Terminadas as apurações do
primeiro turno das eleições municipais e restando a disputa em segundo turno em
22 cidades brasileiras (das quais 15 capitais), considero válidas as
seguintes observações:
1.
O
PMDB, mesmo encolhendo, mas vencedor em 1.032 municípios, continua sendo, com
sua bancada na Câmara e no Senado, pedra angular da coligação atual de governo do Brasil e principal protagonista das eleições
presidenciais em 2014;
2.
O
PSDB (701 prefeituras) encolheu em São Paulo, Minas Gerais e Ceará, seus principais
redutos, embora se mantenha na segunda colocação geral entre os partidos mais influentes,
seguido pelo PT (642 prefeituras), PSD (497) e PSB (436);
3.
O
DEM (277 prefeituras, entre as quais a de Aracaju) teve considerável declínio,
que ameaça a sua própria sobrevivência, a menos que busque sua fusão com alguma
legenda, mesmo que venha a conquistar a prefeitura de Salvador;
4.
A
oposição à atual coligação de governo fica enfraquecida, conquistando apenas as
prefeituras de Maceió, com Rui Palmeira (PSDB), e Aracaju, com João Alves (DEM).
Só após o resultado do segundo turno, quando outras capitais estarão em
disputa, principalmente São Paulo, se saberá quais os desafios ou facilidades
que a Presidente Dilma enfrentará com a sua base parlamentar.
5.
O
PV teve um crescimento pífio (97 prefeituras), para quem teve uma candidata à
presidência, Marina Silva, com 19,6 milhões de votos, quando disputou com Dilma
Rousseff. Descartando Marina Silva, o partido abortou, assim, a sua expectativa
de se tornar uma via alternativa de conquista do poder, abrindo espaço para o
PSB de Eduardo Campos;
6.
O “Mensalão” não influiu muito nos resultados desse primeiro turno, mas a
tendência
é que seja explorado no segundo turno pelos adversários do PT;
7.
O Rio de Janeiro, tradicionalmente foco de oposição, consolida sua transformação
em centro estratégico de apoio ao governo, com o prefeito Eduardo Paes e o
governador Sérgio Cabral;
8.
A abstenção recorde de 22 milhões de eleitores, segundo dado divulgado pelo TSE,
pode ser sintoma de apatia ou descrença do eleitorado no atual sistema de
governo. Esse dado merece estudos, principalmente pelos parlamentaristas.
O
quadro político apresenta essas nuances, após o primeiro turno, mas o segundo
turno dessas eleições municipais projetará cenários mais precisos para as
eleições presidenciais de 2014 e o controle do poder no Brasil nas próximas
décadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário