos do estado norte-americano, em Outubro, pela segunda vez nesta década, os Estados Unidos estiveram à beira do descumprimento da dívida pública federal, que atingiu a algo mais de 360% do PIB, evidenciando uma deterioração político-institucional.
Se essa “bomba” financeira houvesse explodido, teria produzido uma catástrofe financeira global sem precedentes e ,certamente, naufragado a economia dos EUA na hiper recessão, e não somente ela. Agora todos esperam o próximo jogo do descumprimento sem que se saiba em que pode terminar.
- Os dois fatos – a contenção político-militar na Síria mais a ameaça de descumprimento estimulam o esgotamento da atual unipolaridade e impulsionam o avanço de pelo menos duas potências que aspiram um papel global destacado: a Rússia e a China, tendendo a construção de um mundo multipolar, ou seja, a repartição do planeta entre um grupo reduzido de impérios. Contudo, nem uma, nem as três super-potências garantirão controlar o sistema global.
A despolarização é um fenômeno complexo, onde algumas potências retrocedem e outras avançam, onde algumas aparentam recuperar-se para a seguir voltar a declinar, outras parecem escapar da onda depressiva para mais adiante sofrer os impactos das forças entrópicas globais.
É necessário entender os pormenores e as especificidades sem perder de vista o panorama mais amplo. A ilusão de menos imperialismo, com mais autonomias nacionais ou regionais articuladas expandindo suas forças produtivas, pode não ser tão cor-de-rosa. A realidade apresenta a marcha rumo a convulsões cada vez maiores, à generalização da desordem e a economia tendendo ao caos, com o capitalismo em vias de esgotamento apresentando horizontes futuros de barbárie em busca de um novo equilíbrio.
No próximo ano, será verificado até que ponto a propaganda sobre o gás do xisto nos EUA corresponde a realidade. Caso corresponda totalmente os EUA terão condições de manter sua supremacia por longo tempo. Caso se revele apenas um blefe, os acontecimentos se precipitarão. O mais provável é que se situe no meio termo.
Neste ambiente de incerteza, a melhor política para o nosso País seria esquecer a globalização e tornar-se tão autárquico quanto possível. Temos tudo para viver bem sozinhos e até disponibilidade para auxiliar os demais, desde que criemos força militar, inclusive nuclear, suficiente pata dissuadir ambiciosos e desesperados.
Caso atinjamos um dia tal cenário ideal, teremos então que cuidar de evitar a armadilha em que caiu os Estados Unidos da América: Querer impor aos demais o seu estilo de vida, enquanto suga impiedosamente seus recursos. 
Outras notícias nacionais
1 - Aparentemente, será substituído o atual Ministro da Defesa por um que se interessa realmente pelo poderio militar. O ministro Amorim assinara a convenção dos direitos dos povos indígenas, uma verdadeira traição e depois disto não tinha como se recuperar perante seus comandados. Diferente será com seu provável substituto, um verdadeiro nacionalista, muito considerado pelos militares que o conhecem. Seja bem-vindo, Ministro Gabbas!
2 - A maior preocupação dos que pensam no Brasil é com o comprometimento de candidatos com o paralisante programa da Marina Silva, na ânsia de cabalar seus votos. Para contrabalançar a influência dela será lançada a candidatura de Ronaldo Caiado, que falará do Estado de Direito, do fim da impunidade, do combate às invasões e do direito às pessoas de bem a defenderem sua família e sua propriedade com o mesmo tipo de armas que os bandidos usam. Se, como esperado, o programa dele tiver mais apelo popular do que o da internacionalista Marina, no mínimo contrabalançará a influência dela. A demora do Governo em controlar as demarcações de terras indígenas é hoje o principal fator de afastamento do mundo rural da campanha pela reeleição e o que mais tende a aproximá-los dos outros presidenciáveis.
3 - A Dívida Pública manipulada nos impôs em 2012 uma sangria R$ 750 bilhões, (44% do orçamento) somente com os juros. Não temos os dados de 2013, mas com certeza o estrago foi maior. Enquanto não baixarmos os juros e não nos livrarmos da dívida nenhum governo pode dar certo, mas isto só conseguiremos se unidos. Lamentavelmente setores da esquerda revanchista insistem em provocar a nossa divisão, a ponto de só nos restar arreganhar os dentes e morder. O pior é que isto não ajuda em nada
Não havendo algo de muito importante, voltaremos a nos ligar em fevereiro. Que Deus os acompanhe no novo ano e que proteja o nosso País!

 

 

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