domingo, 15 de setembro de 2013

Manifestações, Espionagem, na Síria


Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 
 
O ocaso das manifestações
 
Sobrou apenas algumas reivindicações muito particulares A violência dos vândalos afugentou as massas das ruas, contrariando as previsões da mídia que imaginavam neste 7 de setembro num grande movimento nacional contra o governo e contra a corrupção.  Mas que deu um susto nos políticos, isto deu. Em termos materiais o prejuízo foi grande, de muitos milhões. Iniciado por esquerdistas, para eles foi um tiro no pé, mas para o País um tremendo enfraquecimento.
 
Espionagem
 
Já era mais que sabido. Todo mundo espiona todo mundo, usando a tecnologia disponível. Muitas das ocorrências do caso Snowden já havíamos publicado no livro “Segredos da Espionagem” (2ª edição) há mais de ano Os americanos tal como os demais, usam e usarão seus serviços secretos para auxiliar sua economia e até suas firmas, além da finalidade básica de defesa e segurança. Só o nosso País não faz nada, o que é uma pena e se mostra indignado, o que é hipocrisia com uma dosagem de ingenuidade surpreendente para uma nação do nosso porte e da nossa História.
 
Entretanto. é um episódio a ser aproveitado. A regra número um do espião é não ser pego em ação, e os gringos foram apanhados. Estão em situação desvantajosa e terão que se desculpar e fazerem concessões para não criarem mais hostilidade. Se agirem com arrogância apenas complicará sua já desgastada antiga amizade
 
Lamentavelmente, os nossos últimos governos acham que a Inteligência é coisa da ditadura, ou melhor, espionagem e “porão” são conectados. Talvez tenham medo é que seus podres venham à luz. Se não gostam dos EUA poderiam se, inspirar em Israel quanto a segurança, na Bélgica e até mesmo da França no tema inteligência econômica, mas não menosprezar a principal arma de qualquer grande potência - a Inteligência.
 
A espionagem sempre existirá. A regra número dois da espionagem é não mostrar conhecimentos, desconhecimentos e intenções. Isto é um pecado mortal para quem trabalha nas sombras. Reclamar e pedir explicações (tipo me engana que eu gosto) ou mesmo exigir compensações é até razoável, mas ficar demonstrando espanto e indignação, só demonstra o nosso despreparo. Nas vésperas do leilão do pré sal, é bom pensar se o nosso petróleo não teria sido o alvo prioritário da espionagem.
 
Se um país for incapaz de prever e antecipar ameaças, estará em desvantagem no jogo internacional e a espionagem é uma peça básica para essas previsões. Está na hora de espionarmos também internamente. Centenas de ONGs atuam contra a unidade nacional, e o Governo ainda as financia na mais absoluta ignorância sobre o assunto.
 
O descaso com a Inteligência e com a Contra Inteligência é consequência do descaso com a segurança e defesa nacional, tal como permitir a obsolescência das nossas forças de reação. Resultados: o crescimento no narcotráfico e do crime organizado, a biopirataria solta na Amazônia, a tendência à divisão do País em etnias hostis. A possibilidade de uma dessas etnias afastar-se da comunhão nacional, a decadência da indústria nacional, a invasão econômica e cultural, os alinhamentos inconvenientes na política internacional e outros tantos males.
 
A situação pode ser revertida? Claro que sim. Na ABIN ainda existem alguns profissionais bem preparados, mas o governo insiste em achar que espionagem é coisa partidária. Inteligência se faz de outro jeito. O terror das esquerdas pelos “porões” da ditadura é  fruto mais da propaganda do que da realidade, e porões nem existem mais. Brasil, desperta! Use os instrumentos de que dispõe.
 
Na Síria
 
No “Grande Jogo” podemos inferir que a finalidade da OTAN seria o domínio do petróleo do Oriente Médio, no Iraque, Líbia, Síria e Irã. Já a Rússia pretende impedir as ações da OTAN e evitar perder seu controle do fornecimento energético, principalmente para a Europa. Os árabes, um tanto dispersos, sonham em islamizar o mundo e impor a sua sharia.
 
Neste “Grande Jogo”, naturalmente, cada país tem seus interesses particulares, sem excluir interesses da alta cúpula financeira mundial, acusada até mesmo de estar por trás de todas as jogadas, mas os citados são os “players” principais. É dentro deste quadro que vemos o cenário da ameaça de bombardeio à Síria; Certamente não é pelas armas químicas que causaram apenas 1% das baixas da guerra civil, mas isto é um pretexto, e ao que parece, forjado.
 
Não há ameaça à segurança dos EUA que justifique um ataque, mas acontece que esta seria uma operação militar sem riscos de baixas estadunidenses. As forças armadas sírias já estão esgotadas após dois anos de combate aos rebeldes por todo o país. A Síria nem mesmo pôde retaliar contra repetidos ataques aéreos israelenses. Em suma, a Síria não tem poder dissuasor, a não serem as armas químicas, e tudo indica que vai entregá-las numa tentativa de evitar o bombardeio, cedendo, tal como fez o Iraque antes de ser atacado. Aí mesmo que não conseguirá evitá-lo.
 
Um freio ao ataque é o receio dos EUA que a guerra se espalhe por todo o Oriente Médio, pois o Irã sabe que será o próximo alvo e se não auxiliar a Síria terá que lutar sozinho. Só poderá viver em paz se conseguir fabricar a tempo suas armas nucleares e os meios de enviá-las, como fez a Coréia do Norte.  Neste ponto os ditadores coreanos demonstraram visão. Eles criaram um poder dissuasor que faria até os EUA pensar antes de lançar um ataque militar contra eles
 
Quanto a atitude da China, espera-se que seja somente protestos, como alguns mais, inclusive o nosso País. E a Rússia? Perderá suas bases no Mediterrâneo sem reagir? Provavelmente sim, não arriscará a uma guerra total só por isto. Terá que amargar o prejuízo, mas talvez acabe sendo envolvida. Aí será o apocalipse.
 
Corrigindo
 
Circulou na internet a notícia de um gasto de quatro milhões de reais por parte do Ministério da Cultura para um certo Memorial do Funk, que teria no saguão, em baixo relevo, funkeiras de bronze” exibindo suas nádegas. Erroneamente divulgamos a notícia  no comentário anterior, por parecer coerente com as atitudes da ministra Suplicy
 
A história apareceu na web no começo de julho de 2013 e se espalhou pelas redes sociais e em diversos sites e blogs. De acordo com o texto, o Ministério da Cultura teria liberado a verba de quatro milhões de reais para que fosse construído o tal Memorial do Funk, “com o objetivo de divulgar e promover a cultura da periferia, vítima de tanto preconceito no Brasil afora”, mas a notícia não é verdadeira. Não houve tal gasto e o painel de bronze com as nádegas de funkeiras existe sim, mas numa boate dos Estados Unidos. Mentiras são comuns na política partidária
Que Deus proteja o nosso País
 
ADENDO
 Causa inconfessável
Os financiadores das organizações que defendem os índios são de países que cobiçam nossas riquezas
Senadora Kátia Abreu
“É improvável que, na agenda social brasileira, haja causa mais santificada que a indígena. São mais de 100 mil ONGs, a maioria estrangeira, associadas a dois organismos ligados à Igreja Católica: o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e a CPT (Comissão Pastoral da Terra).
Sua ação e objetivos não têm nada a ver com religião. Exercem notória militância política, de cunho ideológico, sob a inspiração da Teologia da Libertação, de fundo marxista.
Agem associados à FUNAI (Fundação Nacional do Índio), por sua vez aparelhada por antropólogos que compartilham a mesma ideologia.
Há um forte paradoxo nesse cenário: com tantos e tão poderosos defensores, os índios deveriam ser os cidadãos mais bem cuidados do país. E, infelizmente, não são.
O que se vê, no noticiário propagado pelas próprias ONGs, são índios com problemas de nutrição, alcoolismo, gravidez na adolescência, sem escola ou em isolamento. Questões que são verdadeiras, mas que não dependem de terra, e sim de assistência social.
Além das ONGs e de instituições como o CIMI e a CPT, há dois órgãos estatais voltados para a defesa dos índios: a já citada FUNAI e a Funasa, incumbida da saúde e da ação sanitária nas tribos. Nenhum cidadão dispõe de tal aparato - que, no entanto, não funciona. E é de se  estranhar por que Cimi, CPT e ONGs são regiamente financiados por organizações internacionais.
Como esses financiamentos se destinam a melhorar a vida dos índios --e esta não melhora--, é espantoso que os financiadores não promovam auditorias para averiguar o que ocorre. A menos, claro, que as benfeitorias se meçam pelo número de hectares invadidos, pondo em risco uma das agriculturas mais competitivas do mundo, sustentáculo há décadas da economia brasileira.
Se assim for, como parece ser, o serviço está magnificamente prestado. Só nos sete primeiros meses deste ano, houve 105 invasões de propriedades produtivas, devidamente tituladas, algumas há mais de um século. Há 190 conflitos instalados, e, somente em Mato Grosso do Sul e na Bahia, há 147 propriedades já ocupadas pelos índios. FUNAI e Advocacia-Geral da União, segundo os jornais, recusam-se a obedecer a decisões judiciais de reintegração de posse.
Os benfeitores dos índios, regiamente financiados, elegeram há anos o bode expiatório ideal para as mazelas daqueles brasileiros: os produtores rurais, a maioria de pequeno porte. Seriam as terras destinadas à agricultura a causa do sofrimento dos índios? Quem quiser que tire suas conclusões: os índios brasileiros dispõem de extensão de terra de dar inveja a muitos países.
As áreas indígenas, com pouco mais de 500 mil habitantes, ocupam 109,6 milhões de hectares (13% do país).
Nos EUA, esse índice é de 5,72%; na Austrália, é de 4,72%; no Canadá, de 0,26%. O problema, portanto, não é de terras: é de gestão --e de má-fé.
Nos últimos 18 anos, a média de demarcação de terras para os índios --grande parte produtiva e, na maioria, de pequenos produtores-- foi de 3,2 milhões de hectares/ano. Mantido esse ritmo, a área de produção agrícola estaria fortemente  comprometida em alguns anos.
Para reagir ao avanço dessas invasões, apresentei ao Senado projeto de lei que suspende processos demarcatórios de terras indígenas sobre propriedades invadidas pelos dois anos seguintes à sua desocupação.
O que se esconde por trás de tudo isso é algo simples: guerra comercial. Os financiadores são de países que competem com a agricultura brasileira e que cobiçam nossas riquezas minerais e vegetais. São os mesmos que, reiteradamente, defendem que essa parte do território nacional deve ser cedida, e os brasileiros índios, transformados em nações independentes na ONU.
Consideram, assim, mais fácil se apossarem de nossas riquezas, dando às lideranças indígenas não os espelhinhos com que os conquistadores portugueses os encantavam, mas jatinhos, laptops e automóveis, fazendo da miséria dos demais estandarte de um lobby ultrajante, que denigre a imagem externa do Brasil.
É do mais alto interesse nacional --sobretudo do interesse dos próprios índios-- saber quanto, de onde vêm e como são gastos os milhões de dólares que sustentam a ação deletéria dessas organizações, que fazem dos índios escudos humanos de uma causa inconfessável.”
Observação: O exposto pela Senadora Kátia Abreu é verdadeiro, mas se refere  às partes Centro-Oeste, Leste, Sudeste e Sul do País.
Ao norte do rio Amazonas, nas grandes serras que fazem fronteira coma Venezuela e Guianas o motivo da criação das reservas indígenas são as ambicionadas jazidas minerais (ouro, urânio, nióbio, terras raras, tório, estanho, cassiterita tantalita, bauxita, creolita  e outros), alguns quase inexistentes no resto do mundo.
Naquela fronteira quase não se invadem fazendas, mesmo porque quase não as tem. Lá as  ONGs pagam antropólogos da Funai para fazerem laudos viciosos e políticos para as homologarem, e a intenção é criar uma nova nação, separada do Brasil .
É ainda mais perigoso.
 

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