Assisti pela televisão a Vigília
pela Paz do Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano, e leio que o
Presidente Barack Obama, “Prêmio Nobel da Paz”, apela ao Congresso dos Estados
Unidos para que autorize o ataque à Síria, sob o argumento de que o Presidente
Bashar al-Assad usou arsenal químico contra os rebeldes.
Comenta-se que seria um “ataque
cirúrgico”, mas a proposta formal de Obama ao Congresso autoriza o Presidente a
usar as Forças Armadas dos Estados Unidos para combate em solo e “dentro, para
e a partir da Síria”, ou seja, uma intervenção militar em todo o Oriente Médio
ou qualquer outra parte do mundo.
Nesse momento, Obama não se
preocupa com a Organização das Nações Unidas – ONU-, mas o Brasil já deixou
claro que apoiaria qualquer iniciativa se fosse autorizada pela ONU. As
condições desse apoio teriam sido objeto de conversações mantidas entre a
Presidente Dilma e os Presidentes Obama e Putin, na Rússia.
A questão para Obama não é apenas
congressual, mas, sim, se o povo dos Estados Unidos aceitaria uma nova intervenção
militar de vasto alcance no mundo islâmico. O povo brasileiro não apoiaria,
segundo pesquisas informais que vêm sendo realizadas nos sites de navegação. Os
católicos do mundo inteiro, atentos à vigília papal, certamente repudiarão o
ataque desejado por Obama. Idem para os muçulmanos....
Aqui e acolá, a voz popular no
mundo inteiro, aparentemente impotente diante
da força militar dos Estados Unidos, clama pela solução pacífica do
conflito na Síria, mas o Império tem interesses e “razões de Estado” que o povo
ignora...
Desde Bodin, passando por Hobbes
e Maquiavel, entre outros, e chegando-se a Noam Chomsky, em recente obra (“Razões de Estado”), o debate sobre a ideia de que o
Estado há que ser forte e o governante astuto tem justificado muitas guerras e
mortes, mas o aspecto hodierno desse tema é
a globalização, que altera os padrões de consentimento popular aos morticínios perpetrados pelas guerras.
Não há um estado mundial, mas
centros de poder e a dominação de algumas potências, com hegemonia dos Estados
Unidos, que, em caso de ataque à Síria, contra a vontade do “povo global”,
teria que arrostar com consequências imprevisíveis para o futuro dessa nação e
da própria paz mundial.
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