1. O tempo seco cria inúmeros focos de incêndios no Distrito
Federal, muitos deles de origem criminosa, e o Corpo de Bombeiros faz o que
pode para apagar o fogo nas Áreas de Proteção Ambiental – aquelas com fauna e
flora nativas mais abundantes e nascentes d água.
Mas, no cerrado em torno do Plano
Piloto, os próprios moradores tentam debelar o fogo com recursos artesanais,
quase sempre sem sucesso. O resultado é que um manto espesso de fumaça cobre o
Plano Piloto, com manchas enormes de vegetação queimada nas cercanias. É a
paisagem típica desse período em Brasília.
Enquanto as chuvas não chegam, os
rios que desaguam no Lago Paranoá, bem abaixo dos seus níveis, acumulam todo
tipo de lixo e detritos poluentes produzidos pelas indústrias e residências.
Seria, talvez, o caso de criação
de um destacamento especial no Corpo de Bombeiros para atuar com barcos nos
estuários dos córregos e rios para recolhimento do lixo acumulado, evitando-se
a poluição do Lago Paranoá. Existe tecnologia específica para esse tipo de
trabalho preventivo, mas, pelo que tudo indica, não existe a menor preocupação
das autoridades de proteção ao meio-ambiente.
2. A situação hospitalar do Distrito Federal é de descalabro, tamanho
o volume de queixas e denúncias sobre falta de condições estruturais, médicos e
materiais para internação de pacientes. Hospitais
em Sobradinho e Taguatinga estão com as portas fechadas por falta de recursos
para socorro à população. Na áreas dos transportes e da educação, a situação
não é muito diferente. O metrô andou paralisados, as linhas de ônibus
congestionadas, e os passageiros à deriva. Nas escolas de ensino médio, professores
são ameaçados por alunos monitorados por traficantes de drogas. Com o aumento
do desemprego gerado pela crise econômica, a violência urbana está presente
durante o dia e a noite em todos os locais.
3. O serviço de limpeza urbana do Distrito Federal não consegue
evitar o despejo de lixo nas ruas e nas calçadas das cidades. A cidade de
Itapoã, um lixão a céu aberto, estava ficando limpa, mas a equipe de limpeza
parou com seu serviço e deixou de novo à vontade os porcalhões.
4. O Detran tem faturado muito cobrando multas, mas falha na
prestação de serviços à população e continua incapaz de colocar guardas de trânsito,
com missão preventiva e educativa, em certos gargalos da cidade, como, por
exemplo, no Lago Sul com destino ao Aeroporto,
na própria Saída Sul e no Eixo Monumental, nos horários de pico. Quero
ver guardas com apito na boca suprindo a falha dos sinais.
5. O abandono físico e funcional a que foi relegado o
Teatro Nacional de Brasília, um dos projetos monumentais de Oscar Niemeyer, é de entristecer qualquer cidadão civilizado. Reflete
a indigência cultural dos dirigentes e das elites nacionais.
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