Por Rogério Maestri
O
pesadelo da perda da Amazônia existe, e agora tem mapa, programa e
justificativa. Quando
alguém fala da pretensão de países do primeiro mundo através de causas
ambientais em se apropriar da Amazônia é chamado de paranoico, psicótico e
defensor de fazendeiros e madeireiros. Falava-se muito de um mapa
norte-americano em que a Amazônia já era considerada uma grande reserva
ambiental, porém dados reais sobre esta ameaça eram quase uma lenda urbana do
que qualquer outra coisa, porém nos dias atuais chega uma proposta de
internacionalização da Amazônia com mapa, proponente e superfície, o chamado
Corredor Ecológico.
O
presidente colombiano Juan Manuel Santos, presidente do único país da América
do Sul que possui bases das forças armadas norte-americanas (sete ao todo,
Palanquero, Apiay, Malambo, Cartagena, Tolemaida, Larandia y Bahía Málaga) e
recebe de ajuda militar dos Estados Unidos simplesmente para combater as drogas
propôs um “ambicioso programa” de criar o chamado Corredor Ambiental Triplo A
na América do Sul.
O
que significa este Corredor Ambiental Triplo A? Simplesmente um corredor que
daria continuidade entre os Andes até o Atlântico passando pela Amazônia.
Certo, segundo definição da Wikipédia um “Corredor ecológico ou corredor de
biodiversidade é o nome dado à faixa de vegetação, que podem ter por objetivo ligar
grandes fragmentos florestais ou unidades de conservação separados pela
atividade humana (estradas, agricultura, clareiras abertas pela atividade
madeireira, etc.), possibilitando o deslocamento da fauna entre as áreas
isoladas e, consequentemente, a troca genética entre as espécies e a dispersão
de sementes.
Da
definição de corredor tem-se: Passagem estreita e alongada; galeria; caminho
coberto. Ou seja, um corredor é uma passagem estreita não LARGA para a
passagem. O corredor proposto pelo Presidente Santos teria a largura dentro do
Brasil variando de 50 km junto a Venezuela que neste caso cederia do seu lado
mais 50 km, e nas partes mais largas no Brasil teria 500 km, ou seja, seria
mais largo do que os mais compridos corredores ambientais do mundo.
É
importante ressaltar que a expressão Corredor Ambiental não se aplica a esta
área, pois corredores ambientais são, como induz o nome, áreas compridas e
estreitas que ligam duas ou mais áreas de preservação que estão separadas e as
espécies que estão restritas nestas áreas por endogamia poderiam sofrer
processos de degradação. No caso da Amazônia os parques e as reservas
ambientais são tão extensos que geralmente não necessitam corredores
interligando-as.
A
idéia deste corredor monstro partiu da ONG Gaia Amazônia,
(http://gaiaamazonas.org/) que apresenta um belo site em inglês e espanhol,
português parece que não é muito necessário pois somente 61% do corredor ficará
dentro do Brasil, numa área equivalente a 3,7 vezes o estado de São País.
Esta
Fundação Gaia Amazônia é uma filial da Gaia Foundation, estreitamente vinculada
à Casa de Windsor, a família real britânica, tendo no seu conselho de curadores
de quatro membros, Jules Cashford escritora, palestrante e autora de livros
sobre mitologia, Edward Posey ex-piloto da RAF trabalhou para o National
Service inglês (órgão responsável pelo recrutamento militar) e um tempo depois
se viu emocionado com a situação do mundo que dedica os últimos trinta anos de
sua vida a atividades filantrópicas como a de imiscuir nos países do terceiro
mundo, recebeu a Ordem do Império Britânico (OBE) por serviços ao governo
inglês na Gaia Fondation (está assim no seu currículo no site!), além de um
engenheiro norte-americano ainda temos a Marquesa de Worcester, a conhecida Marquesa
Verde. Ativista social e ambiental e a última causa que ela abraçou em 2013 é a
de que as nobres inglesas possam guardar os seus títulos de nobreza através da
linha feminina, algo extremamente importante para o movimento feminista
internacional.
A
idéia deste projeto é unificar todas as áreas indígenas para que nelas sejam
introduzidas o conceito de AATIs – Associations of indigenous Tradicional
Authorities, um conceito de autogovernação das tribos indígenas sob a
orientação da Gaia Fondation (fica implícito), pois segundo “É um único modelo
de responsabilidade compartilhada para a proteção da floresta amazônica.” (Só
não dizem com quem que será compartilhada esta responsabilidade).
Esta
sugestão vai ser levada pelo Presidente Santos para COP 21 em Paris, objetivo,
salvar o mundo do aquecimento climático.
Este
plano já é divulgado em toda a imprensa internacional e aqui no Brasil a
repercussão não existe.
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