quinta-feira, 1 de setembro de 2011

12 Gênios da Atualidade Política Brasileira (3a.listagem)


Em recente artigo de análise política, intitulado “12 gênios da atualidade política brasileira “, mencionei os nomes de José Sarney, Lula, Marco Maciel, Paulo Maluf, Fernando Collor, Itamar Franco, Joaquim Roriz, Iris Rezende, Francisco Dornelles, César Maia, Michel Temer e Inocêncio de Oliveira.
Hoje, com a morte de Itamar Franco, coloco como seu substituto na minha lista o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu, que se encontra ainda sob investigação acerca das denúncias sobre seu suposto envolvimento no escândalo do “Mensalão”.
Não necessariamente por essa ordem, mas José Sarney, sem dúvida, continua encabeçando a lista há décadas, e a sua permanência na presidência do Congresso Nacional dispensa mais explicações. Comparam-no a Joseph Fouché, mas eu não
concordo, pois penso que seus estilos e suas  trajetórias são muito diferentes.
E aí, sim, explico a razão de acrescentar à lista o nome do deputado José Dirceu, esse, sim, o nosso clone de Fouché. Um clone bem mais modesto, creio, porque o Brasil nunca teve alguém que fizesse o que Fouché fez  como regicida e “carniceiro de Lyon”.
Dirceu combateu o regime militar, como ferrenho comunista, atuando no exterior e dentro do Brasil; ajudou a derrubar Collor e participou da ascensão do PT ao poder com Lula, de quem foi ministro da Casa Civil e o melhor articulador político, inclusive nas articulações com nobres e burgueses para garantir maioria parlamentar a Lula.
Bem ao seu estilo de mineiro de Passa Quatro, que conquistou mandato de deputado federal por São Paulo, Dirceu teceu teias tão amplas, que acabou se emaranhando em seus fios, quando o deputado Roberto Jefferson o denunciou como principal arquiteto do “Mensalão”.
Esse “camaleão”, que tem se adaptado às circunstâncias políticas e históricas com notável habilidade; que tem driblado a imprensa e os processos judiciais como enguia ensaboada, conhece profundamente os meandros do poder no Brasil e a psicologia das elites.
A principal arma de Dirceu é a informação, que ele continua cultivando com desenvoltura nos principais nichos do governo, nas sombras do PT e nas próprias hostes de outros partidos. Informantes não lhe faltam.
Algumas figuras comprovadamente envolvidas no “Mensalão” já voltaram à cena política, reocupando até postos estratégicos dentro e fora do Congresso Nacional, mas José Dirceu ainda luta para escapar dos tribunais.
Quando digo gênio político, não levo em consideração relevante o aspecto ético, o caráter do político, e nem mesmo a alma, que, segundo Ortega y Gasset, se conhece pela escrita e pela obra.
Considero, primeiramente, a singularidade da intimidade do gênio com o poder como estratégia para determinado objetivo político. Uma coisa (rara) é o político que doma o poder, e outra é o que se deixa domar pelo poder. Essa lista que mantenho atualizada é produto de minha reflexão sobre esse aspecto da cratologia.

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