1. Percebe-se certo desencanto da
população de Brasília, em especial os moradores mais recentes, em relação ao
clima político carregado de denúncias, desmandos e pessimismo. Os políticos
locais e os federais estão devendo à Capital um desempenho à altura dos ideais
de Juscelino Kubitscheck, que era do PSD e enfrentou a ferrenha oposição da UDN
à transferência da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central. Os
udenistas diziam que aqui a corrupção política aumentaria.
Brasília
traz, em seus principais monumentos, a marca do PSD de Juscelino, Tancredo
Neves e Ulysses Guimarães; a única coisa que faz lembrar a UDN é o “pregador-de-roupa”
da Dona Eloá, que Jânio Quadros deixou construir para sua esposa na Praça dos
Três Poderes.
2. A profusão de jaqueiras nas áreas públicas de
Brasília sugere que essa frutífera gosta muito do clima do cerrado. Todas elas
muito carregadas de frutos nesta época do ano, podem ser observadas por quem
percorre os eixos auxiliares e o Eixo Rodoviário Norte/Sul.
3. Tenho visto gaviões “carcarás”
caçando entre as árvores das quadras de Brasília, o que não deixa de ser sinal
de que a situação para eles no campo não é favorável, com tantos pesticidas usados
na agricultura matando os insetos e a fauna. Alguns “carcarás” chegam a revirar
os lixos das residências, prática antes privativa dos urubus.
4. Observei a empolgação de um grupo
de jovens estudantes num supermercado de Brasília para coleta de donativos para
as vítimas da lambança da Samarco no Vale do Rio Doce. Juventude ingênua mesmo...
A
culpa é da riquíssima empresa, do governo de Minas Gerais e do Governo federal,
que foram negligentes nos cuidados com as usinas de resíduos metálicos que se
romperam em Mariana. Eles que tratem de providenciar ajuda aos flagelados. Há
mais 315 barragens em Minas com fiscalização precária. O povo já vive suas
dificuldades próprias para sobreviver.
5. Muitos queijos “mineiros” sendo vendidos, nas ruas da Capital, sem
a necessária fiscalização sanitária. Como os preços são acessíveis, o povo
compra mesmo, mas a qualidade é duvidosa quanto aos procedimentos higiênicos na
fabricação artesanal. O mesmo pode ser dito em relação ao mel nas garrafas, que
sofre vários tipos de adulteração.
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