Frase que considero de forte
carga negativa para o Brasil foi proferida pelo então candidato do Partido Socialista
Brasileiro - PSB-, Eduardo Campos, antes de falecer em acidente de avião, no
último dia 13: “Não vamos desistir do
Brasil”.
Frase que foi manchete de capa da
última edição da revista “Veja”, que
repercutiu em todo o Brasil e que voltou a ser pronunciada pela nova candidata
à Presidência pelo PSB, a ex-senadora Marina Silva, ao ser confirmada ontem
pela direção partidária junto com o novo candidato a vice-presidente, deputado
Beto Albuquerque.
Com todo respeito à memória do
jovem e promissor político Eduardo Campos, essa frase induz o leitor ou ouvinte
a pensar que a situação do Brasil é trágica, que o país se encontra na UTI e que é caso de perdição, quando , na realidade, o País
se situa entre as dez principais economias do mundo, é um dos poucos na atualidade
que apresentam excepcionais fundamentos do poder, pelas suas riquezas e
potencialidades e pelo papel de liderança na América Latina e de destaque entre
os BRICS.
Por que exaltar o pensamento
negativo que ,no Brasil, desperta no seu povo pessimismo e desânimo, logo após o
clima de desolação causado pelo vexame da seleção brasileira na Copa do Mundo? Há nichos excepcionais em todas as expressões
do poder nacional, que são dignos de exaltação do Brasil no mundo inteiro. Tais nichos não foram construídos nem pelo PSDB e nem pelo PT. Aliás, por nenhum partido de esquerda ou direita, pois constituem conquistas históricas da nacionalidade.
A projeção do poder nacional ocorre
automaticamente em função do formidável peso específico que o País desfruta no
cenário internacional, não cabendo aqui, em nenhum instante, a imitação da
cultura do “reino cadaveroso” de Portugal descrito por Antônio Sérgio, em 1926,
em sua crítica a um país (Portugal) com medo de fazer e agir e sem consciência
crítica, desde a morte de Dom Sebastião e de boa parte das elites em Alcácer -Quibir.
Os partidos envolvidos na disputa do poder em
outubro próximo não têm o direito de cultivar algum complexo de inferioridade nacional,
como se a vitória nas urnas fosse uma questão de crença ou convicção, sem as
quais o Brasil ficaria à deriva e exposto à sanha dos que ambicionam suas
riquezas e trabalham inteligentemente contra seu progresso.
A vitória sempre será o produto do
consentimento popular majoritário a um projeto de desenvolvimento do País e da
Nação, apresentado de forma convincente pelo partido vitorioso, superando a
inteligência competitiva das potências que atuam diuturnamente contra o
progresso do Brasil.
Um candidato a presidente nos
Estados Unidos jamais diria “Não vamos desistir dos Estados Unidos”; idem algum
candidato na Inglaterra, na Alemanha, no Japão ou na Rússia. A frase denuncia
uma situação de abandono e caos do Brasil, que não condiz com a realidade, e
alimenta ambições externas danosas ao País, como se este fosse alguma carcaça
em disputa pelas hienas e leões.
Falta um candidato com proposta
nacionalista nessas eleições, capaz de romper o círculo vicioso que vem
marcando, nos últimos anos, somente a
escolha de candidatos à Presidência comprometidos
com a subordinação do Brasil aos interesses políticos e econômicos estrangeiros.
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