domingo, 22 de novembro de 2015

Janela de Brasília (XXV)


1. Percebe-se certo desencanto da população de Brasília, em especial os moradores mais recentes, em relação ao clima político carregado de denúncias, desmandos e pessimismo. Os políticos locais e os federais estão devendo à Capital um desempenho à altura dos ideais de Juscelino Kubitscheck, que era do PSD e enfrentou a ferrenha oposição da UDN à transferência da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central. Os udenistas diziam que aqui a corrupção política aumentaria.

Brasília traz, em seus principais monumentos, a marca do PSD de Juscelino, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães; a única coisa que faz lembrar a UDN é o “pregador-de-roupa” da Dona Eloá, que Jânio Quadros deixou construir para sua esposa na Praça dos Três Poderes.

2.  A profusão de jaqueiras nas áreas públicas de Brasília sugere que essa frutífera gosta muito do clima do cerrado. Todas elas muito carregadas de frutos nesta época do ano, podem ser observadas por quem percorre os eixos auxiliares e o Eixo Rodoviário Norte/Sul.

3. Tenho visto gaviões “carcarás” caçando entre as árvores das quadras de Brasília, o que não deixa de ser sinal de que a situação para eles no campo não é favorável, com tantos pesticidas usados na agricultura matando os insetos e a fauna. Alguns “carcarás” chegam a revirar os lixos das residências, prática antes privativa dos urubus.

4. Observei a empolgação de um grupo de jovens estudantes num supermercado de Brasília para coleta de donativos para as vítimas da lambança da Samarco no Vale do Rio Doce. Juventude ingênua mesmo...

A culpa é da riquíssima empresa, do governo de Minas Gerais e do Governo federal, que foram negligentes nos cuidados com as usinas de resíduos metálicos que se romperam em Mariana. Eles que tratem de providenciar ajuda aos flagelados. Há mais 315 barragens em Minas com fiscalização precária. O povo já vive suas dificuldades próprias para sobreviver.

5. Muitos queijosmineirossendo vendidos, nas ruas da Capital, sem a necessária fiscalização sanitária. Como os preços são acessíveis, o povo compra mesmo, mas a qualidade é duvidosa quanto aos procedimentos higiênicos na fabricação artesanal. O mesmo pode ser dito em relação ao mel nas garrafas, que sofre vários tipos de adulteração.

 

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