domingo, 5 de outubro de 2014

Bipolarização Dilma x Aécio, conforme previ em agosto

No dia 13 de agosto passado, fatídica data para o candidato à presidência do Brasil, Eduardo Campos, que faleceu num acidente aéreo em Santos, escrevi neste blog que a tragédia levaria à bipolarização da disputa presidencial nestas eleições entre Dilma Rousseff, que tenta sua reeleição pelo Partido dos Trabalhadores -PT- ,e Aécio Neves, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira -PSDB-.
 
Com 99,85% dos resultados das urnas apurados hoje, Dilma Rousseff, com 41,58%, e Aécio Neves, com 33,56%, são os dois candidatos que disputarão, em segundo turno, no próximo dia 26, o cargo presidencial. Marina Silva, candidata que substituiu Campos na disputa pelo Partido Socialista Brasileiro -PSB-, ficou até aqui com 21,32%, depois  de ter crescido e ameaçado  tomar a vaga de Aécio.
 
A candidatura de Marina inflou nas pesquisas de intenções de votos, por conta do efeito psicológico gerado pela tragédia sobre a população, mas a ex-senadora não resistiu nas últimas semanas às pressões de Dilma e de Aécio e sofreu um processo de "desidratação".
 
No segundo turno, o eleitorado de Marina será decisivo, pendendo para  Dilma ou Aécio, em razão de que as alianças estão sendo costuradas  pelos comitês do PT e do PSDB. Tanto do PT quanto do PSDB Marina guarda mágoas, pela forma agressiva que atacaram sua candidatura.
 
Aécio perdeu em seu reduto eleitoral, o estado de  Minas Gerais - segundo maior colégio eleitoral do Brasil-, mas recebeu boa votação em São Paulo - o maior colégio do País. Dilma venceu de forma contundente na região nordeste, onde o eleitorado recebe as benesses do programa assistencialista do governo federal.
 
Há um certo equilíbrio entre os dois candidatos, Dilma e Aécio, mas,  no segundo turno, cada qual terá 10 minutos de tempo  de resposta nos debates. Além de influenciar no eleitorado indeciso, o debate excluirá a ideia de favoritismo de algum candidato, pois um simples escorregão pode alterar o quadro, até aqui favorável à Presidente Dilma.
 
Outros resultados surpreendentes registrados: A vitória de Flávio Dino, do Partido Comunista do Brasil -PC do B-, para governador do Estado do Maranhão, reduto da oligarquia do ex-presidente José Sarney; a maior votação de dois deputados federais considerados como conservadores, Celso Russomano, do Partido Republicano Brasileiro -PRB-, pelo Estado de São Paulo, e Jair Bolsonaro, do Partido Progressista -PP-, pelo Estado do Rio de Janeiro. Para o Senado, também no Rio, o ex-craque da Seleção Brasileira de Futebol, Romário, foi eleito com 63,4% dos votos, sendo um dos campeões. O ex-presidente Fernando Collor se reelegeu para o Senado pelo Estado de Alagoas, mas o senador petista Eduardo Suplicy perdeu para o tucano José Serra sua reeleição, depois de ter exercido três mandatos pelo Estado de São Paulo.
 
Ainda não foram proclamados os resultados oficiais pelo Tribunal Superior Eleitoral -TSE-, mas o segundo turno promete ainda muitas surpresas, em 13 estados e no Distrito Federal, além, é óbvio, do embate frontal entre Dilma e Aécio.
 

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