quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Dilma nas mãos de Cassiel e Uriel


Com 71% de reprovação popular, segundo pesquisas divulgadas hoje pelo Datafolha, a Presidente Dilma Rousseff entra na área de risco efetivo de impeachment, pois esse índice é agravado pelo desmantelamento da base de apoio parlamentar no Congresso Nacional e pela situação da economia. São índices piores do que os registrados pelo ex-presidente Collor, às vésperas de seu impeachment, em 1992.

Quando o equilibrador político-institucional, o processo legislativo, sofre curtos-circuitos, o campo está preparado para manifestações como esta que as redes sociais vêm articulando para o próximo dia 16, talvez a maior já registrada no País, em protesto contra um governo democraticamente eleito. Mas, fica a pergunta: Quem assumiria no lugar de Dilma?

O vice-presidente Michel Temer, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro -PMDB- estaria em condições de assumir a Presidência, a exemplo do que ocorreu com Itamar Franco, vice de Collor? Os tempos são outros... Há uma desagregação muito grande na base parlamentar do governo, cuja articulação foi entregue a Michel Temer.

Os presidentes da Câmara, deputado Eduardo Cunha, e do Senado, senador Renan Calheiros, tem idéias e iniciativas próprias que não se coadunam com as de Temer, embora pertençam ao mesmo partido, e podem perfeitamente patrocinar um sistema parlamentarista de governo. Não aceitariam Aécio Neves ou Marina Silva no governo.

O ex-presidente Lula começa a enfrentar um astral retrógrado, ainda mais depois da prisão de seu ministro forte José Dirceu, por atos de corrupção, segundo apurações da “Operação Lava Jato”. A devassa tende a continuar, e isto dificultará ao Partido dos Trabalhadores um posicionamento de protagonista principal no governo, como vem tendo nos últimos anos.

Durante a vigência do regime militar, quando havia alguma ameaça de crise e de ruptura política-institucional, o então presidente João Figueiredo ameaçava chamar o seu ministro do Exército, o durão Walter Pires, para acalmar a situação. E tudo se aquietava... E agora, na situação confusa de hoje, chamar quem? No regime democrático, as soluções vêm das ruas. Daí a importância dessas manifestações que se realizam no próximo dia 16. Um dia regido pelos anjos Cassiel e Uriel.

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