O trem político brasileiro roda em dois trilhos paralelos, à mesma velocidade, à mesma direção e ao mesmo sentido: A velocidade da Copa do Mundo, a direção das eleições presidenciais e parlamentares de outubro e o sentido da definição do poder no Brasil.
As competições da Copa do Mundo seguem para as quartas de final, com o Brasil vacilante, sem pinta de campeão, e o patriotismo acendrado dos torcedores. As eleições começam a se delinear na polarização entre o Partido do Movimento Democrático Brasileiro(PMDB) em coalizão com o Partido dos Trabalhadores (PT), e o Partido da Social Democracia Brasileira(PSDB).Com pretensões de se tranformar em terceiro pólo, desponta o Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Dando nomes aos competidores, o primeiro pólo tem a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer tentando a reeleição; o segundo pólo Aécio Neves, que desejava a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal ,Ellen Gracie, como vice na chapa, mas acabou ficando com o senador paulista Aloísio Nunes Ferreira;e o terceiro pólo o governador de Pernembuco,Eduardo Campos, tendo como vice a ex-ministra Marina Silva.
Se as eleições presidenciais tomarem o rumo do segundo turno, Aécio e Eduardo Campos tendem a compor uma aliança na qual o menos votado apoiará o mais votado contra Dilma.Esse cenário vai se tornando cada vez mais possível, considerando-se a crescente rejeição do eleitorado dos grandes centros à reeleição de Dilma, que encontra desafetos até mesmo dentro do PT, os quais a consideram pouco afinada com a linha ideológica petista. Soma-se a essa rejeição uma certa dose de osteoporose do PMDB, que vem afastando potenciais aliados, e que ainda vem sendo amenizada pela presença marcante do vice Michel Temer.
Se o Brasil perder a Copa, será difícil a reeleição de Dilma, embora se possa considerar que o evento transcorreu com grande êxito até aqui, para a imagem do Brasil, que gastou 32 bilhões de reais, e para a FIFA, que vai faturar 22 bilhões de dólares, segundo estimativas não oficiais.
Até a final da Copa, no dia 13 de julho, o Brasil e o mundo saberão se o trem chegará à estação final sem acidentes ou se prenunciará tempestades políticas e sociais. Em princípio, PMDB/PT e PSDB representam a manutenção do status quo, e o PSB, mesmo como alternativa, idem.. Não haverá grandes mudanças.
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