sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Visita de Estado, Chamem os bandidos e Reflexões


Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
 

Visita de Estado

Um convite de uma visita de Estado aos EUA é uma honra reservada a poucos governantes e uma deferência especial ao País. É também um jogo diplomático para conquistar aliados mais pela emoção e lisonja do que, muitas vezes, pela real parceria de interesses, entretanto, é um jogo diplomático válido e a recusa uma ofensa, quando não um rompimento. 

Por falta de explicações ou desculpas a nossa Presidente adiou a visita, que possivelmente não mais se realizará, causando polêmica interna e externa. Não podemos saber quais as motivações mais fortes que a impeliram a tal gesto. Pode ter sido tanto uma expressão de independência e de orgulho nacional como de sua ideologia esquerdista e de aversão à Potência hegemônica. Deve ter influído na decisão a oportunidade de juntar o País atrás de si pelo desafio ao estrangeiro.

Mesmo os que desconfiavam dos EUA ficaram quietos (talvez tenha dado medinho). Os mais ligados ao way of life americano uivaram de indignação. O fato é que não houve unanimidade nem a favor nem contra, mas alguma indiferença. O País não uniu nem dividiu, entretanto neste caso a Presidente fez a coisa certa.

A despeito de alguns comentaristas domésticos terem criticado o gesto de Dilma, atribuindo-o a motivações políticas internas e a um ranço ideológico "bolivariano", analistas estadunidenses ligados ao Establishment sugerem que a decisão não terá um impacto meramente retórico e se mostram mais preocupados. O presidente do Diálogo Interamericano, Michael Shifter, foi direto: "A inação diante de um tal excesso se revelou custosa. Washington faria bem em refletir sobre o que isto significa para os seus esforços diplomáticos mais cruciais neste hemisfério (New York Times, 18/09/2013)."

Somente com atitudes desassombradas que se cria respeito. Chega de ceder. A alma de um povo é sua auto estima e estávamos acostumados a ceder em tudo. Exemplos emblemáticos foram o Collor entregar a área Ianomâmi e o Lula a área da Raposa Terra do Sol  às ONGs, por exigência do senado dos EUA.

Até agora cedíamos tudo e tremíamos ante qualquer ameaça, até mesmo em face da miserável Bolívia. Agora quem sabe o Gigante se levante do seu berço esplêndido – informe aos vizinhos que a era de ceder acabou. Informe aos índios que terão que se integrar ou serão tratados como estrangeiros. Às ONGs que se retirem do Pais pois serão punidas  quando suas ações travarem o progresso, às multinacionais que deverão se associarem a firmas nacionais de capital nacional e que essas devem ser majoritárias, como na China. À ONU que serão denunciados os tratados lesivos, inclusive o de proibição de armas nucleares, a menos que a proibição seja para todos, a assim por diante.

Claro, isto é apenas um sonho, mas os que sonham de olhos abertos costumam tentar realizá-los.Quem sabe estamos abrindo os olhos.
 

Forças Armadas

Foram recusadas todas as alternativas de um decente reajuste salarial, a curto prazo, para os militares  e propostos humilhantes valores e prazos, os quais foram veementemente rejeitados pelos comandantes das forças.    Dá a impressão de uma intenção de levar a tropa ao desespero, por parte da ala mais corrupta do Governo.

O Ten-Brig Ivan Frota alerta para que, apesar do desespero, não sejam adotadas medidas isoladas extremas que nos possam desunir. É exatamente isso que eles querem e nossos chefes só terão força se estiverem unidos.

Entretanto, numa área avançamos - É com satisfação que retransmitimos o lançamento da Pedra Fundamental do Polo de Ciência e Tecnologia do Exército em Guaratiba. Sonho antigo, que agora parece deslanchar. Até o Min. da Educação está repassando os recursos para o projeto básico.  Neste polo além do novo IME estará o Instituto Militar de Tecnologia e a destacar, a recriação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas Avançadas.
     Haverá ainda, área para  Empresas Civis que trabalharão em proveito do Polo, fechando o sistema Pesquisa, Ensino e Indústria. Convênios estão sendo formados e já formados com outras universidades entre as quais a de Campo Grande.
 

 Chamem os bandidos

O - P.C.C. condenou à morte os assaltantes que mataram Bryan, a criança boliviana, porque estava chorando, no colo da mãe. Quatro deles já foram executados e ainda falta um.  A justiça oficial os teria liberado para novos crimes hediondos.

Outros bandidos recentemente atiraram no carro (blindado, naturalmente) de um figurão de “direitos humanos” no Rio. Há alguns anos bandidos assaltaram, no rio Amazonas o iate de um desses ambientalistas que pregam a divisão do nosso País, matando o maldito ongueiro.

Há males que vem para o bem. O fundamento da "justiça" do P.C.C.  não tolera a morte de crianças. (Estadão, A3, 14/9/2013).  Está próximo o dia em que concluirá, acertadamente, que os políticos corruptos roubam mamadeiras das bocas de crianças famintas ao desviar, para seus bolsos, parte do valor dos tributos, os quais poderiam ser aplicados em infraestrutura para tratamento de água e instalação de redes de esgoto, na saúde pública, na educação, na segurança e no desenvolvimento. Em outras palavras, os políticos corruptos matam nossas crianças marginalizadas, aos poucos. Mortes resultantes de prolongada tortura, causada pelas doenças que poderiam ser evitadas se a arrecadação tributária fosse aplicada de maneira honesta. A todos os brasileiros de boa fé, idôneos, igualmente repugna essa covardia.

Já sentimos que a Justiça não punirá os corruptos. Que se chamem os bandidos. Ou que as pessoas do bem passem a usar os métodos deles. Tornar-se-ão benfeitores.



Ainda importante 

       Tudo o que estudamos sobre o leilão do campo de Libra, no pré-sal nos leva a conclusão que se trata de um grave erro. A Petrobrás tem condições técnicas de tocá-lo sozinha, o que falta é dinheiro e trazer dinheiro de fora tem o mesmo efeito sobre a inflação, além da perda de parcela da soberania. Nos sentiremos decepcionados se a Presidente insistir no leilão, seguindo os passos do traidor entreguista FHC. Sabemos que a palavra final é dela. Nessa hora se diferenciam os estadistas dos corruptos, dos demagogos e até dos traidores.
Reflexões

Aumenta, dia a dia, em considerável parte de nossa população o sentimento de inconformidade e rejeição ante as atitudes e decisões dos Três Poderes da República. O Legislativo – verdadeiro balcão de negociatas, já tinha o desprezo de toda a população por ser um poço sem fundo de corrupção e sorvedouro de imensa despesa inútil. O Executivo, enfraquecido pelas passeatas, agarrou-se a ala mais corrupta em busca de apoio político, sepultando definitivamente a esperança de faxina que, nos primeiros tempos, alavancara sua popularidade. Finalmente, o Judiciário, já desmoralizado pelo julgamento antinacional da questão da Raposa-Serra do Sol, acabou de perder a legitimidade ao contrariar a unânime aspiração nacional por justiça ao garantir a impunidade de centenas de corruptos, que se aproveitarão de mais um recurso protelatório. A credibilidade do STF exalou seu último suspiro ao ferir as sadias expectativas nacionais.

Em consequência, avultam preocupações: A Democracia responde satisfatoriamente as necessidades do nosso povo e da nossa nação no quadro atual? – Certamente que não, mas o que poderia substituí-la, vantajosamente? – Não sabemos e nem sabemos se haveria algo realmente melhor, o que sabemos é que não está bom e a tendência é piorar quando o Levandowsky for presidente do STF, se a Marina for presidente da República e quando os parlamentares, tentando obter ainda mais vantagens, aumentarem seus salários e o número de assessores.

Estamos numa encruzilhada. A Presidente ainda poderia reverter o rumo. Uma boa faxina mudaria o destino do nosso povo. Não se trata apenas de uma questão econômica. É algo que faz a diferença na hora de torcer pelo time, lutar por direitos, ter orgulho de si mesmo, da terra, da cidade, do país. A corrupção pode aplicar um golpe de morte na nossa brasilidade e na nossa incipiente autoestima. Uma faxina poderia ainda elevá-la, mas no rumo em que estamos serão necessárias mudanças e sendo necessárias, elas acontecerão.

Mudanças pacíficas e civilizadas? Talvez. Mudanças violentas ou até sangrentas? Quem sabe, tomara que não. Acontecerão num momento em que o País, desunido, não consiga resistir as pressões estrangeiras? – Este é o perigo maior.

O fato é que a tempestade se aproxima e temos que nos preparar para ela. Ou a enfrentaremos com decisão e sabedoria ou teremos ainda mais problemas dos que vislumbramos aqui.

Que Deus guarde o nosso País!

Nenhum comentário:

Postar um comentário