Esse
monitoramento estatístico da política, feito pelos institutos de pesquisas de
opinião pública, como o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística -
Ibope-, o Instituto Sensus e a Datafolha, e por entidades estranhas ao meio,
como a Confederação Nacional dos Transportes e órgãos da imprensa (Organizações
Globo e O Estado de S. Paulo), tem
esvaziado o processo democrático brasileiro e dificultado o surgimento de novas lideranças
políticas.
Vejamos
o caso da sucessão presidencial de 2014, já deflagrada e em pleno recrudescimento:
A Presidente Dilma Rousseff, que sofreu uma queda brusca de popularidade, após
as manifestações de protesto contra o governo, em junho, sobe agora ao patamar
de 38%, como num passe de mágica, que confere legitimidade ao que afirma
Maquiavel – que o povo é matéria-plástica na mão do príncipe.
Estatísticas
que são manipuláveis ao bel-prazer do governante de plantão, não só no Brasil,
mas em quase todos os países; a diferença aqui é a presença marcante dos
marqueteiros na determinação dos atos de governo que possam promover o
Presidente, o que chega a ter reflexos ate na formulação das políticas
públicas.
Recentemente,
o Brasil recebeu com susto a notícia de que o Tribunal Superior Eleitoral - TSE-,
que está obrigando os 120 milhões de eleitores a fazerem seu cadastro
biométrico, fez um convênio com a SERASA, entidade manipulada pelos bancos para
monitorar o setor de crédito, para repassar os dados dos eleitores.
A
Presidente do TSE, ministra Carmem Lúcia, disse que não sabia desse convênio, e
mandou sustá-lo, quando a informação vazou. Não se tem falado mais no assunto,
mas ficou claro que os bancos querem ter influência direta no processo
eleitoral. Será que a SERASA não chegou mesmo a receber os dados? É a indagação
de muitos eleitores.
A
criação de partidos de conveniência, para abrigar figuras que despontam no
cenário político à margem de ideologias e linhas programáticas consolidadas
pelo processo político, é outro vício da política atual no Brasil. O Presidente
Collor foi eleito pelo desconhecido Partido da Renovação Nacional - PRN.
A
ex-senadora Marina Silva, que pertenceu ao Partido dos Trabalhadores e ao
Partido Verde, chegando a disputar por este as últimas eleições presidenciais e
recebendo expressiva votação, deve obter o registro para a Rede
Sustentabilidade, legenda que viabilizará sua candidatura para as eleições de
2014, pois seu nome surge nas pesquisas com significativa intenção de voto,
transformando-a na principal adversária de Dilma Rousseff, cujo nome continua
atrelado cada vez mais à figura carismática do ex-presidente Lula.
Mas,
indivíduo de mediana inteligência pode concluir que, no Brasil, os eleitores
votam na pessoa, e não na legenda partidária, o que induz à prática da
infidelidade partidária, embora a legislação eleitoral venha tentando sustar o
processo de migração partidária, que dá margem a verdadeiro balcão de negócios no Parlamento.
O
voto nulo, nas urnas eletrônicas, tem uma configuração que dificulta ao próprio
eleitor anular seu voto, pois, quando ele aperta a tecla para esse fim, aparece
a palavra “error”, que ele deve
confirmar, caso queira mesmo anular seu voto. Mas, a maioria dos eleitores não
sabe que tem que apertar essa tecla e acaba mudando sua decisão, com medo de
votar errado. Falta esclarecimento (ou é intencional essa configuração?).
O
voto nulo, nas urnas eletrônicas, tem uma configuração que dificulta ao próprio
eleitor anular seu voto, pois, quando ele aperta a tecla para esse fim, aparece
a palavra “error”, que ele deve
confirmar, caso queira mesmo anular seu voto. Mas, a maioria dos eleitores não
sabe que tem que apertar essa tecla e acaba mudando sua decisão, com medo de
votar errado.
São
tantas as manipulações contra a legítima representação política no Brasil -
aquela que expresse realmente os anseios, as reivindicações, as necessidades e
os interesses do povo, através do sistema eleitoral-partidário - que podemos aplicar a ilustração acima para a situação do eleitor. É a política “denorex”, que
parece, mas não é...
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