domingo, 19 de maio de 2013

Não há "zona de conforto" na política


Leio no noticiário político que o senador Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB-e representante do Estado de Minas Gerais, ingressa agora numa “zona de conforto” para se tornar candidato às eleições presidenciais de 2014, depois de ter sido eleito para presidir a agremiação, durante a convenção partidária realizada neste final de semana, em Brasília.

Com apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ex-governador e ministro José Serra, Aécio Neves assumiu criticando  a atual  política econômica   do Governo Dilma Rousseff e os vícios do Partido dos Trabalhadores -PT –“encastelado no poder”, do ex-Presidente Lula.

Aécio Neves, no entanto, foi comedido em relação ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB-, sócio do PT no controle da coalizão governamental, legenda fundada por seu avô, o ex-presidente Tancredo Neves, e, atualmente donatária do comando das Presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além de ser o partido do vice-presidente da República, Michel Temer.

A eleição de Aécio Neves para a Presidência do PSDB define quase que por completo a relação dos postulantes ao Palácio do Planalto, em disputa com a Presidente Dilma e seu Vice-Michel Temer, que pretendem ser reeleitos.

Digo quase, porque a ex-senadora Marina Silva, ambientalista, ainda encontra dificuldades para lançar seu partido, a Rede Sustentabilidade, para se candidatar novamente ao Planalto. Pelo Partido Verde, ela obteve, em 2010, cerca de 20 milhões de votos (20% dos votos válidos), contra Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB.

Em política não existe “zona de conforto”, essa coisa boa dos spas e resorts, mas, sim, permanentes zonas de risco, “sketches zones”, pois a conquista e manutenção do poder não dão trégua aos que o aspiram. Política é a continuação da guerra por outros meios, como diz Michel Foucault, ao propor a inversão do aforisma de Claus von Clausewitz.

Em seu novo cargo, o senador Aécio Neves terá que legitimar pela ação oposicionista sua aspiração à candidatura presidencial, tarefa nada fácil, pois agora seu aliado em potencial, o governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, do Partido Socialista Brasileiro - PSB-, estrela ascendente no firmamento político brasileiro, vê diminuir sua opção de se tornar “candidatável”, como cabeça-de-chapa ou vice, em 2014, em face da ala governista existente dentro do seu partido.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário