O
crescimento da candidatura da ex-senadora Marina Silva à Presidência da
República, pelo Partido Socialista Brasileiro -PSB-,que a coloca em situação de
empate com a presidente Dilma Rousseff, candidata do Partido dos Trabalhadores –PT-
à reeleição, e bem à frente do candidato do Partido da Social Democracia
Brasileira –PSDB-, ex-senador Aécio Neves, amplia a teoria conspiratória acerca
do acidente de avião que matou o ex-governador Eduardo Campos, de quem Marina
era vice na chapa presidencial.
Até
agora, não se sabe o que continha a caixa-preta do Cessna, e as investigações
levadas a cabo pelo CENIPA, órgão investigador de acidentes aéreos da
Aeronáutica, continuam sob sigilo, mas o próprio irmão de Eduardo Campos,
Antonio Campos, que visitou o local, mencionou a “hipótese real” de um droner
(pequeno veículo não tripulado) da Aeronáutica ter se chocado com a aeronave em
que viajava o candidato presidencial, quatro assessores e dois pilotos. A
Aeronáutica considera fantasiosa essa ideia.
As
causas reais que derrubaram o avião, estraçalhando o aparelho e todos seus ocupantes, como se tivessem
ocorrido duas explosões simultâneas, têm povoado a imaginação dos que defendem uma
investigação muito rígida em torno da teoria de assassinato, o que , em
política, se denomina “solução final” (eliminação física).
À
medida em que Marina assume a cabeça-de-chapa do PSB, tendo como vice o
deputado federal Beto Albuquerque, e vê seu nome como praticamente garantido na
disputa de segundo turno, os adeptos da teoria conspiratória interpretam a sucessão de fatos como
verdadeira engenharia político-eleitoral nessa disputa sucessória, pois só o recall
de 19 milhões de votos obtidos por Marina nas eleições passadas não seria
suficiente para catapultá-la à posição de favorita.
O
fator inercial da comoção gerada pela morte de Campos, um político jovem e
promessa de renovação, impulsiona Marina de forma extraordinária, e
possivelmente impulsionaria qualquer outro nome, desde que fosse conhecido como
o da ex-senadora. Esse automatismo do voto de luto é fenômeno da psicologia
política coletiva. Pode ser que perdure ou aumente até as eleições, a menos que
Dilma ou Aécio consiga neutralizá-lo. Mas, terão que criar um fato novo, de
grande efeito, porque as forças que apoiam Marina, além do Banco Itaú e outros
agentes financeiros e ONGs, têm fortes raízes internacionais, como aponta em
seu artigo abaixo o colaborador deste blog, economista e diplomata Adryano Benayon.
A
solução final no Brasil é aventada como hipótese aplicada em presidentes como Café
Filho, Getúlio Vargas (sua amante Virgínia Lane disse que ele foi assassinado
quando estava em sua companhia, no
Palácio do Catete), João Goulart, Juscelino Kubitscheck, Castello Branco, Costa
e Silva, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, etc. O manto da nebulosidade até
hoje envolve a morte desses políticos.
A
tragédia aérea atinge Campos 24 anos após outro pernambucano brilhante na
política, o senador Marcos Freyre, então ministro da Reforma Agrária do Governo
Sarney, perecer num acidente com seu avião no sul do Pará.
No
Brasil, segundo levantamento da Carta Capital, foram mortos 72 políticos entre
1983 e 2012, o que torna a política uma atividade de alto risco e a solução
final um recurso antidemocrático eficaz diante do sigilo que envolve as
investigações, sigilo esse reforçado pela Lei 12 970, de 8 de maio de 2014, sancionada pela Presidente Dilma Rousseff, que altera o Código Brasileiro de
Aeronáutica, estabelecendo a proibição do uso de informações e análises
produzidas pelo Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(Sipaer) para fins probatórios em ações judiciais e procedimentos
administrativos e condiciona o fornecimento desse conteúdo à prévia requisição
judicial.
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