sábado, 18 de janeiro de 2014

Risco de oposição a Dilma será testado dia 25


Rolezinhos” e “Não vai ter Copa” podem ser  tanto sinais de oposição emergente no Brasil, promissora para este ano de eleições presidenciais, quanto manobras estratégicas de marketing da equipe da Presidente Dilma Rousseff, com vistas à conversão de possível oposição em incentivo à luta de classes e capitalização eleitoral pelas esquerdas – de resto, aliadas da Dilma. No dia 25 de janeiro, o País e o mundo terão um teste do potencial desses movimentos.

A engenharia de eliminação de qualquer oposição, qualquer debate, que ameace a reeleição de Dilma e a manutenção do projeto colonialista neoliberal de contenção do desenvolvimento brasileiro por meio do desmonte do Estado e exploração das riquezas do solo e subsolo do Brasil, se aplica a todos os matizes ideológicos que se movimentam no cenário político.

Os neoliberais usam a esquerda para atingir seus propósitos, neutralizando a direita por meio da ocupação de todos os nichos de oposição ativa – no Parlamento - ou em potencial – na sociedade. Essa é uma das razões da presença do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST- estar presente nos "rolezões" tentando caracterizá-los como de oposição  a suposta burguesia preconceituosa dos shoppings contrária à presença de trabalhadores nesses templos de consumo.Se necessário, suprimiriam até as franquias democráticas de forma permanente, na impossibilidade de eliminação do debate.

A engenharia do abafa conta com dez mil agentes da Força Nacional para contenção dos protestos na Copa do Mundo, além de incluir os “black-blocs”, como força paragovernamental disfarçada de arruaceiros e vândalos atuantes na descaracterização  de qualquer mobilização de envergadura calcada na oposição aos atuais detentores do poder.

O regime está policiando ferozmente as redes sociais e tornando difícil a emergência de qualquer iniciativa da sociedade que coloque em risco a estabilidade político-institucional e propicie mudanças profundas no modelo político e econômico. As manifestações programadas em todo o Brasil para o próximo dia 25  ajudarão o governo a se prevenir  para o período da Copa.

Os 27,7 bilhões de reais até agora estimados como gastos com a realização da Copa do Mundo constituiriam extraordinária munição para uma verdadeira oposição, em pleno ano de eleições presidenciais, ainda mais se o Brasil vier a perder a Copa e se agravarem as previsões negativas para a economia neste ano.

Para o governo, é melhor não correr riscos, pois são múltiplas as possibilidades de que a Presidente Dilma Rousseff tenha questionada sua permanência para outro mandato. O silêncio obsequioso da Igreja, da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB-, da Associação Brasileira de Imprensa-ABI-, da União Nacional dos Estudantes-UNE-, dos sindicatos, das Forças Armadas e de importantes órgãos corporativistas, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo –FIESP-, Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN, etc., diante da crescente efervescência social, é indicativo de que há  muito suspense no ar.

Um episódio isolado no Maranhão, no complexo penitenciário de Pedrinhas, é demonstrativo da frágil estabilidade político-institucional que o Brasil vive atualmente. Não há sinal de oposição e, obviamente, isso ajuda no controle da situação, mas, em Ciência Política, não existe nenhum sistema político completamente fechado. A entropia é uma ameaça permanente, se o governo não souber administrar a comunicação política evitando que um mero episódio social isolado se transforme numa epidemia nacional.

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