Gen Div Clovis Purper
Bandeira*
Na crista da mais recente onda diversionista
orquestrada pelo governo petista, com a finalidade de desviar a atenção dos
cidadãos dos graves problemas que vive a nação, acenando com um inimigo externo
que ameaça nossa soberania – no caso, os EUA e sua NSA – a cada dia temos na
imprensa “equivocada” mais uma pílula sobre o vazamento de informações e a
procura de conhecimentos sobre nossa vida política e econômica por parte dos
“gringos”.
O fato de só ter aparecido, até agora, a Petrobrás
como alvo econômico da bisbilhotice eletrônica apenas demonstra que poucas
empresas brasileiras atingem um nível de importância que cause real atenção
mundial por seus assuntos. Ou que há mais matéria guardada, a ser divulgada a
conta-gotas, para fazer a crise durar bastante.
Enquanto
isso, arrefecem os protestos quanto aos problemas que realmente afetam a vida
dos brasileiros, motores das manifestações espontâneas de junho – nada a ver
com as arruaças atuais montadas pela extrema esquerda, pelos anarquistas classe
média Black Holes e por marginais comuns – em que se exigiam melhor
transporte, saúde, educação, gestão pública e honestidade.
O governo se diz surpreso e indignado pela busca de informes por parte dos
americanos que, como potência que são, procuram todo tipo de informação que
lhes possa ser útil. Assim, aliás, procede qualquer país, dentro dos limites de
seu poder nacional.
O governo brasileiro não sabia disso? De onde vinham as informações a respeito
do tráfico de drogas e armas que abasteciam nossa Polícia Federal? E as outras
informações trocadas no interior da comunidade de inteligência americana, da
qual o Brasil participa e se beneficia? Não, o mundo da inteligência não
começou hoje, sempre existiu e sempre existirá. É claro que nossos governantes
tinham conhecimento da existência de um grande e poderoso esquema de coleta de
dados sobre todos, apoiado por tecnologia de ponta, em favor das grandes
potências.
Só o governo brasileiro não sabia que a NSA é o maior centro mundial de SIGINT, isto
é, inteligência obtida a partir de sinais, incluindo interceptação e
criptoanálise? Também é o principal órgão estadunidense dedicado a proteger
informações sujeitas a SIGINT, sendo, dessa forma, o maior núcleo mundial de
conhecimento em criptologia. Foi criada no início
da Guerra Fria, em 1952, e foi se adaptando às mudanças do mundo.
Sim, meus compatriotas:
após a 2ª Guerra Mundial, houve uma Guerra Fria, que opôs democratas e
comunistas e que só acabou com o desaparecimento da URSS.
Novamente
sim, meus amigos: o comunismo acabou em todo mundo, menos em Cuba, Coreia do
Norte e alguns países sul-americanos, dentre os quais desponta o Brasil. Quase
cem anos depois da falecida e fracassada Revolução Comunista na Rússia, estamos
criando nossos sovietes, mencheviques e bolcheviques, para reinventar o que não
deu certo no mundo inteiro e reescrever a história. Parece que estamos fadados
a andar sempre em círculos, incapazes de romper tal inércia e mover-nos para
frente.
Numa das
imagens apresentadas nos jornais e na TV, principalmente na mídia
“equivocada”, como alvos da espionagem americana, aparecem o Brasil e mais
alguns países vacilantes, sob o título: países amigos, neutros ou inimigos.
Novo arrepio
de indignação: como podemos ser considerados inimigos? Nós, que sempre fomos
tão democratas?
Observem o
rumo de nossa política interna, sob um governo paquidérmico, incapaz e
corrupto, cada vez interferindo mais no livre arbítrio e nas demais liberdades
individuais do povo, aparelhando os órgãos do estado com companheiros e
sindicalistas despreparados, controlando as atividades empresariais por meio de
empréstimos generosos aos escolhidos e pela crescente carga tributária e
ingerência no mercado de trabalho já engessado, apoiado por ONGs e “movimentos
sociais” espúrios e, muitas vezes, criminosos. Isso é ser democrata?
Vejam como a
política externa dúbia dos nossos últimos governos causa dúvidas sobre o real
alinhamento internacional brasileiro, já admitindo que possa vir a ser inimigo
do país que simboliza a democracia e o liberalismo em seu grau máximo.
Por quê?
Ora, basta
ver os votos brasileiros nos foros internacionais, sempre contrários à posição
defendida pelos EUA e aliados, mesmo em prejuízo de nossos reais interesses,
desde que marquem a ideia de antiamericanismo.
Quem têm
sido os amigos de fé, irmãos e camaradas do Brasil nos últimos anos? Os irmãos
Castro, Cristina Kirchner, Nicolas Maduro – herdeiro bolivariano de Hugo Chávez
– Evo Morales, Mahmud Amajinehad, Muammar al-Kadafi, o insano e divino
imperador norte-coreano Kim Jong-um, além de uma plêiade de ditadores africanos
cujas dívidas para conosco foram perdoadas... Isso é ser democrata?
Se os caros
leitores tivessem um amigo assim, também não se precaveriam, colecionando dados
de inteligência sobre ele?
Percebem em
que barco, em que águas e em que companhia estamos navegando?
Não há,
portanto, motivo algum para surpresa.
"Dize-me com
quem andas e te direi quem és", ensina o velho ditado.
·
Assessor da Presidência do Clube
Militar
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