Leio no noticiário político que o
senador Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB-e
representante do Estado de Minas Gerais, ingressa agora numa “zona de conforto”
para se tornar candidato às eleições presidenciais de 2014, depois de ter sido eleito
para presidir a agremiação, durante a convenção partidária realizada neste
final de semana, em Brasília.
Com apoio do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do
ex-governador e ministro José Serra, Aécio Neves assumiu criticando a atual
política econômica do Governo Dilma Rousseff e os vícios do
Partido dos Trabalhadores -PT –“encastelado no poder”, do ex-Presidente Lula.
Aécio Neves, no entanto, foi comedido
em relação ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB-, sócio do PT no
controle da coalizão governamental, legenda fundada por seu avô, o
ex-presidente Tancredo Neves, e, atualmente donatária do comando das
Presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além de ser o partido
do vice-presidente da República, Michel Temer.
A eleição de Aécio Neves para a
Presidência do PSDB define quase que por completo a relação dos postulantes ao
Palácio do Planalto, em disputa com a Presidente Dilma e seu Vice-Michel Temer,
que pretendem ser reeleitos.
Digo quase, porque a ex-senadora
Marina Silva, ambientalista, ainda encontra dificuldades para lançar seu
partido, a Rede Sustentabilidade, para se candidatar novamente ao Planalto.
Pelo Partido Verde, ela obteve, em 2010, cerca de 20 milhões de votos (20% dos
votos válidos), contra Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB.
Em política não existe “zona de
conforto”, essa coisa boa dos spas e resorts, mas, sim, permanentes zonas de
risco, “sketches zones”, pois a conquista e manutenção do poder não dão trégua aos
que o aspiram. Política é a continuação da guerra por outros meios, como diz
Michel Foucault, ao propor a inversão do aforisma de Claus von Clausewitz.
Em seu novo cargo, o senador
Aécio Neves terá que legitimar pela ação oposicionista sua aspiração à
candidatura presidencial, tarefa nada fácil, pois agora seu aliado em
potencial, o governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, do Partido
Socialista Brasileiro - PSB-, estrela ascendente no firmamento político
brasileiro, vê diminuir sua opção de se tornar “candidatável”, como
cabeça-de-chapa ou vice, em 2014, em face da ala governista existente dentro do
seu partido.
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