sábado, 4 de janeiro de 2014

Redes sociais querem general Heleno presidenciável



Uma das postagens mais lidas deste blog político é a intitulada “General Heleno empolga internautas com suas “tuitadas”, datada de seis de janeiro de 2012. Portanto, a publicação completa dois anos, na próxima segunda-feira, registrando cerca de mil visualizações, sendo superada apenas por “Delenda est Amazônia”, de 1º de fevereiro de 2012, com quase 2.500 visualizações. No total, até aqui, são 420 postagens, desde a inauguração do blog spot, em 31 de agosto de 2011.

Resolvi realizar este levantamento, alertado, no meu mapa de público em 26 países, que totalizam quase 25 mil visualizações, pela estatística persistente de leitura da postagem sobre o general Augusto Heleno, curiosamente superada apenas pela postagem sobre agressões ambientais à Amazônia, região que esteve sob o comando militar do referido general-de-exército, em 2008, após ter sido o primeiro comandante militar da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti - MINUSTAH-, de junho de 2004 a setembro de 2005.

Duas postagens campeãs de visualizações que apresentam em comum com o general a Amazônia, onde a política indigenista do Governo Lula ameaçava, segundo denúncias contundentes do general Heleno, privar o Brasil da área territorial do Estado de Roraima, ameaça que persiste no atual governo Dilma. A consciência crítica de Augusto Heleno custou-lhe o cargo no Haiti, onde o general optou por um estilo soft de atuação das tropas da ONU contra os rebeldes locais, quando Washington preconizava um estilo hard.

Comenta-se, no Brasil de hoje, que não há novas lideranças políticas e militares capazes de  disputarem as eleições presidenciais com uma bandeira da moral e da ética na política, e há muita gente que manifesta pelas redes sociais seu desejo de que o general Heleno, nascido em Curitiba, se filie a um partido político para disputar as eleições em 2014. Basta uma leitura da linha do tempo de seu facebook, com quase 4500 “Curtidas”, para se constatar que o general tem verve política e adeptos.

Este meu blog não é popular, pois o próprio tema – Política -é por si restritivo ao acesso do grande público voltado para o entretenimento e o lazer, ainda mais num País como o Brasil, onde o povo tem reiterado pelas redes sociais seu desencanto com a representação político-partidária e com os próprios políticos e o governo procura matar no nascedouro o menor movimento de oposição. Um país sem oposição e anestesiado em sua consciência crítica, com uma democracia mitigada e desmobilizante, à beira de uma ditadura quasímoda (sem configuração ideológica explícita).

Por modestas que sejam as estatísticas de visualização deste blog, eu me orgulho delas e dos meus leitores, com certo saudosismo de Nelson Rodrigues, quando dizia que toda unanimidade é burra. Essa persistência do interesse pelo general Augusto Heleno, que se amplia pela rede da web, parece-me fazer do general, que completa 67 anos em outubro, um nome potencialmente presidenciável, embora, na área militar, haja certa descrença quanto às suas chances de entrar para a política.

O argumento que ouço de amigos militares é de que a hora do general Heleno passou...  Mas, pergunto: Desde quando em política o chamamento popular cede às conveniências conjunturais?  Tuitando e facebookando, o general apresenta condições excelentes de participação como candidato a cargos eletivos, a menos que não queira... Mas, nesse caso, seria sua decisão de foro íntimo.
Para os leitores que, eventualmente, sintam dificuldade em acessá-la, republico abaixo a postagem de 2012:

“General Heleno empolga internautas com suas “Tuitadas”:

O general-de-exército Augusto Heleno, já na reserva remunerada, resolveu “tuitar” sobre política, tornando-se a principal voz ativa militar nas críticas ao governo e, potencialmente, um nome para disputar as eleições presidenciais em 2014. Foi chefe da força de paz no Haiti e, recentemente, exerceu o comando militar da Amazônia.

Por razões óbvias, manteve silêncio quando estava na ativa, em respeito ao Regulamento Disciplinar do Exército e ao Estatuto dos Militares, mas, seu silêncio, em alguns momentos, foi loquaz, quando,em depoimentos nas comissões do Congresso Nacional e em declarações à imprensa, criticou a política indigenista do governo Lula e defendeu a soberania brasileira, com enfoque especial na Amazônia. Agora aponta sua verve ferina para a corrupção.

Sim, o general Heleno tem verve ferina... Usa boutades como esta, para suas críticas: ”Sugiro que aumentem o número de ministros. 48 é o número ideal. Dá para programar a queda de um por mês, ao longo de um mandato de quatro anos. kkk” Alguém de porte no país, inclusive na Oposição, fez tão contundente crítica à faxina ministerial executada pela Presidente Dilma?

Em outros tempos, a UDN era acusada de ser uma “vivandeira de quartéis”, o mesmo acontecendo depois com uma ala da ARENA, durante o regime militar. Hoje, a expressão ganhou emprego não somente para políticos, mas também para artistas e empresários suspeitos de saudosismo e interesses golpistas.

Não se aplica tal expressão ao general Heleno, muito elogiado pelos internautas, que deixa claro aos civis mais entusiastas de sua candidatura o desinteresse das Forças Armadas pela tomada do poder: ”Querem apenas estar em condições de defender a Pátria.”

Heleno adverte, em suas “tuitadas”, que é fácil ser popular quando a economia vai bem, por fatores conjunturais, e se tem uma oposição submissa e solidária “às maracutaias”. Nada de golpe, deixa bem claro. Mas – é bom lembrar-, Napoleão empolgou o poder na França diante da conjunção explosiva de dois fatores: O recrudescimento da corrupção e da indignação popular...

O general internauta já é um retrato pronto para as eleições presidenciais de 2014, mas ainda falta sua moldura: Filiação partidária e uma plataforma eleitoral. Como a farda não abafa no peito o cidadão, e ele já se encontra na reserva, pode reunir as condições para subir aos palanques em 2014, como todo cidadão brasileiro “ficha-limpa” perante a justiça eleitoral.


Resta saber como o "sistema" acompanha a sua desenvoltura, porque há,pelo menos, uns 10 dispositivos do Anexo I do Regulamento Disciplinar do Exército que dão margem à imposição de restrições ou punições ao envolvimento de militares com a política partidária. Os generais Euler Bentes Monteiro,Andrada Serpa e  Newton Cruz , mesmo na reserva,enfrentaram sutis pressões desse tipo, mesmo na vigência do regime militar".

 

 

 

Um comentário: