Não estou conseguindo entender, ou,
melhor, acho que entendo, sim, tão grande interesse dos Estados Unidos em
colocar o FBI para investigar maracutaias na Federação Internacional de Futebol
–FIFA- e até encurralar 16 dirigentes na Suíça, entre os quais o brasileiro José
Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol - CBF-, sob
risco de prisão e extradição para os países de origem, para serem processados e
até cumprirem pena.
O futebol nos Estados Unidos
ainda é incipiente por conta do descaso que eles tiveram ao longo de sua
história pela prática do que denominam soccer, que o mundo inteiro, até
asiáticos ditatoriais e africanos tribais, pratica com empolgação nas copas
mundiais. Foi o secretário de Estado Henry Kissinger quem lutou inicialmente
pela introdução do futebol na terra do Tio Sam, onde o rugby é o esporte com
maior número de aficionados.
Os Estados Unidos agora despertaram
para a necessidade urgente de participarem dessa festa mundial, pois, como protagonistas
da política mundial, estavam comendo moscas ficando de fora do grande
espetáculo, o mais difundido no mundo inteiro pelos meios de comunicação de
massa, com apelo econômico e político sem igual em qualquer outro segmento dos
poderes.
E, agora, Washington, com seu
arsenal político e policial, coloca-se como paladino da moralização da FIFA, que
reelegeu Joseph Blatter, num claro recado aos demais países: Quer botar sua mão
sobre a poderosa entidade e controlar o futebol no mundo inteiro.
Caso consiga esse intento, o
futebol nunca mais será o mesmo em termos de qualidade, espontaneidade e arte,
porque o mercado futebolístico mundial, já contaminado pela cupidez dos políticos, dos clubes, dos dirigentes , dos
treinadores , das empresas e dos jogadores, vai tirando cada vez o encanto desse esporte
que projetou o Brasil. A chinelada de 7
a 1 que a Seleção Brasileira levou da Alemanha, na Copa de 2014, sinaliza o fim
da hegemonia mundial brasileira e o início do futebol de resultados políticos e
financeiros.
Mas, como tudo, com honrosa
exceção do Chile, está contaminado pela corrupção, abaixo da linha do Equador,
onde não existe pecado, não devem os brasileiros ficar aborrecidos com as
presenças de José Maria Marin ou de Ricardo Teixeira entre os suspeitos.
Surpresos teriam que ficar se nenhum brasileiro estivesse envolvido nas maracutaias
da FIFA com a cornucópia jorrando tão descaradamente no Brasil a favor da
bandidagem. A República precisa ser reproclamada no Brasil...
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