Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
O
elenco de animais e aves que na trajetória da humanidade foram extintos é
impressionante. Dinossauros,
répteis, peixes e aves que nunca vimos foram dizimados ou extintos por varias
razões, em especial pelas hecatombes, e muitos exterminados pelas mãos dos
homens.
O
dodô (Raphus cucullatus), uma mistura de marreco com ornitorrinco, foi um
deles. Ilustrado
por inúmeros desenhos e filmes infantis, aquela exótica ave sempre foi
retratada com simpatia, embora como de boçal ignorância, capaz de lançar - se de
um abismo em direção a alhures, quando defronte a qualquer inimigo ou situação
indigesta.
Era
a chamada fuga corajosa.E
isto em bandos, cada dodô empolgando os companheiros para, na falta de qualquer
esperança, lançar - se para o ignoto. Ao
que parece na sua inocente ignorância, os dodôs, totalmente desarticulados,
preferiam dar adeus às armas e lançavam - se, destemidamente, para algum lugar
melhor do que viviam, quem sabe para encontrar o paraíso.
Como
alento aos desesperançados militares que a cada dia caminham em direção ao
abismo, podemos afirmar que a humanidade em geral simpatizava com todos aqueles
animais, peixes e aves extintos, inclusive, por exemplo, o temível “dente de
sabre”.
Muitos
poderão julgar que o suicídio em massa é desproposital e que as instituições
militares gozam de um prestígio considerável e que deveriam rechaçar e mesmo
expulsar os seus detratores.“É
vredade”, diz uma conhecida animadora da nossa TV.
Mas
,como os dodôs, eles não possuem as artimanhas de seus inimigos, nem a falsidade
que os anima e, por isso, lá se vão os militares, impavidamente, tal qual os
dodôs, em direção ao ostracismo como determinam os seus algozes.
Muita
gente reclama, e, praticamente exige uma reação à altura das convicções
militares, porém se o dodô - chefe falasse, ele diria, “após décadas de
revanchismo, tantas tentativas de metamorfosear a Lei da Anistia, décadas de
exaltação aos terroristas e perseguições aos ex - agentes da repressão,
chegamos à conclusão que é melhor, pular no abismo.
No
futuro, como os saudosos e inocentes dodôs, os respeitados cidadãos fardados
serão lembrados como exemplo de dignidade e de honradez, e que, no seu
extermínio, foi decretado o fim da democracia e o início do caos que aniquilou
para sempre a Terra de Santa Cruz ou de Vera Cruz, eterna “potência mundial”.
Como
afirmam os espertos, “é melhor ser um covarde vivo do que um dodô extinto”. O
grande problema está naqueles que nem querem pular no abismo e nem serem
chamados de covardes.
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