sábado, 2 de agosto de 2014

Aécio e o resgate de Tancredo


Quatro perguntas sobre as eleições presidenciais e parlamentares de outubro próximo no Brasil?
1)      A Presidente Dilma Rousseff conseguirá ser reeleita em primeiro turno?

2)      O desafiante Aécio Neves tem chance real de vencer a disputa, se houver segundo turno?

3)      O desafiante Eduardo Campos tem chance de vencer em segundo turno?

4)      Há possibilidade de Lula participar das eleições como candidato a novo mandato, o denominado movimento “Volta Lula”?
A fotografia do momento, pelas pesquisas eleitorais, indica  que a Presidente Dilma Rousseff, com 38%, ainda teria condições de se reeleger em primeiro turno, mas, a soma dos percentuais de Aécio (22%) e Eduardo Campos (8%), nas últimas pesquisas, indica que há tendência para um segundo turno.
Em caso de segundo turno, haveria acordo entre Aécio e Campos no sentido de um apoiar o outro que estiver com mais chance de se eleger. Até aqui, Aécio se encontra em melhor posição do que Campos.
Quanto à possibilidade de Lula se candidatar, a legislação eleitoral permite que, até 15 dias antes do pleito, ele o faça, caso Dilma ficasse impossibilitada de concorrer ou desistisse, mas há dentro do PT importantes figuras que não gostam de tratar desse assunto por temor a um desgaste do partido, um “tiro no pé”. Mas, o senador petista gaúcho Antônio Paim já disse que, se for necessário, Lula voltará.
A  questão seria saber se Lula toparia, diante de seu tratamento de saúde e das denúncias sobre seu enriquecimento pessoal. Outras investigações sobre seu governo, a Petrobrás e o próprio desfecho do “Mensalão” tendem a fornecer farta munição para seus opositores. Mas, a saúde parece estar sob controle, segundo boletins médicos, e Lula ainda continua com fortes índices nas intenções de voto, de acordo com pesquisas em diversos segmentos sociais.
Sintoma de crescimento de Aécio e do equilíbrio com Dilma, após a Copa do Mundo, é a arrecadação de 10 milhões de reais em menos de um mês, um pouco mais do que Dilma. Ambos estimam gastar cerca de 290 milhões de reais em suas respectivas campanhas. Nas eleições presidenciais de 2010, o PT arrecadara três vezes mais do que o PSDB e só a campanha de Dilma custou 176,5 milhões de reais.
Os discursos dos candidatos têm sido difusos, mas o clamor popular pela transparência ética e o combate à corrupção ainda não tem influenciado significativamente os resultados das pesquisas, ou tem sido menos decisivo do que os números da economia, que apontam para tendências ao crescimento da inflação e do desemprego.
No que tem de mais convincente, os programas sociais do governo, a Presidente Dilma Rousseff garante bons índices em São Paulo, no Rio de Janeiro e Nordeste, colégios eleitorais importantes, onde sua figura é conhecida, mas perde em Minas, natural reduto de Aécio, que vai somando pontos preciosos junto ao empresariado industrial e aos investidores financeiros de todo o País.
A biruta eleitoral ainda continua trêmula e indecisa, mas poderá acusar mudanças importantes já a partir da divulgação das próximas pesquisas de intenções de votos, que colocarão de um lado a resiliência eleitoral da Presidente Dilma e de outro o início da virada de Aécio, que pode ser empolgante com o apoio de um leque significativo de partidos, inclusive parte do PMDB, por conta do passado do seu avô Tancredo Neves.
Há um silencioso consenso pluripartidário, segundo o qual o País deve a Tancredo Neves e ,por extensão, a Aécio, seu neto, uma chance de presidir o Brasil, para compensar a desdita de Tancredo, fundador da Nova República, de ter sido empossado sem ter podido governar. Um resgate imposto pelo destino...

 

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