Continuidade nos Estados Unidos,
com Barack Obama reeleito, continuidade no Brasil, com Dilma Rousseff em 2014. Em tese, esse
é o raciocínio que pode ser aplicado em qualquer análise sobre os reflexos da
eleição presidencial nos Estados Unidos em relação ao Brasil, embora a política seja dinâmica em sua conjuntura.
Alinhamentos automáticos entre
Brasília e Washington foram substituídos, nas últimas décadas, por alinhamentos
convenientes, e esses recomendam que Obama e Dilma continuem o atual diálogo entre
os dois países, que envolve 25 áreas de cooperação, com atritos isolados na área comercial - onde a balança é
desfavorável ao Brasil, que importa 24 bilhões de dólares e vende 20,6 bilhões-
e crescentes pontos de convergência na
área econômica e tecnológica, em especial no campo energético, onde se destacam
o petróleo e o etanol.
No campo cultural, se estreita o intercâmbio
entre os dois países, com a troca de estudantes, pelo projeto acadêmico Ciência
Sem Fronteiras e a isenção de vistos para os turistas nos dois países. Não é
pouco progresso, diante do antigo ranço que despertava o antiamericanismo no
Brasil e da fria receptividade de Washington aos primeiros meses da posse da
Presidente Dilma.
A população dos Estados Unidos,
como as populações da maioria dos países, tem experimentado situações que, com
o advento da internet, das redes sociais e de toda a parafernália tecnológica da
float information global, contribuem para a derrubada de barreiras
culturais e idiossincrasias que aproximam os povos e chegam até mesmo a
eliminar virtualmente fronteiras físicas e políticas que os separam, colocando
em reavaliação o próprio conceito de soberania, consolidado ao longo da
evolução do Estado.
Os Estados Unidos, potência
hegemônica, mas sujeitos às intempéries da crise financeira mundial, se
defrontam com o poder crescente da China e executa sua agenda de política externa invasiva em todos os continentes, procurando garantia de suprimentos energéticos
e matérias-primas estratégicas. Os povos
do mundo inteiro hoje assimilam esse jogo do poder mundial, que distingue globalizadores
e globalizados, mas que torna todos os países interdependentes pela economia.
Os estadunidenses demonstram
hoje ,após os atentados terroristas ao País, maior consciência sobre as
suas vulnerabilidades e a necessidade de comunicação, cooperação e intercâmbio
com os demais povos, sem preconceitos ou critérios radicais de supremacia política ou cultural. Isso inclui o Brasil e
demais países da América Latina, com raras exceções.
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