sábado, 8 de março de 2014

General Heleno define em breve se disputará ou não a Presidência


Dois generais-de-exército da reserva, Paulo Chagas e Rômulo Bini, e o vice-almirante Sérgio Tasso Vásquez de Aquino, em menos de uma semana, se pronunciaram contra o modelo de governo vigente no Brasil e repudiaram  com veemência a corrupção e o processo em curso de esquerdização do País.

Há muito combustível no ar, nesses dias que antecedem às comemorações do 50º aniversário  da Revolução de  31 de Março de 1964.  Comemorações que o governo Dilma Rousseff não quer que aconteçam, mas que serão realizadas em todos os quadrantes nacionais por militares da reserva e também da ativa, que não se conformam com os rumos tomados pela denominada Comissão da Verdade, criada para apurar fatos ocorridos durante o regime militar.

Os fatos ocorridos na Venezuela e a situação atual brasileira foram objetos de reunião recente do Alto Comando do Exército. É óbvio que a proximidade da Copa do Mundo e a crescente capacidade de mobilização das massas pelas redes sociais criam um clima de apreensão ao governo e aos setores preocupados com a estabilidade político-institucional.

A falta de uma oposição representativa das forças contrárias ao modelo vigente e ao processo político-ideológico em curso, desenhados e concebidos pelo Fórum de São Paulo, a par da “maioria circunstancial” de ministros simpatizantes ao Partido dos Trabalhadores –PT- no Supremo Tribunal Federal, despertam em bolsões militares desconfianças sobre possíveis intenções golpistas do ex-presidente Lula e seus seguidores diante de um estado de direito periclitante.

O general-de-exército da reserva, Augusto Heleno, que recebe verdadeira aclamação nas redes sociais como potencial candidato às eleições de outubro próximo, deverá se pronunciar em breve, em encontros reservados em Brasília, sobre a sua aceitação ou recusa de vir a participar do pleito. Uma possível candidatura do general começa a empolgar segmentos conservadores da classe média e do meio castrense, como alternativa para equilibrar o rolo compressor petista. Até este momento, o general Heleno tem-se mantido em low profile, mas o prazo eleitoral para registro de candidaturas se encerra em cinco de julho.
 

sábado, 1 de março de 2014

Moniz Bandeira vê ameaças ao Brasil com as crises na Ucrânia e Venezuela

Francisco das Chagas Leite Filho
O politólogo residente na Alemanha Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor do livro “A Segunda Guerra Fria”, analisou, em entrevista pelo Skype com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e os jornalistas Beto Almeida e FC Leite Filho,  da TV Cidade Livre de Brasília e do blog cafenapolitica.com.br, os acontecimentos recentes na Ucrânia, que afastaram o presidente Viktor Ianukovitch, e na Venezuela. que, mais uma vez fracassaram na tentativa de derrocar o regime bolivariano, implantado pelo falecido presidente Hugo Chávez. 
Moniz explica didaticamente que esses movimentos são produto do método do professor norte-americano Gene Sharp, autor do manual From Democracy to Dictartoship, que açulam as massas contra os governos progressistas, através de ações de rua e de opinião, tendo a mídia como principal arauto, com o pretexto da defesa de direitos fundamentais e como objetivo manter a hegemonia dos Estados Unidos sobre o mundo.
Essas ações, segundo o cientista político brasileiro, se traduziram na invasão pura e simples das tropas da OTAN, aliança militar dos Estados Unidos com a União Europeia,  como no Iraque, Afeganistão e na Líbia, e quando não podem, provocam a deposição de presidentes, como agora ocorreu na Ucrânia, cujo presidente não renunciou e tenta resistir na península da Crimeia, de população de origem majoritariamente russa. A título de exemplo, ele disse que se Nicolás Maduro, da Venezuela, tivesse caído, as pressões logo viriam sobre a Argentina e, em seguida, o Brasil.
- O Brasil precisa ter cuidado – enfatizou Moniz Bandeira – porque essas manifestações dos chamados black blocs podem estar sendo instrumentalizadas por determinados interesses internacionais de ONGs e agências americanas como a NED (National Endowement for Democracy), USAID, e outras agências estatais e fundações privadas.
Já o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário-geral do Itamaraty e alto comissariado do Mercosul, alertou para o acordo de livre comércio desta última entidade com a União Europeia, o qual, no seu entendimento, significará o fim do mercado comum que une Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, pois implicará no fim da união aduaneira de que desfrutam nossas empresas contra as megaempresas europeias. Estas, no seu entender, poderão até fechar suas filiais por aqui. Depois deste acordo com a Europa, acredita Samuel, virão inevitavelmente outros TLCs com os Estados Unidos e com a China, inibindo todo o esforço brasileiro de promoção social e de inserção no mercado internacional.
Na sua análise, Moniz Bandeira ainda explica que os Estados Unidos tentam seu domínio sobre o Brasil desde 1889, lembrando frase atribuída ao Visconde de Ouro Preto, último chefe do governo do império, quando disse que os americanos estavam por trás da proclamação da República.
 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mercúrio em lâmina de vidro


A absolvição, ontem, pelo Supremo Tribunal Federal – STF-,de oito réus condenados no processo do “Mensalão” por crime de formação de quadrilha, durante o Governo Lula, para a compra de votos no Parlamento, entre os quais o ex-ministro do Governo Lula, José Dirceu, transmite à sociedade brasileira uma sensação de impunidade e abre precedentes para que a corrupção no Brasil continue a pleno vapor. Os réus terão suas penas reduzidas e alguns poderão até deixar a prisão em breve.

O próprio presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, cujo nome vem sendo apontado pela mídia como um candidato em potencial à presidência da república, nas eleições de outubro deste ano, manifestou sua insatisfação com o resultado da votação – seis votos a favor e cinco contra a absolvição – afirmando que fatos novos poderão surgir a partir de agora, em face da maioria circunstancial de ministros na Corte nomeados por influência do Partido dos Trabalhadores - PT.

Um claro sinal de que os condenados conseguiriam reverter sua situação, livrando-se da cadeia o mais rápido possível, veio da facilidade com que obtiveram, através de sites ligados ao PT, recursos financeiros para pagar suas multas perante a justiça, a título de ressarcimento aos cofres públicos. A campanha de arrecadação de fundos foi  extremamente eficaz, em especial para dois personagens chaves do processo do “Mensalão”, o ex-ministro José Dirceu e Delúbio Soares, o ex-tesoureiro petista.

Em recente pronunciamento, o general da reserva Paulo Chagas afirmou que o Exército não teme e nem serve ao PT e denunciou “a baderna e a roubalheira” que, a seu ver, o partido trouxe ao Brasil, desde que empolgou o poder. Chagas alude a possíveis planos da esquerda brasileira de promover a instabilidade, a agitação pública, para implantação de uma ditadura socialista nos moldes da preconizada pelo Fórum de São Paulo. Nesse aspecto, a reeleição da Presidente Dilma Rousseff se transformaria numa imposição, pela via do voto ou do golpe.

O general Paulo Chagas não tem mais tropas sob seu comando, mas, seu pronunciamento teria eco junto a outros comandantes da ativa das Forças Armadas, que, silenciosamente, acompanham o cenário político, e, de modo especial ,a desenvoltura do ex-Presidente Lula da Silva, que, solidário ao presidente Maduro, da Venezuela, que vem podando as franquias democráticas, se reúne com empresários e políticos e procura monitorar a Presidente Dilma Rousseff, pregando mudanças na economia e na política.

Lula, hoje, para qualquer analista político atento, atua como articulador golpista. Ele conseguiu ficar de fora do processo do “Mensalão”, embora o Brasil inteiro saiba que ele, e até a Presidente Dilma, ministra na época, tinham conhecimento de tudo.

Assim, a estabilidade político-institucional no Brasil atual se compara ao efeito de mercúrio líquido numa lâmina de vidro: Ao menor movimento brusco, escorrega e se parte em múltiplos pedaços, facilmente reconstituíveis aos interesses de quem o manipula...